sexta-feira, 2 de junho de 2023

O Balcão de negócios - na base da chantagem - de Arthur Lira e seu Centrão

 A filosofia predominante na Câmara dos Deputados é o dinheiro.  Dinheirismo.  Se não tiver grana na frente, a mercadoria, o voto, não sai.

Balcão de secos e molhados de Lira

O que menos importa, na atual Câmara dos Deputados, é debater o assunto do ponto de vista das idéias.

Arthur Lira e plenário da Câmara
Arthur Lira e plenário da Câmara (Foto: Agência Câmara)

Segue o artigo de César Fonseca,  repórter de política e economia:

O negócio está escancarado. 

 A filosofia predominante na Câmara dos Deputados é o dinheiro.

 Dinheirismo. 

 Se não tiver grana na frente, a mercadoria, o voto, não sai. 

 Emendas parlamentares, emendas de bancadas, emendas de comissão: no circuito pelo qual os projetos precisam passar para serem aprovados, a lei é uma só: pingar a grana.

 O que menos importa é debater o assunto do ponto de vista das idéias. 

 Os parlamentos se primam por ser locais onde a circulação de ideias e argumentos se unem para formar convicções políticas, morais, éticas, etc.

 Esquece, isso é coisa da antiga. 

 Agora, não, é outro papo. 

 Para o assunto andar, é preciso molhar as mãos de vossas excelências  com o vil metal, expresso em emenda parlamentar.

 A entrega da mercadoria, a tempo e a hora, depende, portanto, desse pressuposto fundamental, como diria Tom Jobim, quando, nos anos 1960, foi contatado por Lúcio Rangel, para fazer música solicitada por Vinícius de Moraes, segundo depoimento de Sérgio Cabral: "Tem dinheirim nesse negócio aí". 

 O craque da Bossa Nova, que iria, junto com o poetinha diplomata, explodir no mundo com Garota de Ipanema, na voz de Frank Sinatra, era, naquela ocasião, um tremendo Durango Kid, tocando na noite do Rio, em meio a fumaças e cervejas, nas boates, para comprar o lei das crianças etc. 

 Mas, então, é isso, voltando ao Armazém do Lira: a galera no plenário, de boca aberta, quer mamar. 

 E o apetite é profundo. 

 Lula, hoje, teve que soltar R$ 1,7 bi, para preservar organogranama do seu ministério com 37 pastas. 

 Caso contrário, o desenho ministerial da Esplanada, voltaria a ser de 23 ministérios, conforme deixou Bolsonaro.  

 Seriam eliminados os que Lula criou para conformar base social e econômica forte: Povos Indígenas, Cultura, Igualdade Racial, Transportes e Desenvolvimento e Indústria. 

 Já foram liberados, segundo Planalto, R$ 4,5 bilhões para o Armazém do Lira.

 Tem, ainda, em estoque, outros R$ 9,8 bilhões, que corresponderiam ao espúrio Orçamento Secreto, considerado ilegal pelo STF. 

 A Câmara, na gestão Arthur Lira, virou esgoto. 

 Lula tentou romper o cerco, para impedir derrota do chamado marco temporal, para demarcação das terras indígenas.

 Perdeu, fragorosamente, de lavada.

 O avisão foi dado. 

 Se não acelerar liberação de grana para o Armazém do chefe, que comanda 150 parlamentares, do chamado Centrão, não conseguirá governar, e o drama se arrastará numa briga sem fim, comprometendo o ano parlamentar. 

 Acossado, o titular do Planalto, sem maiores delongas, resolveu, nessa semana, tapar o nariz é atravessar o mar de merda, para ver se consegue se salvar.

 No limite da transação, cada vez mais espúria, emoldurada no formato legal, haverá ou não solicitação ao STF para colocar ordem no cabaré legislativo, como aconteceu com o orçamento secreto?

