Este sábado, 31 de dezembro, marca o fim da era do governo de Jair Bolsonaro (PL). Sem apoio das instituições para um golpe, o ainda mandatário deixou o Brasil nesta sexta-feira (30) e partiu para os Estados Unidos. O jornalista Renato Essenfelder, sem citar nomes, escreveu sobre o “adeus” emcolunano Estadão.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
“O homem minúsculo, o homúnculo, apagou as luzes do palácio e foi dormir. Depois de tanto bradar, gritar e babar, depois de ameaçar e conspirar à luz do dia, incessantemente, calou-se. Recolheu-se à insignificância que o espera. Amém”, comemorou Essenfelder.
O jornalista, no entanto, questionou: “Como os livros de história no futuro irão se referir a esse homem tão pequeno? Terá alguma importância, o seu nome, ou irão se interessar apenas pelo surto coletivo que se apossou de milhões de brasileiros, por meia década ao menos, e que resultou na eleição de um ninguém, um nada, um palhaço macabro? Um fantasma descarnado, insepulto e obcecado pela morte, sua especialidade, no qual milhões projetaram suas próprias fantasias autoritárias. Como? Por quê?”
“Os livros de história no futuro talvez falem de um homem minúsculo que emergiu dos porões sujos do Congresso Nacional, já em avançado estado de decomposição moral e física, para canalizar todo o ressentimento de uma nação. Esse vórtice de maldade, cercado por gente ainda menor, ainda mais ridícula e ignorante orbitando ao redor de sua sombra”, continuou.
Essenfelder, então, relembra que o “homem pequeno veio e apequenou o país inteiro, apequenou o Estado e as suas instituições, apequenou o povo, os amigos, as famílias. Destruiu, passou bois e boiadas, sufocou, boicotou, conspirou, enquanto ocupavamo-nos de sobreviver. Mas então, enfim consciente da sua pequenez, emudeceu no canto do palácio vazio, vítima da própria insignificância”.
“Depois de destruir e destruir e destruir, descobriu-se incapaz, impotente, brocha. Um fantasma de brochidão e fraqueza, incapaz de fecundar o que quer que seja – planos, corpos, natureza. Homens pequenos não constroem coisa alguma”, continou.
“Já era hora de dar um basta, já era hora de lembramos a nós mesmos que o homem pequeno é pequeno demais para um país tão grande”, concluiu.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), junto à Polícia Federal (PF), deflagrou megaoperação, nas primeiras horas desta quinta-feira (29/12), para prender extremistas que tentaram invadir a sede da PF, na Asa Norte, em Brasília, no último dia 12 de dezembro.
As equipes cumprem 32 mandados de busca e apreensão e de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além do DF, a Operação Nero é deflagrada simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
Helicóptero da Polícia Federal utilizado durante a operação Foto cedida ao Metrópoles
Foi deflagrado, na manhã desta quinta-feira (29/12), pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e pelo Polícia Federal a Operação Nero, que visa identificar e punir os envolvidos em atos de vandalismo ocorridos em Brasília, em 12 de dezembroMaterial cedido ao Metrópoles
As equipes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da Polícia Federal (PF) cumprem 32 mandados de busca e apreensão e de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)Material cedido ao Metrópoles
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Além do DF, a Operação Nero é deflagrada simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de JaneiroMaterial cedido ao Metrópoles
As apurações contaram com métodos de inteligência policial, oitivas e análises de fotos e vídeos registrados no dia do ataqueMaterial cedido ao Metrópoles
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Apesar das cenas de terror registradas no centro da capital federal, nenhum suspeito foi levado para a delegacia após os atos de vandalismoMaterial cedido ao Metrópoles
Os suspeitos podem responder pelos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.Material cedido ao Metrópoles
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Helicóptero da Polícia Federal utilizado durante a operação Foto cedida ao Metrópoles
Foi deflagrado, na manhã desta quinta-feira (29/12), pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e pelo Polícia Federal a Operação Nero, que visa identificar e punir os envolvidos em atos de vandalismo ocorridos em Brasília, em 12 de dezembroMaterial cedido ao Metrópoles
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A coluna Na Mira apurou que um dos alvos do mandado de prisão é a bolsonarista Klio Hirano. Ela foi presa nessa quarta-feira (28/12). Os demais envolvidos são procurados na ação desta manhã.
