quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Angela Merkel diz que Bolsonaro tornará difícil acordo União Europeia-Mercosul




Jornal GGNA imprensa internacional e nacional repercute nesta quarta (12) a declaração da chanceler alemã Angela Merkel, que demonstrou interesse em aprovar um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul ainda neste ano. O motivo? A posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, tornará mais difícil que a negociação que se arrasta há anos saia do papel.
 
"O tempo para um acordo entre a UE e Mercosul está se esgotando. O acordo deve acontecer muito rapidamente, pois, do contrário, não será tão fácil alcançá-lo com o novo governo do Brasil", disse Merkel ao responder a uma pergunta de um deputado durante reunião do Parlamento alemão.
 
Merkel disse também, segundo relatos da Folha de S. Paulo, que enxerga com certa preocupação a decisão do Brasil de não querer sediar a próxima Conferência do Clima. A presidência da França já avisou que se o País sob Bolsonaro se retirar do acordo em prol do meio ambiente, negociações comerciais serão prejudicadas.
 
Desde a eleição presidencial no Brasil os europeus demonstram preocupação em relação a Bolsonaro. O deputado português Francisco Assis, presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Mercosul, chegou a afirmar que "era necessário tentar fechar algum tipo de entendimento comercial ainda durante o governo do presidente Michel Temer", reportou o DW.
 
Em defesa do Brasil, a equipe de Temer diz que já flexibilizou tudo que podia numa tentativa de provar o interesse em fechar o acordo em blocos. Mas a União Europeia não teria cedido em alguns aspectos que comprometem o consenso.
 
"As negociações entre a UE e o Mercosul se arrastam há mais de duas décadas. Em 2004, os dois blocos chegaram a trocar propostas, mas a iniciativa fracassou diante da discordância sobre a natureza dos produtos e serviços que seriam englobados no acordo. Os sul-americanos queriam mais acesso ao controlado mercado agrícola europeu. Já a UE desejava avançar no setor de serviços e comunicações dos países do Mercosul", explicou o DW.
 
"Nos últimos três anos, as negociações tiveram um progresso mais significativo, mas ainda esbarram em várias divergências envolvendo a indústria automobilística dos dois países e a circulação de produtos como carne bovina. Várias associações de produtores europeus temem a concorrência dos brasileiros, já os brasileiros não ficaram satisfeitos com o sistema de cotas oferecidos pelos europeus", acrescentou.

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