Augusto Heleno enfeza a farda de Caxias na CPI da Assembléia Distrital sobre o 8/1. Artigo de Homero Gottardello

 

Heleno tentou minimizar a infâmia dos atos golpistas na base da boa e velha desonradesdizendo, hoje, aquilo que vem afirmando há décadas – desde quando era ajudante de ordens, ou seja, moleque de recados de Sílvio Frota, ministro do governo de Ernesto Geisel e que tentou golpear o presidente à época, afirma o jornalista Homero Gottardello

Augusto Heleno e invasão bolsonarista ao Congresso em 8 de janeiro de 2023

Augusto Heleno e invasão bolsonarista ao Congresso em 8 de janeiro de 2023 (Foto: Marcos Corrêa/PR | Joédson Alves/Agencia Brasil)

 O depoimento do “generinho” Augusto Heleno, na manhã de hoje (01/06/2023), na CPI do 8/1, revelou a completa degradação do Exército Brasileiro, na medida em que aquele que é considerado um dos mais influentes na caserna se apresentou como uma espécie de Sancho Pança do quixotesco Jair Bolsonaro.

 Heleno tentou mostrar um perfil sensato e realista, diante das atitudes fantasiosas, para não dizer, dementes, do seu ex-amo. Aliás e como bom aio, o “generinho” lançou mão de todos os jargões consagrados pela falta de caráter e honradez para subestimar os atos golpistas. Então, com frases como “tirado de contexto”, “totalmente infundado”, “não era minha intenção”, “houve uma falha de fiscalização”, “espero que não tenha intimidado ninguém”, “isso é assunto sigiloso”, “mas eu não me lembro” e “eu lamento” tentou minimizar a infâmia na base da boa e velha desonra, desdizendo, hoje, aquilo que vem afirmando há décadas – desde quando era ajudante de ordens, ou seja, moleque de recados de Sílvio Frota, ministro do governo de Ernesto Geisel e que tentou golpear o presidente à época.

Se dizendo fidelíssimo a Bolsonaro até hoje, deixou escapar, aqui e ali, uma admiração platônica – para não dizer proctológica – pelo capitão, o que é uma coisa estranha à hierarquia militar. Por muito, mas muito menos do que o “generinho” fez, nesta manhã, eu perdi toda e qualquer admiração pelo meu próprio pai e, caso eu fosse filho, neto ou sobrinho de Heleno, mudaria até de nome, para evitar ser associado com alguém cujo caráter faz curvas, descreve parábolas e elipses. Quem já leu um único livro de história do Brasil, viu o “generinho” enxovalhar, deslustrar, amarfanhar a farda de Caxias e Osório, de Deodoro, que perdeu três irmãos na Guerra do Paraguai.

Depois de hoje, Heleno só se salva, mesmo perante os quartéis, se apresentar uma perícia médica constatando sua senilidade. Porque um homem capaz não pode se apresentar de forma tão depreciada, tão infamada. Acostumado a dar murros em mesas, a tratar jornalistas como soldados rasos, na base do grito, a histeria do “generinho” – lembrando que histeria vem do grego “ὑστέρα” e significa útero – deu lugar a uma fala mansa, defensiva, serena e em que a memória se negava a alcançar sua participação nos atos golpistas. “Eu vi tudo pela televisão”, disse Heleno, negando qualquer tipo de contributo ao episódio de 8 de janeiro, como Pedro, quando indagado pelos centuriões, negou Jesus. Um fracalhão...

“Ordeira e disciplinada”


Heleno estudou a vida inteira em escolas militares, gratuitamente, com dinheiro do contribuinte, e recebe um soldo (seus ganhos chegaram a R$ 54 mil mensais, durante o governo de Bolsonaro e, portanto, acima do teto constitucional, e devem ter retornado a R$ 23 mil) que faz inveja a muitos médicos, salva-vidas e defensores públicos. “Eu conheci os acampamentos por fotografias, mas era um lugar sadio, de muitas orações. Mas eu não sei como era a organização para alimentação e assistência, porque haviam muitas mulheres e muitas crianças. Uma manifestação ordeira e disciplinada”, disse o “generinho”, como se tanto os acampamentos quanto as invasões fossem ao acaso, uma casualidade.

