segunda-feira, 13 de junho de 2016

Propina de Eduardo Cunha foi 10 vezes maior que ‘padrão Petrobrás’




Do estadão (por sinal, um dos jornais mais explicitamente golpistas, e não de agora):
Na denúncia da Lava Jato apresentada contra a mulher do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cruz, a Procuradoria da República aponta que a propina que abasteceu o parlamentar e seus familiares foi de quase um terço do valor total do negócio de US$ 34, 5 milhões fechado pela Petrobrás para a aquisição de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África, em 2011.
O valor de US$ 10 milhões, que transitou por contas secretas e offshores de funcionários da Petrobrás e do próprio Cunha (identificada pelas autoridades suíças) é cerca de dez vezes maior do que a média da propina cobrada no esquema de corrupção da Petrobrás, que variava de 1% a 3% do valor total dos contratos, segundo confissão do ex-diretor de Abastecimento da estatal petrolífera Paulo Roberto Costa – dado comprovado pelos investigadores da Operação Lava Jato.
A Lusitania Petroleum, cujo dono Idalecio Oliveira também foi denunciado, é a holding controladora da empresa que vendeu o campo de exploração em Benin para a Petrobrás. Dois dias após fechar o negócio com a estatal petrolífera, a Lusitania transferiu US$ 10 milhões para uma conta no exterior da empresa Acona, do lobista João Augusto Resende Henriques, apontado como operador do PMDB no esquema.
“É de se destacar que o valor da suposta consultoria – US$ 10 milhões – é absolutamente desproporcional ao valor recebido pela empresa – US$34,5 milhões – e já apontava claramente para indícios de corrupção e lavagem de capitais”, afirma a Procuradoria na denúncia.
Dessa quantia, 1,3 milhão de francos suíços foi encaminhado para uma das offshores de Cunha, que então repassou a quantia para outras offshores e uma parte desta quantia, no valor de US$ 165 mil, foi para a offshore Kopek, de Claudia Cruz. Na acusação, a força-tarefa aponta ainda que vários destinatários, incluindo eventuais políticos, dos US$ 10 milhões ainda não foram identificados.
Além disso, a Kopek recebeu outros US$ 1,1 milhão provenientes de outra offshore de Cunha. ” Desse modo, ao receber na conta Köpek recursos criminosos provenientes da Orion SP e da Triumph SP, Cláudia Cordeiro Cruz cometeu o crime de lavagem de capitais”, segue a acusação. A partir daí, o dinheiro da Kopez foi utilizado pela família de Cunha em cursos para os filhos do casal e na aquisição de itens de luxo e viagens por Nova Iorque, Miami, Orlando, Barcelona, Zurique, Paris, Roma, Lisboa e Dubai.
(…)

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