quinta-feira, 26 de maio de 2016

O Usurpador teme que novas delações ampliem a instabilidade política e provoquem a reversão de votos no Senado

O senador Romero Jucá e o presidente interino Michel Temer no Congresso - Foto: Lula Marques/Agência PT



Planalto teme que novas delações ampliem a instabilidade política e provoquem a reversão de votos no Senado
Após a crise deflagrada pela divulgação das gravações feitas pelo ex-senador Sérgio Machado com José Sarney, Romero Jucá e Renan Calheiros, os aliados do presidente Michel Temer querem acelerar a votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Os governistas conseguiram 55 votos no Senado na votação da admissibilidade do processo de afastamento e acreditam que hoje ainda têm os 54 votos necessários para depor Dilma. Mas eles temem que o crescente desgaste do governo Temer, o crescimento da resistência popular contra o impeachment e os desdobramentos da Operação Lava Jato possam provocar a reversão de alguns votos.
Até agora ninguém sabe que políticos serão atingidos pelas novas delações. As gravações divulgadas indicam que tanto os integrantes da cúpula do PMDB como os expoentes do PSDB temem ser incriminados pelos acusadores. A necessidade de interromper a Lava Jato é frequentemente citada como uma das principais razões que levaram à aprovação do impeachment da presidenta Dilma.
Na última quarta-feira (25), o relator da Comissão do Impeachment sugeriu um cronograma que prevê que Dilma entregue sua defesa prévia em 1º de junho. Este prazo está previsto na Lei do Impeachment. Em seguida, o relator sugere que sejam dadas duas semanas para a fase em que são ouvidas testemunhas, apresentados documentos e realizadas perícias. Em 20 de junho, o senador do PSDB sugeriu que a comissão interrogue a presidenta Dilma.
Depois disso, seriam concedidas duas semanas para que os autores do processo de impeachment, Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., apresentem as alegações finais. A defesa de Dilma teria então de levar suas alegações.  A votação do impeachment no plenário do Senado, nessa proposta, seria concluída em 2 de agosto.
O governo deseja antecipar as votações para que elas não coincidam com o início da campanha eleitoral dos candidatos a prefeito, que começará no dia 16 de agosto. Nesse período o Congresso Nacional tende a se esvaziar, e os parlamentares que disputam cargos no Executivo se tornam muito vulneráreis aos ataques dos adversários.
As eleições municipais, porém, já começam a surgir no horizonte como uma dificuldade adicional para a aprovação de qualquer medida impopular. Embora os governistas afirmem que dispõem do apoio de mais de 400 deputados, não foi isso o que viu nas últimas votações na Câmara. Nelas o Planalto não conseguiu atingir a marca de 308 votos necessários à aprovação de emendas constitucionais. E a nova meta fiscal só acabou passando em votação simbólica.   

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