Aqui, Heleno, que também é apelidado de Quasimodo, em virtude da semelhança física com o corcunda de Notre-Dame, parece fazer mais jus a esta alcunha do que à de Sancho Pança. No seu caso, a surdez, que em Quasimodo advém do badalar dos sinos da igreja, decorre de uma lesão espiritual e não auditiva; enquanto a paixão pela cigana Esmeralda se reproduz no fascínio, no apego e, quiçá, na chama, no desejo, no ardor, na volúpia e lascívia que não esconde por Bolsonaro. Mais que um paciente freudiano, que apresenta um grave quadro psiquiátrico, o “generinho” é uma figura sem noção, para usar um termo bastante atual, que chegou a agradecer um elogio sarcástico de um de seus indagadores, que o parabenizou por, supostamente, ter segurado o ímpeto golpista do ex-presidente de fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) e prender seus ministros, o que viabilizaria sua permanência no poder, mesmo após ser derrotado nas eleições.

Quando apertado, escorregou; sobre as urnas eletrônicas, não teve saída e disse que precisam “evoluir”; sobre sua famosa resposta negativa à pergunta de um correligionário, se “ladrão sobre a rampa?”, disse que era uma frase que não se reportava ao presidente Lula – insultando a inteligência de todos, com a resposta digna de um rato. Na verdade, Heleno mostrou que todo o investimento público feito na sua instrução e na sua carreira foi e segue sendo dinheiro público jogado fora. Com sua postura dissimulada, ignominiosa e anêmica em termos morais, talvez esteja mais para o personagem Rocinante do que, propriamente, para Sancho Pança.


“Parte da mídia apostou na derrota de Lula e errou”, diz Helena Chagas

 

De acordo com a jornalista, é 'hora de questionar essa narrativa de que toda vitória na Câmara é de Athur Lira e toda derrota é do Planalto'

Helena Chagas, Luiz Inácio Lula da Silva e a parte interna da Câmara

Helena Chagas, Luiz Inácio Lula da Silva e a parte interna da Câmara (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | ABR)

247 - A jornalista do 247 Helena Chagas questionou a interpretação de jornalistas da imprensa tradicional sobre a aprovação da Medida Provisória (MP 1154/2023), que reestrutura os ministérios. De acordo com a jornalista, não se pode atribuir o resultado da votação apenas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ela reforçou que as articulações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados foram determinantes para o placar de 337 votos favoráveis e 125 contrários ao texto. 

"Gente, não estou dizendo que o governo não continue em situação instável na Câmara, sem base consolidada. Mas dizer q a aprovação de uma MP por 337 votos — q muita gente dizia q seria derrotada — não é vitória do Planalto é forçar muito a barra. Parte da mídia apostou na derrota e errou, comprou a conversa de Lira — q é uma boa fonte. Simples assim. Hora de questionar essa narrativa de q toda vitória q ocorre na Câmara é de Lira. E q toda derrota é do Planalto. Menas, menas…", escreveu a jornalista no Twitter. 

Se o projeto não fosse aprovado, Lula continuaria com a estrutura ministerial anterior, de 23 e não 37 ministérios. A aprovação representou vitória do governo nas articulações. Mas algumas partes do projeto ainda enfrentam resistência de ativistas e de ministros como Sonia Guajajara (Povos Indígenas). 

Pelo projeto, o Ministério da Justiça e não a pasta dos Povos Indígenas é que fará a demarcação de terras. Também retira o Cadastro Ambiental Rural do Ministério do Meio Ambiente e deixa-o com o Ministério da Gestão. 

Três sistemas de informações sobre saneamento saem da pasta do Meio Ambiente e vão para a das Cidades. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deixa de ser unicamente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e também passa a ser administrada pelo Ministério da Agricultura.

