Em uma das cenas mais deploráveis já vistas na Câmara dos Deputados, deputados da Oposição que estiveram hoje na Casa estenderam uma faixa em aopoio ao presidente dos Estados Unidos, que taxou os produtos brasileiros em 50%. Além de estampar o nome de Trump, a faixa tinha também o slogan do governo norte-americano “Make America great again” (Faça a América grande novamente).
Do ICL:
OPOSIÇÃO CONTRA O BRASIL
O gesto aconteceu depois da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de proibir a realização de reuniões de comissões que tinham o objetivo de apoiar Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal.
A decisão de Motta, que suspendeu as sessões deliberativas que seriam comandadas por parlamentares do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi tomada momentos antes da realização de um das sessões, que tinha na pauta moções de apoio político ao ex-presidente. Jair Bolsonaro deveria comparecer à sessão, mas desisitiu.
Mesmo com o cancelamento, deputados da oposição estiveram na Câmara e, em sinal de protesto, estenderam a tal faixa em apoio a Trump, o que gerou reações negativas entre os próprios presentes.
A proibição foi oficializada por meio de ato publicado no Diário Oficial da Câmara. Hugo Motta justificou a medida em razão de obras em andamento na sede legislativa e reiterou que atividades parlamentares estariam suspensas durante o chamado “recesso branco”. Apesar disso, aliados de Bolsonaro insistiram em convocar sessões das comissões que presidem.
Durante uma coletiva organizada após a suspensão das sessões, os deputados Sargento Fahur (PSD-PR) e Delegado Caveira (PL-PA) ergueram uma bandeira dos Estados Unidos em homenagem a Donald Trump. O gesto gerou incômodo, com alguns parlamentares pedindo a retirada da bandeira. “Tira essa bandeira daqui”, reagiu um deputado.
Questionado sobre o episódio, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública, negou constrangimento, mas justificou a retirada: “Não é o foco aqui hoje”. Ele ainda comentou que ações de Trump seriam uma reação à diplomacia do governo Lula: “Um trabalho ruim recebe a resposta da comunidade internacional”.

Placa com o nome de Jair Bolsonaro, que deveria ir à reunião de comissão na Câmara (Foto: Rede social)
Oposição tenta manter reuniões das comissões
Mesmo com a proibição oficial, um grupo da Comissão de Segurança Pública se reuniu informalmente e exibiu uma placa com moção de apoio a Bolsonaro. “É uma decisão que nos impede de expressar nossa opinião”, declarou Bilynskyj, alegando que havia quórum para a reunião.
Filipe Barros (PL-PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores, afirmou que a oposição pretende mobilizar sua base fora do Congresso. “Apesar do recesso branco, não teremos descanso. Vamos às nossas bases conversar com a militância e convocar manifestações nas ruas”, disse.
Além da bandeira de Trump, outro ponto de tensão foi o uso de uma placa com o nome de Jair Bolsonaro durante a coletiva. O item foi levado por aliados liderados pelo deputado Zucco (PL-RS), mas gerou preocupação entre alguns colegas.
O General Pazuello (PL-RJ) expressou receio de que o ato pudesse prejudicar Bolsonaro. “Não coloca placa do Bolsonaro, ele já está exposto demais”, alertou. Segundo ele, o uso do nome poderia dar a entender que o ex-presidente estava presente, o que não ocorreu.
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