sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Bob Fernandes: Enquanto se articula Alexandre no Supremo para salvar os indiciados pro-Temer, 90 mortos no Espírito Santo





No sábado, 4, Temer ainda fazia consultas sobre a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal... Segundo o noticiário.
No mundo real, a decisão já estava tomada. Na véspera, Temer anunciou duas medidas.
Tornou ministro Moreira Franco, até então secretário. Ministros têm foro privilegiado. Só o Supremo pode julgá-los.
Quando Dilma tentou dar foro privilegiado a Lula foi um escândalo...
...Moro deu ordem para gravar, e vazou. No Supremo, Gilmar Mendes chiou e sapateou. Manchetes e vozes bradaram por semanas.
Com Moreira Franco, registros por 48 horas. Ou silêncio cúmplice.
Até que nesta quarta-feira, 8, o juiz federal Eduardo Rocha Penteado, do Distrito Federal, suspendeu liminarmente a nomeação.
Outra medida foi anunciada por Temer, na mesma sexta passada: a ampliação das atribuições do Ministério da Justiça, tornado também "da Segurança Pública".
Segurança Pública que nesse ano assistiu motins em três presídios; com esquartejados, decapitados, e 136 mortos.
Até essa terça-feira, 7, quem comandava o ministério da Justiça, e da Segurança Pública, era Alexandre de Moraes.
Enquanto Temer articulava o futuro Supremo de Alexandre, explodia a crise de Segurança Pública no Espírito Santo.
Estado governado por Paulo Hartung, que deixou o PMDB há dois dias.
Em protesto por aumento salarial, famílias de polícias militares bloqueiam quartéis.
Perigosa greve informal da PM, hoje com adesão da Polícia Civil.
Na segunda-feira, 6, o ainda ministro Alexandre estava ansioso, angustiado. Mas, ao menos publicamente, não com a gravíssima crise no Espírito Santo.
Via WattsApp, como registrado em foto, às 5 da tarde Alexandre informava a amigos: Temer iria indicá-lo para o Supremo.
Nem uma única frase sobre a crise, descontrole e pânico nas ruas do Espírito Santo: assaltos, tiros, saques, pancadaria... E prejuízos já caminhando para os R$ 100 milhões.
Intervenção do Exercito. E em Vitória, no bairro Itararé, conflito entre soldados e populares. A crise se espalhou, chegou a Vila Velha, Guarapari , Cachoeiro do Itapemirim...
Enquanto se decidia o futuro Supremo do passado ministro, sem Justiça e sem Segurança Pública a violência matava: até esta quarta, 90 mortos no Espírito Santo, Brasil.
Em 14 de julho passado um atentado terrorista matou 85 em Nice. Repercussão instantânea e, por aqui, muitos brasileiros chocadíssimos com as mortes... lá na França.

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