Explicitamente morista e historicamente golpista, Globo tenta emparedar Cristiano Zanin e ataca Lula e Lewandowski

 

Jornal da família Marinho afirma que ex-ministro teve fidelidade "canina" ao presidente e diz que Zanin não pode agir da mesma maneira. Quem naturalmente podia agir assim eram os aliados de Bolsonaro, Kassio "com K" e o "terrivelmente evangélico" André Mendonça

Ricardo Lewandowski e Cristiano Zanin

Ricardo Lewandowski e Cristiano Zanin (Foto: Reprodução)

247 – O jornal O Globo, que transformou o ex-juiz suspeito Sergio Moro em herói, com a finalidade de promover o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff e prender Lula para que o Brasil fosse submetido a um choque neoliberal, que trouxe a fome de volta ao Brasil, se revoltou com a indicação do advogado Cristiano Zanin Martins ao Supremo Tribunal Federal. Segundo editorial do Globo, o presidente Lula "não parece nem um pouco interessado em nomear juízes que representem minorias desfavorecidas ou usufruam o prestígio de carreiras bem-sucedidas na academia e nos tribunais". De acordo com o jornal, "a indicação de Zanin deixa claro que seu critério tem menos relação com as exigências constitucionais para ocupar uma cadeira no STF — reputação ilibada e notório saber jurídico — do que com a fidelidade pessoal".

No mesmo editorial, o jornal da família Marinho ataca o ex-ministro Ricardo Lewandowski e tenta enquadrar Zanin. "Para ele, o desafio será livrar-se da pecha de ter sido indicado pelo motivo errado. O Supremo tem longo histórico de ministros que se libertaram das amarras que os prendiam aos presidentes responsáveis por escolhê-los. Nos dois primeiros mandatos, Lula indicou oito nomes ao STF, e apenas Lewandowski continuou sendo visto como caninamente fiel aos petistas. A maioria entendeu que o compromisso de quem é agraciado com a honra de integrar a mais alta Corte é com o Brasil, não com um líder político, partido ou ideologia. Com 47 anos, Zanin poderá ficar no Supremo até 2050. Terá tempo de sobra para demonstrar se pretende corresponder às demandas de Lula ou aos anseios do país", aponta o texto.


Da Reuters: A indicação de Cristiano Zanin - que se transformou em herói da luta democrática ao enfrentar o autoritarismo de Moro - para o STF

 

Indicado para o Supremo, o advogado Cristiano Zanin Martins derrubou, uma a uma, as acusações do ex-juiz parcial e suspeito (e assim foi declarado pelo STF e pela ONU) contra o presidente Lula

(Foto: Lula Marques | Senado | Ricardo Stuckert)

BRASÍLIA (Reuters) – Indicado por Luiz Inácio Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin Martins, 47 anos, ganhou notoriedade nacional pela defesa que fez do atual presidente da República durante as investigações da operação Lava Jato, após uma carreira discreta concentrada em litígios empresariais.

Formado em Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 1999, o indicado ao Supremo chegou ao posto de principal advogado de Lula por um elo de família. Ele tem como sócia em seu escritório a esposa, Waleska Zanin Martins, com quem tem três filhos. Waleska é filha de Roberto Teixeira, compadre de Lula e que há décadas atuava como advogado do ex-presidente.

No posto de defensor do petista, Zanin derrubou uma a uma as ações na Justiça contra ele, inclusive a mais importante delas, liderada pelo então juiz da Lava Jato, atual senador Sergio Moro (UB-PR).

Sua principal linha da defesa de Zanin, que ele chegou a apresentar em foros internacionais, foi apontar que Moro era parcial, e tinha objetivos políticos ao mirar Lula.

O advogado martelou que Lula era alvo de "lawfare", termo que mistura as palavras lei e guerra em inglês e define o "uso estratégico do Direito para fins de deslegitimar, prejudicar ou aniquilar um inimigo” – na cruzada, Zanin lançou livro do tema, até então pouco debatido no Brasil.

Até que as vitórias chegassem, no entanto, o advogado foi alvo de críticas, diante das derrotas que o petista obteve em diversas instâncias da Justiça que levaram, em 7 de abril de 2018, o então ex-presidente a ser preso por 580 dias após condenação em segunda instância em um dos processos da Lava Jato.

