quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O mundo reconhece: Suíça envia ao Brasil dados dados de contas secretas de Eduardo Cunha - Noticia a Folha de São Paulo

Da Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2015:

Suíça envia ao Brasil dados de contas secretas atribuídas a Eduardo Cunha

Adriano Vizoni/Folhapress
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante jantar na Fiesp
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante jantar na Fiesp
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Autoridades da Suíça enviaram para o Brasil dados de contas secretas que segundo a Procuradoria-Geral da República são do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de seus familiares. O volume de recursos –que está sendo mantido em sigilo– foi bloqueado pelas autoridades suíças.
O peemedebista é alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público suíço, em abril deste ano, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo a Folha apurou com pessoas familiarizadas com a investigação.
No final da tarde de quarta (30), a Procuradoria-Geral da República confirmou que a Suíça remeteu dados da investigação criminal sobre Cunha para o Brasil e que os investigadores reportaram a existência de contas em nome do presidente da Câmara e também de familiares.
Segundo a PGR, a transferência da investigação criminal se deu através da autoridade central dos dois países (ministérios da Justiça). Os autos serão recebidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça e encaminhados à PGR.
Por ser brasileiro nato, explica a nota da PGR, Eduardo Cunha não pode ser extraditado para a Suíça. A transferência de processo é um instrumento de cooperação internacional para dar a continuidade a investigações e processos. Neste caso, as autoridades suíças renunciam à jurisdição para investigar Cunha, transferindo-a para o Brasil.
O fio da meada que levou a contas atribuídas a Cunha na Suíça surgiu com o rastreamento de recursos que passaram por contas de João Augusto Henriques.
Ligado ao PMDB e preso na Lava Jato em 21 de setembro, ele admitiu que fezdepósito em uma conta no exterior que tinha Cunha como beneficiário.
Pela versão de Henriques, ele não sabia que a conta pertencia ao deputado do PMDB. Ele disse que só soube que Cunha era o controlador da conta, mais tarde, por autoridades suíças.
No depoimento ele não citou nem o valor nem data da operação.
O pagamento, segundo o lobista, era devido a uma comissão para o economista Felipe Diniz, filho do deputado federal Fernando Diniz (PMDB-MG), morto em 2009. Diniz teria direito a uma comissão por ter ajudado no negócio de aquisição pela Petrobras de um campo de exploração em Benin, na África.
Cunha já foi citado por dois delatores da Operação Lava Jato –os lobistas Júlio Camargo e Fernando Soares, o Fernando Baiano– como destinatário de US$ 5 milhões que seriam propina em um afretamento de navios-sondas pela diretoria internacional da Petrobras, controlada pelo PMDB.
OUTRO LADO
O advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza, foi procurado pela reportagem, mas ainda não foi localizado. 


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