MÍDIA aMESTRADA ESCONDE
DEVASSA EM ANDREA matarazzo, O FAZ TUDO DO PSDB
Fonte: brasil 247
Segundo
vereador mais votado de São Paulo e do Brasil, com 117 mil votos, titular da
Secom e embaixador do Brasil em Roma no governo Fernando Henrique, de quem foi
tesoureiro da campanha à reeleição, secretário de Energia de Mario Covas, chefe
das Subprefeituras com José Serra e secretário de Cultura de Geraldo Alckmin;
largo currículo do polivalente Andrea Matarazzo não foi suficiente para que seu
nome fosse destacado pela mídia tradicional na notícia da quebra, pela Justiça,
de seus sigilos bancário e fiscal sob suspeita de envolvimento no escândalo de
corrupção Alstom-Siemens; Veja.com, após o surgimento do fato, optou por tratar
de assunto econômico (acima); seria como informar que a AP 470 tem 42 réus, sem
lembrar que os famosos José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, do PT, estão
entre eles; dá para entender de onde Andrea retira toda essa influência para
proteger-se?; investigação formal, agora, vai ajudar a responder estas e outras
interrogações
30 DE
SETEMBRO DE 2013 ÀS 21:02
Brasil 247
– Por que o vereador Andrea
Matarazzo tem tanta força na mídia tradicional?
O
que fez dele um homem tão forte, desde o início de sua carreira política, na
mais alta cúpula tucana?
Como
ele conseguiu começar por cima sua carreira na vida pública, em 1991, e cumprir
uma trajetória ascendente, ininterrupta e repleta de poder, nos últimos 22
anos, em todas, sem exceção, as administrações tucanas no plano federal
(Fernando Henrique), estadual (governos paulistas de Mario Covas, José Serra e
Geraldo Alckmin) e municipal (gestões Serra e Gilberto Kassab)?
Por
ser sobrinho-neto do histórico conde Francesco Matarazzo?
Ou
por ser repositário de segredos bem guardados no ninho tucano paulista, ao
menos até o estouro das denúncias do escândalo Alstom-Siemens, de desvio de
verbas e corrupção no sistema de transportes públicos em São Paulo?
Estas
e outras interrogações poderão ser mais precisamente respondidas a partir de
agora.
Nesta
segunda-feira 30, a Justiça determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário
de Matarazzo, além de dez outros suspeitos de envolvimento no escândalo que
abala o moral dos tucanos paulistas. A maioria dos nomes é de gente
desconhecida do público brasileiro (lista abaixo), entre os quais executivos
das duas multinacionais envolvidas no esquema. Há, além deles, o nome do
ex-presidente do Metro José Fagali Neto.
Mesmo
sendo o personagem, disparado, de maior peso nesta turma da pesada, como prova
da influência de Matarazzo na mídia tradicional seu nome ficou de fora dos
títulos de destaque dos portais UOL, IG e G1.
Essas
fontes noticiaram o fato, na tarde desta segunda 30, após a informação,
levantada pelo jornalista Fausto Macedo, ter sido dada em primeira mão no
Estadão.com.
Registre-se:
na própria página virtual do jornalão paulista, porém, o nome de Matarazzo
igualmente foi poupado do devido destaque.
Do
ponto de vista jornalístico, noticiar, com a máxima discrição possível, a
devassa que está para ser iniciada na vida financeira e tributária de Andrea
Matarazzo não se justifica, seja qual for o ângulo pelo qual se examine a
questão. Afinal, ele mesmo foi saudado, pela mesma mídia, no final do ano
passado, como o segundo vereador mais votado de São Paulo e do Brasil, graças
aos mais de 117 mil votos na eleição paulistana do ano passado.
Entre
os tucanos, Matarazzo sempre foi o campeão. Um verdadeiro faz tudo. Além do
feito político de, em sua primeira tentativa, bater todos os outros
concorrentes do partido, Matarazzo é um polivalente do setor público tucano:
foi secretário de Energia e presidente da estatal Cesp no governo Mario Covas,
ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Fernando
Henrique, do qual também foi embaixador em Roma, secretário municipal de
Serviços, primeiro, e das Subprefeituras, em seguida, na gestão de José Serra
na Prefeitura paulistana, e, ufa!, secretário estadual de Cultura na gestão de
Geraldo Alckmin.
Constaria
de qualquer manual de jornalismo que uma notícia do porte da quebra de sigilos
de um tucano como Matarazzo, dentro do pacote do rumoroso escândalo
Siemens-Alstom, deveria ser um chamariz de leitura. Mas, do ponto de vista de
sintonia com os tucanos, é, de fato, melhor que ele não apareça tanto quanto
deveria. Não pega bem...
Para
efeito de comparação, seria como se todos esses portais da mídia tradicional
noticiassem que a Ação Penal 470, em julgamento no Supremo Tribunal Federal,
analisa o envolvimento em corrupção de 42 réus. E não, como aconteceu, dos
ex-presidente do PT José Dirceu e José Genoíno, e do ex-tesoureiro do partido
Delúbio Soares.
Qual
é a notícia mais forte: 42 réus são julgados na AP 470 ou Dirceu, Genoíno,
Delúbio e outros 39 são réus no Supremo?
A
resposta é óbvia.
Há,
ainda, uma agravante. Assim como Delúbio foi tesoureiro do PT, Matarazzo foi
apresentado, na campanha de reeleição de Fernando Henrique, em 1998, também
como tesoureiro da campanha tucana. Ele nunca teve receio de arrecadar dinheiro
para seu partido.
A
quebra de seu sigilo bancário fornecerá informações importantes sobre sua
eventual participação no escândalo Alstom-Siemens. Mas não apenas. Poderá
esclarecer muito sobre o modus operandi do partido no poder.
Além
de todos os cargos, Matarazzo desfruta da intimidade dos mais emplumados
tucanos. Com Mario Covas, de quem era difícil divergir, o atual vereador foi um
secretário de Energia e presidente da Cesp que privatizou a companhia por um
modelo muito criticado na ocasião, inclusive com críticas do próprio
governador. Considerada a estatal mais bem estrutura do Estado, a Cesp foi
fatiada em 11 partes, sendo arrematada pelo mercado a preços que poderiam ser
bem maiores do que os valores apurados no encerramento das operações que
liquidaram a estatal, segundo especialistas do setor.
Diante
do anti-tabagista militante José Serra, Matarazzo deu impressionantes mostras
de segurança ao, em diferentes ocasiões, baforar a fumaça de seus cigarros
sobre o rosto do ex-ministro da Saúde. Quem poderia fazer isso sem medo de uma
reprimenda humilhante?
O
pai de Andrea, Giannandrea Matarazzo, morto em 2011, foi presidente do Conselho
Administrativo do colégio Dante Aliguieri, talvez o mais tradicional de São
Paulo, e da sua associação de ex-alunos. Durante sua gestão neste último cargo,
surgiram denúncias de desvios de verbas. O caso foi noticiado pelo jornal Folha
de S. Paulo num dia e, em seguida, nunca mais apareceu em sua páginas. Nova
prova de forte influência do tucano que poderá ser melhor compreendida a partir
de agora.
A
seguir, lista dos 11 nomes cujos sigilos bancário e fiscal foram quebrados pela
Justiça nesta segunda 30:
Andrea Matarazzo, Eduardo José
Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre
Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu
Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles Lopez de Arias e Jorge Fagali
Neto, (ex-presidente do Metrô).