Lula chegou a ter temporariamente como um dos integrantes de sua defesa o ex-presidente do Supremo e ex-procurador-geral da República Sepúlveda Pertence.

Mas a maré virou a favor de Zanin após as revelações da "Vaza Jato", que trouxeram à tona as mensagens privadas trocadas entre Moro e os procuradores da Lava Jato, que incluíam comentários e orientações.

Meses depois, e com a atuação direta de Zanin, as condenações do ex-presidente decorrentes da operação foram anuladas, com o Supremo considerando Moro parcial em 2021, o que permitiu ao petista concorrer – e vencer – a corrida presidencial pela terceira vez em 2022 contra o então chefe do Executivo, Jair Bolsonaro.

Após o desfecho, Zanin voltou a atuar na área empresarial. Se em pareceria com o sogro Roberto Teixeira, cuidou de casos como a recuperação judicial da Varig e da falência da Transbrasil,mais recentemente atuou na revisão da leniência da J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, e foi contratado pelas Americanas, em meio à crise com os credores após o pedido de falência da varejista.

Mas Zanin nunca se afastou de Lula. Foi um dos coordenadores jurídicos da campanha petista ano passado e sempre esteve na bolsa de apostas para as indicações ao Supremo, onde seu nome não enfrenta resistências, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters.

A indicação, porém, não agradou unanimemente. Alas de apoiadores de Lula na campanha do ano passado esperavam uma indicação que aumentasse a respresentatividade de negros e mulheres na principal corte do país.

"Hoje, Lula deve indicar o 165º homem branco para o STF, entre os 170 ministros desde a criação há 132 anos. O candidato não possui mestrado ou doutorado. Não sabemos suas posições sobre questões cruciais de direitos trabalhistas a direitos humanos. Que comecem a sabatina", criticou o professor da FGV, Thiago Amparo.

Crítica da Lava Jato, a também professora da FGV Heloísa Machado também lamentou. "É absolutamente inadequada a indicação", disse Machado. "Vamos pagar caro por essa bobagem", escreveu ela no Twitter.

A preocupação central dos críticos é que a indicação fere o princípio da impessoalidade e só alimenta a onda de descrédito com o Supremo, um dos principais alvos da ultradireita bolsonarista.

Em janeiro, Zanin foi hostilizado ao ser xingado por um empresário no banheiro do Aeroporto de Brasília. O advogado moveu uma queixa crime contra o agressor, que também é investigado pela Polícia Civil da capital do país.

Caso tenha seu nome aprovado em sabatina pelo Senado – entre os sabatinadores estará Sergio Moro –, Zanin poderá ficar 28 anos na Corte, tendo que se aposentar compulsoriamente apenas em 2051, quando completar 75 anos.

Para entender a crise política e a influência deletéria de um novo Cunha 2 chamado Arthur Lira, por Luís Nassif

 

Do Jornal GGN:


Ainda há um árduo caminho pela frente. Mas a anulação da influência deletéria de Lira acende uma luz no caminho da recuperação da economia.



Publicado em 


O primeiro passo é entender a lógica do Congresso – que foi bem explicada por Fernando Gabeira, na Globonews.

Antes, com financiamento privado de campanha, os parlamentares dependiam dos lobbies privados. Com o financiamento público, um caminhão de dinheiro passou a jorrar dos cofres públicos. E, a partir das brechas abertas pelo bolsonarismo, passaram a disputar dinheiro de emendas e a pretender controlar o orçamento.

Nesse quadro, passaram a se comportar corporativamente como sindicalistas. Ou seja, quando se trata de buscar verbas do governo, há um momento majoritário no Congresso. É desse corporativismo que se prevalece o presidente da Câmara Artur Lira.

A explicação para por aí.

O segundo tempo do jogo é na hora de disputar espaço político, cargos nos ministérios e organismos federais. Aí ocorre a disputa entre os diversos grupos de parlamentares. Lira lidera um grupo do Centrão, Gilberto Kassab outro, Valdemar da Costa Neto outro. Lira não representa mais a maioria. Mais: quem tem poder de indicar é o dono da caneta, e ele é o presidente da República.

