Rompidas
com o governo, por terem seus interesses corporativos contrariados nos vetos ao
Ato Médico e com a implementação do programa Mais Médicos, entidades médicas
prometem campanha contra a reeleição da presidente em 2014, como resposta às
novas medidas para a área da Saúde e principalmente pela criação do programa
Mais Médicos; o discurso é feito às claras; segundo o presidente da Associação
Médica Brasileira, Florentino Cardoso, os médicos marcarão posição antigoverno
aos pacientes; "Não é o candidato A ou B, o sentimento é escolher um
candidato que, certamente, não será a presidente Dilma"; no cálculo do
presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, a classe
consegue decidir 40 milhões de votos; ministro da Saúde, Alexandre Padilha
"lamenta a truculência e a arrogância de grupos isolados"
15 de Outubro de 2013 às 09:49
247 – Revoltados com as novas
medidas anunciadas pelo governo federal na área da Saúde, os médicos prometem
uma ofensiva contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff na eleição de
2014. Rompidas com o governo, as entidades de classe estão insatisfeitas
principalmente com a aprovação, na Câmara dos Deputados, da medida provisória
que cria o programa Mais Médicos. O texto retira dos Conselhos Regionais de
Medicina, ainda, o papel de conceder o registro profissional para os médicos
que trabalham no Brasil.
Essas associações também
defenderam os protestos ocorridos em diversos locais do País contra a
contratação de médicos estrangeiros para trabalhar em regiões longínquas, onde
há falta de profissionais. Agora, a ofensiva será focada na influência que os
médicos têm sobre os pacientes, especialmente em locais menos favorecidos. A
intenção é, num discurso indireto, fazer com que a população que frequenta os
hospitais ou postos de saúde desses médicos não votem na presidente Dilma
Rousseff no ano que vem.
O discurso é feito às claras.
"Um número muito grande de médicos que nunca se envolveu em eleições está
determinado a se envolver, mas influenciando, não se candidatando. É muito
comum os pacientes perguntarem para a gente, em período eleitoral, em quem
vamos votar, principalmente nas regiões menos favorecidas. Há um movimento
grande da classe médica para participar da política dessa forma. Não é o
candidato A ou B, o sentimento é escolher um candidato que, certamente, não
será a presidente Dilma", diz o presidente da Associação Médica Brasileira
(AMB), Floriano Cardoso, segundo reportagem do jornal O Globo.
No cálculo do presidente da
Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, se mobilizada, a classe
médica consegue decidir 40 milhões de votos em 2014, com base no fato de que
cada profissional influencia cerca de cem pessoas – pacientes e seus
familiares. Em sua avaliação, hoje, 90% dos médicos são oposição ao governo.
"A classe médica sente que está sendo tratada de forma errada pelo
governo, com reivindicações desconsideradas", diz. Em São Paulo, onde o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, será candidato ao governo, haverá
campanha massiva diretamente contra ele.
Padilha lamenta arrogância
Em resposta sobre as ações do que
considera ser "grupos isolados" da classe médica, o ministro da Saúde
escreveu um email pelo qual lamenta a "truculência e a arrogância"
dos profissionais "que se posicionam contra o programa". O petista
lamenta ainda a "atitude do presidente de uma entidade médica de fazer
esse movimento após o debate do Mais Médicos, que foi pedido por prefeitos de
todos os partidos, inclusive do PSDB". Padilha finaliza escrevendo:
"Sou médico, tenho orgulho da minha profissão, mas estou ministro da Saúde
e tenho de agir com foco nas necessidades da população brasileira".
Em entrevista ao jornal
Brasil Econômico nesta segunda-feira 14, Alexandre Padilha declarou que torce
para que o programa não seja usado como tema eleitoral. "Foi um esforço de
todos os prefeitos, de todos os partidos. Ele só se transforma em um tema
eleitoral se a oposição cometer o erro de atacar esse programa. Será um erro
duplo porque vai atacar um programa que é uma necessidade para o país e que foi
solicitado por prefeitos também da oposição", afirma.
Aprovação
A ofensiva por parte dos médicos,
no entanto, é contra uma população que aprova a iniciativa do governo de
contratar mais profissionais, brasileiros e de outros países. De acordo com uma
pesquisa Datafolha divulgada em 12 de agosto, 54% dos entrevistados são
favoráveis ao Mais Médicos. A mesma pesquisa, realizada em junho, havia
registrado índice de aprovação de 47%. Ao mesmo tempo, a rejeição ao programa
diminuiu, de 48% em junho para 40% em agosto. A maioria das pessoas que aprova
a contratação de mais médicos em regiões onde há falta de profissionais é do
Nordeste, um dos locais onde há mais déficit.
Eles podem espernear do jeito que quiserem... O povo não vai "engolir" o "lobby" deles eu isso já ficou muito bem definido na tentativa de boicote ao médicos estrangeiros. A opinião pública já se posicionou e só mesmo uma minoria de médicos apoia suas entidades de classe, que são naturalmente corporativistas.
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