Nas mídias sociais, Klio exibe uma série de publicações, vídeos e fotos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília e em encontro com outros autodenominados “patriotas”.
Outro alvo detido pelas forças policiais é Átila Reginaldo Franco de Melo, 41 anos, que recebeu voz de prisão em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Átila fez campanha para Bolsonaro e chegou a passar pelo acampamento do QG do Exército em Brasília, juntamente com a esposa.
O terceiro detido é Joel Pires Santana, 40 anos, nascido em Cacoal (RO) e pastor evangélico. Ele foi detido em Rondônia e participa com frequência dos atos antidemocráticos em Brasília.
Já Ricardo Yukio Aoyama, 33 anos, não chegou a ser preso, mas sua casa, em Rondônia, foi alvo de busca e apreensão. No imóvel, os agentes encontraram uma pistola. Ele não estava na residência é considerado foragido da Justiça.
Conforme investigação da PCDF e da PF, Ricardo teria sido o responsável por comprar combustíveis durante os atos de vandalismo em Brasília. No dia dos ataques, dezenas de veículos foram incendiados na região central da cidade. Nas redes sociais, Ricardo se apresenta como apoiador do presidente Bolsonaro.
A PF e a PCDF confirmaram ao Metrópoles que Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32 anos, suspeito de participar da tentativa de atentado perto do Aeroporto de Brasília, no último sábado (24/12), também está entre os alvos da Operação Nero. O criminoso é considerado foragido da Justiça e é procurado no país inteiro.
Até o momento, 40 pessoas foram identificadas por participação nos atentados na capital do país.
Veja fotos dos detidos:
Alan Rodrigues é suspeito de ser um dos responsáveis pela tentativa de atentado no Aeroporto de Brasília. Ele é considerado foragido da JustiçaMatheus Veloso/Metrópoles
Bolsonarista Klio Hirano, 40 anos, é uma das detidas na Operação NeroReprodução/Instagram
Átila Reginaldo Franco de Melo, 41 anos, foi detido em São Gonçalo, no Rio de Janeiro
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Joel Pires Santana, 40 anos, foi detido pela PF e pela PCDF em RondôniaMaterial cedido ao Metrópoles
Ricardo Yukio Aoyama, 33 anos, foi alvo de busca e apreensão, em Rondônia. Ele é acusado de ter comprado combustíveis no dia do quebra-quebra em BrasíliaMaterial cedido ao Metrópoles
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Alan Rodrigues é suspeito de ser um dos responsáveis pela tentativa de atentado no Aeroporto de Brasília. Ele é considerado foragido da JustiçaMatheus Veloso/Metrópoles
Bolsonarista Klio Hirano, 40 anos, é uma das detidas na Operação NeroReprodução/Instagram
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A investigação — conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor) — e pela Polícia Federal revelou que os vândalos estavam acampados em frente ao QG do Exército ou passaram pela concentração de bolsonaristas.
Após análises detalhadas, policiais civis identificaram a participação de cada um dos presos nos atos e detectaram, ainda, três responsáveis por comprar os combustíveis usados na depredação de bens públicos e particulares.
No total, os grupos de pessoas vestidas com camiseta verde e amarela incendiaram 25 carros e cinco ônibus. Os vândalos depredaram comércios, postos de combustíveis e até a sede da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central).
Investigações
As apurações contaram com métodos de inteligência policial, oitivas e análises de fotos e vídeos registrados no dia do ataque. Apesar das cenas de terror registradas no centro da capital federal, nenhum suspeito foi levado para a delegacia após os atos de vandalismo.
