segunda-feira, 28 de maio de 2018

Pedro Parente e os efeitos da política “America First”, que ele implantou na Petrobras. Por Joaquim de Carvalho


Do Diário do Centro do Mundo:




Artigo de Joaquim de Carvalho

O ministro das Minas e Energia, Moreira Franco, avisou ao mercado, através da Folha de S. Paulo: Pedro Parente fica.
“É como na música do Tim Maia: não há motivo (para ele sair)”, disse.
Não?
A histórica Associação dos Engenheiros da Petrobras, que existe praticamente desde a campanha o Petróleo É Nosso, analisou a política de preços implementada por Pedro Parente, que eu reproduzo aqui, na forma de perguntas e respostas?
Qual a política de preços implementada por Pedro Parente?
Resposta:  A Petrobras adotou nova política de preços dos combustíveis em outubro de 2016. A partir de então, foram praticados preços mais altos que viabilizaram a importação por concorrentes.
Quem ganhou com essa política?
Resposta: A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada. A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes. A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel importado dos EUA que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 superou 80% do total importado pelo Brasil.
Foi uma política boa para os americanos, então?
Resposta: Ganharam os produtores norte-americanos, os “traders” multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil. Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobras, a União e os estados federados com os impactos recessivos e na arrecadação. Batizamos essa política de “America first! ”, “Os Estados Unidos primeiro!”.
Mas as analistas da velha imprensa dizem que, se não houvesse essa política, a Petrobras quebraria. Quebraria mesmo?
Resposta: Diante da greve dos caminhoneiros assistimos, lemos e ouvimos, repetidamente na “grande mídia”, a falácia de que a mudança da política de preços da Petrobras ameaçaria sua capacidade empresarial. Esclarecemos à sociedade que a mudança na política de preços, com a redução dos preços no mercado interno, tem o potencial de melhorar o desempenho corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços nas refinarias seja significativa, na medida em que a Petrobras pode recuperar o mercado entregue aos concorrentes por meio da atual política de preços. Além da recuperação do mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir porque a demanda se aquece com preços mais baixos.
Mas a política implementada por Pedro Parente não fortaleceu a empresa?
Resposta: Não. A atual direção da Petrobras divulgou que foram realizados ajustes na política de preços com o objetivo de recuperar mercado, mas até aqui não foram efetivos. A própria companhia reconhece nos seus balanços trimestrais o prejuízo na geração de caixa decorrente da política adotada.
Outra falácia repetida 24 horas por dia diz respeito a suposta “quebra da Petrobras” em consequência dos subsídios concedidos entre 2011 e 2014. A verdade é que a geração de caixa da companhia neste período foi pujante, sempre superior aos US$ 25 bilhões, e compatível ao desempenho empresarial histórico. Em 2011, foram 33,03 bilhões de dólares gerados pela companhia; em 2012, 27,04; em 2013, 26,03; em 2014, 26,6; em 2015, 25,9; em 2016, 26,10; e em 2017, 27,11.
É possível ter uma Petrobras forte com preços dos combustíveis mais baixos:
Resposta: A Petrobras é uma empresa estatal e existe para contribuir com o desenvolvimento do país e para abastecer nosso mercado aos menores custos possíveis. A maioria da população quer que a Petrobras atue em favor dos seus legítimos interesses, enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros de curto prazo.
Nossa Associação se solidariza aos consumidores brasileiros e afirma que é perfeitamente compatível ter a Petrobras forte, a serviço do Brasil e preços dos combustíveis mais baixos e condizentes com a capacidade de compra dos brasileiros.
Como se vê, Pedro Parente foi bom para os americanos, não para os brasileiros. Tucano, com experiência na gestão de fortunas pessoais e em empresas multinacionais, deixou na Minas e Energia, quando ministro, o legado do apagão entre 2001 e 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Voltou ao governo com o golpe de 2016. Para ser mantido na empresa, é porque tem costas quentes. Para derrubá-lo, os petroleiros iniciam na quarta-feira uma greve na empresa.
A reivindicação é trabalho.
Os petroleiros querem que as refinarias voltem a operar na sua capacidade plena, para garantir a produção de derivados do petróleo, como gasolina, gás e querosene a preços fixados em real, não em dólar.
Só assim o brasileiro deixará de viver o absurdo de pagar R$ 5,00 pelo litro da gasolina em Foz do Iguaçu, no Paraná, e, ao atravessar a fronteira, abastecer a R$ 2,50 em Ciudad del Leste, no Paraguai.
Brazil first; Pedro Parente, go home.

Um comentário:

  1. Você Está Tendo Prejuízos Com A Greve Dos Caminhoneiros? Então EXIJA A SAÍDA Do Presidente Da Petrobras! Ele É O Maior Culpado Desta Calamidade Toda! #ForaPedroParente
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