Foi o que Lula fez, pondo-se a campo e negociando a aprovação da Medida Provisória dos ministérios. A diferença graúda de placar não pode ser atribuída a Lira, mas à negociação por bloco de influência. Foi vitória de Lula.

Daqui para frente, entra também um segundo personagem no jogo: o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal. A pronta ação de Dias Toffoli, liberando para julgamento um caso antigo de Artur Lira, comprova que o Supremo acordou para o perigo representado por Lira.

Ele se vale da chantagem e da falta de limites. Caso consolidasse seu poder na Câmara, poderia aprovar leis desestabilizando a democracia, como ocorreu com o impeachment de Dilma Rousseff, articulado por seu alter ego, Eduardo Cunha. As Forças Armadas atuam apenas quando outros poderes abrem espaço. Foi assim com a operação de Garantia de Lei e Ordem, com Temer, ou com as inúmeras intervenções no governo Bolsonaro.

Daí a necessidade premente de anular a participação deletéria de Lira no jogo político. Não será difícil. Nas últimas semanas, ele cometeu um erro político básico: externalizou de maneira imprudente sua gana por poder. Sempre que isso ocorre, acaba por tornar-se alvo das demais instituições.

Até agora, o emburrecimento das redações fez com que, em um primeiro momento, a maior parte da cobertura celebrasse a perspectiva de derrota de Lula, sem se dar conta de que uma vitória de Lira seria contra todo o país institucional. Como a mídia leva dias para entender o novo quadro, gradativamente, Lira irá se tornando inimigo público número 1.

A prisão de seu braço direito, com 5 milhões de reais em dinheiro vivo – em operação de ontem da Polícia Federal – facilitará a implosão de sua cidadela.

Mantida essa dinâmica, anulado Lula, o segundo problema do país são os juros do Banco Central. Os últimos dados estão gerando uma pressão generalizada contra Roberto Campos Neto por parte de todos os setores da economia e da política. Ele acabará cedendo. O mercado continua apostando em uma Selic acima de 12 pontos até o final do ano. Cabeças mais realistas apostam na Selic de um dígito.

Acelerando a queda da Selic, há possibilidades concretas de aumento da atividade econômica, permitindo ao país sair da armadilha atual, na qual grandes grupos nacionais estão ameaçados de inadimplência.

Ainda há um árduo caminho pela frente. Mas a anulação da influência deletéria de Lira acende uma luz no caminho da recuperação da economia.

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Sentindo-se o real presidente do Brasil e com apoio da extrema-direita e empresários, Arthur Lira chantageia Lula e avisa que trancará pauta do governo até mudança na articulação

 

Lira e o Centrão querem liberação de emendas, nomeações para cargos e até mesmo uma reforma ministerial com a cara de Bolsonaro

Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (no microfone)

Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (no microfone) (Foto: Ricardo Stuckert | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

247Em uma chantagem, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou a interlocutores do Palácio do Planalto que não colocará em pauta projetos de interesse do presidente Lula (PT) até que os deputados estejam satisfeitos com a articulação política e a relação do governo com a Casa. Essa mensagem foi transmitida, de acordo com aliados de Lira, ao líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), responsável pela comunicação entre o Palácio do Planalto e os deputados. Dessa forma, Lira e os líderes do Centrão adotam uma postura de pressão contínua sobre o Palácio do Planalto para que sejam encontradas soluções rápidas para atender às demandas da Câmara, como a liberação de emendas, nomeações para cargos e até mesmo uma possível reforma ministerial, informa a Folha de S. Paulo.

A decisão de Lira faz parte de um acordo costurado com líderes partidários para evitar a derrota da medida provisória da Esplanada, que seria uma grande perda para Lula. Projetos prioritários do governo, como a proposta que estabelece regras para a proclamação de resultados de julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), responsável por julgar disputas bilionárias entre empresas e a União relacionadas ao pagamento de impostos, devem ficar paralisados na Câmara. A medida provisória que recria o programa Minha Casa, Minha Vida também está na lista de espera.