Câmeras da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) captaram como os vândalos espalharam o medo pelas vias S1 e N1 do Eixo Monumental, mesmo com patrulhamento ostensivo na região. Em uma delas, é possível ver extremistas queimarem caçambas de lixo e correrem pela pista sem serem abordados por policiais.
Assista:
Os ataques que aterrorizaram os brasilienses seguiram-se à prisão do indígena conhecido como Cacique Tserere. Alguns dos envolvidos justificaram o ato com a alegação de que agentes da Polícia Federal “prenderam injustamente um indígena”.
O Metrópoles apurou que o indígena lidera um grupo Xavante e apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). Bastante conhecido entre manifestantes acampados há dias em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, Tserere chegou a fazer discursos inflamados contra o ministro Alexandre de Moraes.
Manifestantes atearam fogo em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles
Manifestantes atearam fogo em carro em posto de gasolina próximo à sede da PFMatheus Veloso/Metrópoles
Botijões de gás espalhados em pistaMatheus Veloso/Metrópoles
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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) ateiam fogo em diversos carros pela capital federalMatheus Veloso/Metrópoles
Ao menos cinco ônibus foram queimadosMatheus Veloso/Metrópoles
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Os manifestantes também tentaram bloquear a via W3 Norte, ateando fogo em conesMatheus Veloso/Metrópoles
A força de segurança foi reforçada no hotel Meliá 21, local em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está hospedadoMatheus Veloso/Metrópoles
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Manifestantes atearam fogo em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles
Letreiro de ônibusMatheus Veloso/Metrópoles
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Manifestantes atearam fogo em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles
Vidro quebrado em loja de shoppingMatheus Veloso/Metrópoles
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Clientes dentro de shopping aguardam diminuição da movimentação próximo à sede da PFMatheus Veloso/Metrópoles
Manifestantes atearam fogo em carros na área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles
Manifestantes atearam fogo em carro em posto de gasolina próximo à sede da PFMatheus Veloso/Metrópoles
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Os manifestantes depredaram uma unidade do McDonald’s e carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte (SHN) foram depredadosVinícius Schmidt/Metrópoles
Manifestantes sentam no chão, na via W3 Norte, e pedem presidente BolsonaroVinícius Schmidt/Metrópoles
Idosa se ajoelha no chãoMatheus Veloso/Metrópoles
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Eles cantaram o Hino NacionalVinícius Schmidt/Metrópoles
O grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou invadir o prédio da PF, na Asa NorteMatheus Veloso/Metrópoles
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Em resposta, os grupos de forças de segurança soltaram bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borrachaMatheus Veloso/Metrópoles
Os manifestantes incendiaram diversos carros e, ao menos, cinco ônibus pela área central de BrasíliaMatheus Veloso/Metrópoles
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O trânsito de veículos na área central foi bloqueadoMatheus Veloso/Metrópoles
Segundo nota da SSP-DF, a Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenárioMatheus Veloso/Metrópoles
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O futuro Ministro da Justiça, Flávio Dino, convocou uma coletiva de imprensa no CCBBMatheus Veloso/Metrópoles
“Este é um momento delicado e que exige bom senso de todos os envolvidos no intuito de cumprir a lei, manter a ordem e garantir a segurança das pessoas”, afirmou Anderson Torres à coluna Grande AngularMatheus Veloso/Metrópoles
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A revolta começou após a Polícia Federal (PF) ter prendido o indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante, o Tserere XavanteVinícius Schmidt/Metrópoles
Os manifestantes depredaram uma unidade do McDonald’s e carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte (SHN) foram depredadosVinícius Schmidt/Metrópoles
Manifestantes sentam no chão, na via W3 Norte, e pedem presidente BolsonaroVinícius Schmidt/Metrópoles