sexta-feira, 27 de maio de 2016

Mercenários do MBL usaram os 'midiotas', por Altamiro Borges



Por Altamiro Borges

A marchas "contra a corrupção" e pelo "Fora Dilma", que atraíram multidões no ano passado, foram alardeadas pela Globo, Veja, Folha, Estadão e outros veículos como "espontâneas" e convocadas por "jovens apartidários e idealistas". Alguns dos grupelhos que comandaram as manifestações, como o Movimento Brasil Livres (MBL), até aproveitaram a aura de "santinhos" para garfar uma grana dos "midiotas", os otários manipulados pela mídia. Mas agora, concluído o trabalho sujo do impeachment da presidenta, a imprensa golpista começa a revelar os podres dos fascistas mirins, que não têm nada de "puros" ou "apartidários". Áudios vazados pelo UOL nesta sexta-feira (27) provam que as marchas foram financiadas por partidos da direita, que reúnem políticos mais sujos do que pau de galinheiro.

Segundo a reportagem, "o MBL, entidade civil criada em 2014 para combater a corrupção e lutar pelo impeachment da presidente Dilma, recebeu apoio financeiro, como impressão de panfletos e uso de carros de som, de partidos políticos como o PMDB e Solidariedade. O movimento negociou também com a Juventude do PSDB ajuda financeira às suas caravanas, como pagamento de lanches e aluguel de ônibus, e teria tido apoio da 'máquina partidária' do DEM. Quando fundado, o movimento se definia como apartidário e sem ligações financeiras com as siglas políticas. Em suas páginas em redes sociais, fazia campanhas permanentes para receber ajuda financeira das pessoas, sem ligação com partidos", descrevem os jornalistas Pedro Lopes e Vinícius Segalla.

Um dos áudios confirma as doações feitas pelo PMDB do correntista suíço Eduardo Cunha, do Judas Michel Temer e de outros chefes do "golpe dos corruptos". Procurado, o presidente da Juventude do PMDB, Bruno Júlio, "informou ao UOL que solicitou ao presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco [ministro do governo "interino"], que custeasse 20 mil panfletos de divulgação dos atos, com a inscrição 'Esse impeachment é meu'. A assessoria de Moreira Franco nega". 

A ligação da seita fascistóide também é íntima com os tucanos. Numa das gravações, "o secretário de Mobilização da Juventude do PSDB do Rio de Janeiro, Ygor Oliveira, dá detalhes a seus colegas de partido sobre a 'parceria com o MBL' para financiar uma manifestação que ocorreu no dia 11 de maio, em Brasília, durante votação no Senado que resultou no afastamento de Dilma Rousseff... Procurado pela reportagem, o MBL confirmou a 'aproximação ao PSDB', mas não informou se a parceria com o partido para pagar o lanche e o transporte de manifestantes efetivamente se concretizou".

Outro áudio, gravado em fevereiro último, mostra as íntimas relações do MBL com o DEM, o partido mais corrupto do Brasil. "Renan Antônio Ferreira dos Santos, um dos três coordenadores nacionais do MBL, diz em mensagem a um colega que tinha fechado com os partidos políticos para divulgar os protestos de 13 de março usando as 'máquinas deles [dos demos] também'". Há também áudios sobre as negociatas com o Solidariedade, sigla chefiada pelo arrivista Paulinho da Força. 

Os áudios divulgados pelo UOL, que pertence ao Grupo Folha - que até arrumou uma boquinha para o líder do MBL, Kim Kataguiri, no jornal - cobrem curto período tempo. Não há explicações sobre a origem do vazamento. Talvez a famiglia Frias já tenha decidido descartar como bagaço os fascistas mirins, que serviram aos seus propósitos golpistas. Recentemente, a Folha publicou uma reportagem com críticas à falta de transparência do grupo, que nunca prestou contas das suas receitas e despesas. A matéria reforçou as suspeitas de que o MBL também recebe recursos de empresas e organizações estrangeiras, como a fundação dos bilionários irmãos Koch dos EUA - que financiam grupos fascistas e terroristas em várias partes do mundo sempre de olho nas riquezas do petróleo.

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