Aliados de Lira afirmam que pretendem utilizar essa restrição aos projetos do governo como forma de pressionar também o Senado a votar os textos que já foram aprovados na Câmara, mas encontram resistência de senadores, como a derrubada de decretos com mudanças de regras no Marco do Saneamento. Apesar dessa restrição aos projetos de interesse do governo, Lira afirmou a parlamentares próximos que a reforma tributária não terá o cronograma afetado. A intenção do presidente da Câmara e do governo é votar a proposta ainda neste semestre.

A Câmara aprovou nesta quarta-feira (31), por 337 votos a favor e 125 contra (com uma abstenção), a medida provisória que reestrutura o governo, ampliando para 37 o número de ministérios. No entanto, essa medida ainda precisa ser aprovada pelo Senado nesta quinta-feira (1º) para não perder a validade. Após a votação, Lira declarou durante a madrugada desta quinta-feira (1º) que, apesar da aprovação da medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, o governo está longe de comemorar o fato de ter uma base sólida e terá que se sustentar por si próprio. "A Câmara, os líderes de partidos independentes, que não estão na base, reconheceram a necessidade de dar mais uma oportunidade para o governo. Portanto, ainda estamos longe de comemorar uma base, como alguns tentam fazer parecer", disse. "Daqui para frente, o governo terá que se sustentar sozinho. Não haverá mais nenhum tipo de sacrifício", afirmou o presidente da Câmara.

General Heleno, bolsonarista de extrema-direita, presta depoimento à CPI dos Atos Golpistas nesta quinta

 

Ex-ministro de Bolsonaro comparece à comissão da Câmara Legislativa do Distrito Federal para esclarecer possíveis omissões e ações que incentivaram a tentativa de golpe de estado

Augusto Heleno

Augusto Heleno (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

247A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas ouvirá nesta quinta-feira (1) o general Augusto Heleno, primeiro ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento. A investigação em curso na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) busca esclarecer a tentativa de golpe, e o general Heleno será ouvido a partir das 10h, informa o Metrópoles. Sua presença foi garantida após um acordo com assessores parlamentares do Exército, que exigiram a retirada do requerimento de convocação tanto dele quanto do general Gustavo Henrique Dutra, que já foi ouvido. Vale ressaltar que Heleno havia sido convidado anteriormente para prestar esclarecimentos à CPI do DF, mas acabou não comparecendo. No entanto, agora há uma nova garantia do Exército de sua presença na sessão desta quinta-feira.

Os deputados distritais consideram o depoimento do general Heleno como "decisivo". Os parlamentares da bancada de esquerda preparam uma série de questionamentos que visam esclarecer possíveis omissões e ações por parte de Heleno que possam ter incentivado uma tentativa de golpe de estado. Vídeos elaborados pelos deputados serão exibidos durante a sessão, nos quais o general faz declarações significativas. Entre elas, destaca-se uma afirmação feita em dezembro de 2022, na qual Heleno menciona a necessidade de tomar remédios psiquiátricos diariamente para evitar que Jair Bolsonaro tome "uma atitude mais drástica" contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, será apresentado um vídeo no qual uma apoiadora de Bolsonaro grava uma saudação emocionada de Heleno em um shopping de Brasília, na qual ele se refere aos acampados em frente aos quartéis-generais como "os grandes heróis do Brasil hoje", ressaltando que eles estão lutando para mostrar que o país não aceita Lula como presidente.

A CPI aprovou um novo calendário de depoimentos. Como o feriado de Corpus Christi será facultativo, em 8 de junho, a comissão ouvirá, no dia 5 de junho, uma segunda-feira, dois coronéis da PMDF: Paulo José e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (1º CPR). Em seguida, no dia 15 de junho, será a vez do general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, que apareceu em imagens da invasão de bolsonaristas ao Palácio do Planalto, prestar seu depoimento. A oitiva de Alan Diego dos Santos, preso por tentativa de atentado à bomba no DF, está marcada para o dia 22. Por fim, antes do recesso parlamentar, o coronel Klepter Rosa Gonçalves, comandante-geral da PMDF, será ouvido no dia 29 de junho.


