Do UOL:
O colunista Reinaldo Azevedo analisou a disputa entre a Câmara e o governo Lula após a derrota do governo sobre o reajuste do IOF (para os ricos).
Do UOL:
O colunista Reinaldo Azevedo analisou a disputa entre a Câmara e o governo Lula após a derrota do governo sobre o reajuste do IOF (para os ricos).
Do Portal do José no Youtube:
02/07/25 NOSSAS PREVISÕES ESTÃO SE CONFIRMANDO! BOLSONARO BAIXOU HOJE NO HOSPITAL...APÓS VEM A CADEIA. SIGAMOS.
José Luís Fiori aponta que EUA e G7 estão enfraquecidos, mas não devem aceitar perder o poder que exercem há mais de 500 anos
Do Jornal GGN:
Se existe uma certeza em relação ao futuro do cenário global é o de que ele é incerto, tendo em vista o caos, a desordem e o descontrole que o regem. Esta conclusão é do professor José Luís Fiori, Professor emérito dos Programas de Pós-graduação em Economia Política Internacional (IE/UFRJ), e em Bioética e Ética Aplicada (PPGBIOS/UFRJ), da UFRJ.
Tamanho caos é causado, por exemplo, pelo desaparecimento de atores do sistema mundial, que exerciam algum tipo de arbitragem capaz de negociar os crescentes conflitos no mundo, a exemplo de instituições e acordos firmados após o término da 2ª Guerra Mundial e Guerra Fria.
“Espatifaram, estão esvaziadas, não são legítimas, por definição. E a principal potência responsável, em grande medida, ou pela criação ou pela tutela dessas instituições, é hoje a principal contestadora dessas instituições. Não pode haver desordem maior”, aponta Fiori.
Um dos grandes exemplos apontados pelo professor é o G7, composto pelo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, e cuja participação se justifica porque seriam as sete maiores economias do mundo. “O G7 é uma caricatura grotesca do que eles foram.”Na análise de Fiori, ainda que tais países tivessem grande influência por muito tempo, hoje se mostraram uma organização pouco influente.
Tal percepção ficou clara quando, na semana passada, tais países se reuniram, porém sem grandes debates. Pelo contrário, o que mais havia era embates.
“Em primeiro lugar, eles não são mais as sete principais potências econômicas do mundo. Pelo menos, três outras não estão aí incluídas, entre as dez maiores. Segundo, eles não são, tampouco, as sete maiores economias mais industrializadas do mundo. Terceiro, eles não têm mais acordos sobre a condução da guerra na Ucrânia. Eles não têm acordos sobre a Rússia”, continuou o professor.
“Além disso, o que é quase cômico, o líder, o chefe dos sete que chegou de Boné na reunião com a anunciada ideia de anexar um dos sócios. É a primeira reunião do G7 depois da posse do Trump depois de ele ter anunciado que quer o Canadá e quer a Groenlândia”, emendou Fiori.
O presidente dos EUA foi responsável ainda pela recente guerra tarifária imposta justamente a parceiros que, diante de respostas à altura, obrigaram-no a recuar. “Donald Trump e os Estados Unidos não têm hoje mais o poder que Trump imaginou que teria.”
Segundo Fiori, Trump e sua equipe erraram no cálculo da eficácia da guerra comercial, não conseguiram intermediar o fim da Guerra na Ucrânia, como prometido em campanha pelo presidente ou conseguiram manipular o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. “Aos cinco meses de governo, você ter cinco milhões de pessoas na rua protestando contra você é um sucesso que poucos presidentes conseguem.”
Em contrapartida à desordem interna dos EUA e desarticulação do G7, a China e os países asiáticos se reuniram este mês, durante o segundo Fórum China-Ásia Central, realizado no Cazaquistão. “Não há nenhum conflito. Estão discutindo cooperação, desenvolvimento, não tem ideia de guerra nenhuma.”
Enquanto o G7 não representa mais o poder econômico e político que apresentava décadas atrás, os BRICs formaram um bloco econômico promissor, uma vez que reúnem cinco dos 10 países mais ricos do mundo, somam 45% da população mundial, tem 43% do PIB mundial, 60% das reservas de gás e 50% das reservas mundiais de petróleo, além de deter o controle de terras raras e da produção de alimentos.
“Mas o que que é e, sobretudo, como funciona ou como funcionará uma ordem multipolar? Em princípio, ela soa melhor, ela parece mais democrática do que uma ordem unipolar, com certeza. Mas você não tem nenhuma ideia do que seja ou que possa vir a ser, essa ordem multipolar”, ressalta Fiori.
O que se sabe até o momento é o papel do hegemon, que apesar de passar a impressão de centralidade e estabilidade, é o grande desestabilizador do sistema global ao promover conflitos.
“O Ocidente, o G7, a OTAN, a União Europeia não vão abrir mão do poder que eles conquistaram nesses últimos 500 anos conversando. Não vão”, aposta o professor. “Eles estão vendo isso como uma perda de um poder que eles tiveram e que exerceram de forma implacável em todo o mundo nos últimos 500 anos, usando o seu direito de matar e invadir onde bem entendessem”, conclui o docente emérito.