Aliados do sabotador e chantagista Arthur Lira, que se julga o real presidente da Nação, são alvos de ação da PF contra fraudes em licitação e lavagem de dinheiro

 

Segundo a PF, os crimes teriam ocorrido durante a realização de processos licitatórios relacionados ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos

Arthur Lira

Arthur Lira (Foto: Divulgação/PF | Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

247A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta (1) mandados de prisão e de busca e apreensão contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa suspeita de desviar dinheiro de contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Os alvos são aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). 

A empresa envolvida no escândalo é a Megalic, que funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, com capital social de R$ 1 milhão. A Megalic está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD). A proximidade do vereador e de seu pai com Lira é pública, informa a Folha de S. Paulo.

>>> Lira chantageia Lula e avisa que trancará pauta do governo até mudança na articulação

Secom/Polícia Federal - A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria Regional da União em Alagoas (CGU/AL), deflagrou na manhã desta quinta-feira (1/6) a Operação Hefesto, que visa desarticular organização criminosa suspeita de praticar crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro.

Os ilícitos teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação - FNDE.

De acordo com a investigação, as citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes.

Segundo a CGU, as fraudes e superfaturamento geraram prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, com prejuízos potenciais de R$ 19,8 milhões, em relação às despesas até então analisadas.

Mais de 110 policiais federais e 13 servidores da CGU cumprem 27 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo 16 em Maceió/AL, oito em Brasília/DF, um em Gravatá/PE, um em São Carlos/SP e um em Goiânia/GO, além de dois mandados de prisão temporária em Brasília/DF, todos expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.

Além destas medidas, foi determinado o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, no valor de R$ 8,1 milhões e a suspensão de processos licitatórios e contratos administrativos celebrados entre a empresa fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para aquisições de equipamentos de robótica.

A investigação identificou ainda que foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes das atividades ilícitas.

Algumas dessas transações eram fracionadas em valores individuais abaixo de R$ 50 mil, com o fim aparentemente de burlar o sistema de controle do Banco Central/COAF. Em seguida às transações, eram realizados saques em espécie e entregas dos numerários aos destinatários.

O nome da Operação é uma referência ao deus da tecnologia, do fogo, dos metais e da metalurgia na mitologia grega, em alusão aos equipamentos de robótica objeto das contratações públicas celebradas pelos municípios alagoanos.

Dois esclarecedores vídeos do Portal do José sobre as negociatas da direita, o conluiu entre PGR e Bolsonaro e o Centrão de e com Arthur Lira contra o Brasil, os indígenas, Lula e o meio-ambiente

 

Do Portal do José:

Vídeo 01: Lindôra Araújo, Vice-Procuradora Geral da República, mantinha encontros secretos com Jair Bolsonaro para protegê-lo em troca da promessa de faze-la Procuradora Geral, conforme mostram informações do celular do tenente-coronel Mauro Cid e divulgado pelo Metrópoles. Os negócios da extrema direita e de Arthur Lira, financiados por empresários e pelo agronegócio, contra os interesses da maioria do povo do Brasil

BOLSONARO? PGR DESVIADA? O BANANA CORREU! E SOBRE LULA: JANONES DISSE TUDO



Vídeo 02: Escândalo "secreto" das reuniões entre Lindôra Araújo e Jair Bolsonaro que explica a impunidade de Bolsonaro. Lula enfretará o mal da "saúva" destrutiva Arhtur Lira? Sâmio descascou a hipocrisia de Ricardo Salles...

ESCÂNDALO PARA BALANÇAR A ESTRUTURA DA REPÚBLICA BOLSONARISTA. É o que revelam as mensagens obtidas no celular de CID. Bolsonaro se encontrava com o responsável pela acusação e saia ileso. Pode isso? Lula com problemas: saúvas são cruéis! Sigamos.