A análise de Fiori foi compartilhada com os alunos do Ciclo de Estudos Estratégicos – Geopolítica do Século XXI, promovido pela Cátedra Celso Furtado, no auditório da FESPSP, na última terça-feira (17).
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Do Jornal GGN, reportagem de Patrícia Faermann:
Sob escudo da comunidade internacional, Trump e Israel atacam Irã e admitem planos além de contenção nuclear
Ataque israelense ao Irã – Foto: Reprodução
Donald Trump admitiu em sua rede social que por trás dos ataques às instalações nucleares no Irã, há uma ofensiva pela mudança do regime iraniano. A fala, feita na sua rede Truth Social, contrariou todo o movimento de seu governo – e endossado por organismos internacionais e líderes europeus chave – de que os ataques visavam somente repreender a construção de armas nucleares pelo Irã.
“Esta missão não foi e não é sobre mudança de regime [do Irã]”, disse o Secretário de Defesa Pete Hegseth, neste domingo (22). “Não queremos uma mudança de regime”, insistiu o vice-presidente JD Vance, em entrevista ao programa “Meet The Press”, da NBC. “Os EUA não estão em guerra com o Irã, mas em guerra com o programa nuclear do Irã”, manteve o braço-direito de Trump.
Horas depois, abertamente explícito e contrário à cautela da sua própria Administração, Trump assumiu, na noite deste domingo: “Não é politicamente correto usar o termo ‘Mudança de Regime’, mas se o atual regime iraniano não consegue tornar o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime???”.
A fala ocorre ainda em meio a um momento crucial do conflito de Israel, quando o genocídio em Gaza estava começando a aderir maiores rechaços da comunidade internacional, principalmente de países europeus, e de organismos internacionais.Os ataques iniciados por Netanyahu ao Irã, e continuados por Trump, conseguiram virar o discurso de líderes internacionais que já não podiam manter neutralidade frente ao genocídio palestino. Quando a imagem do primeiro-ministro de Israel sofria o maior nível de desgaste junto aos pares, desde que o conflito na área se iniciou há mais de 600 dias, desde outubro de 2023, ao mirar o Teerã, Netanyahu volta a receber respaldo.
“Israel está fazendo o trabalho sujo” dos países ocidentais ao bombardear o Irã, escancarou a lógica o chanceler alemão, Friedrich Merz. Com maior discrição, mas também aderindo ao movimento, Emmanuel Macron responsabilizou o Teerã pelos ataques.
De forma similar, Reino Unido e organizações como a Comissão Europeia e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) legitimaram a atuação de Israel e dos EUA.
Nesta segunda-feira (23), o secretário-geral da OTAN Mark Rutte reafirmou que o Irã “não deve desenvolver armas nucleares” e que os ataques não ferem o direito internacional. “Meu principal medo é que Teerã possa ter a bomba atômica, o que seria uma ameaça a Israel e a toda a região”, disse.
Antes de pedir “diplomacia”, a vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, responsabilizou o Teerã. “O Irã não pode ter uma bomba nuclear, e a diplomacia é a solução para evitar isso”, disse. Mas martelou que a União Europeia “não será conivente” com a aceleração do programa nuclear iraniano. “Todos concordamos sobre a necessidade urgente de desescalada.”
A conivência de organismos e lideranças internacionais com os EUA, por outro lado, levanta camadas mais graves ao conflito que tem um potencial perigoso de escalada. Ao admitir que o objetivo é, também, derrubar o governo iraniano, Trump abre ainda mais espaço para respostas ao bombardeio, com a intensificação dos ataques na região e internacional, o que deve iniciar uma fase ainda mais brutal do conflito.
É a ameaça que sofremos atualmente, da civilização ocidental ser assaltada por uma histeria cristã fundamentalista, coletiva, fanática, fascistóide...
Veja o vídeo e depois leia o texto de Dora Incontri:
Para onde vamos, com multidões de jovens de joelhos nas universidades públicas, pedindo “perdão pelos pecados da universidade brasileira”? O censo nos revela ainda o avanço dos evangélicos - que em sua maioria fazem parte de uma investida de poder, que ameaça a liberdade e o Estado laico.
Do Jornal GGN:
O mapa religioso do Brasil e o avanço do fanatismo
por Dora Incontri
Corre nas redes um vídeo assustador. 1.500 jovens na Universidade Federal de Minas Gerais, uma das melhores do país, reunidos num culto evangélico, dentro do espaço universitário. Hinos, batismos, conversões, “milagres”, centenas de alunos de joelhos, “pedindo perdão pelos pecados da universidade brasileira”. A cena me lembrou um livro que uso em minhas aulas sobre a história do cristianismo: Cristianismo e paganismo, 350-750 – A conversão da Europa ocidental. Ou ainda o filme Alexandria (2009), dirigido por Alejandro Amenábar, que conta a história da filósofa e astrônoma Hipátia, que costumo passar ou indicar para meus alunos. As duas fontes mostram como o cristianismo – leia-se o catolicismo – foi imposto a ferro e fogo, muitas vezes numa histeria coletiva, depois que o Imperador romano Constantino o adotou como religião (e mais especificamente o catolicismo, porque havia inúmeras denominações cristãs na época, por exemplo o arianismo, o pelagianismo, o montanismo, o marcionismo e dezenas de outras, todas declaradas heréticas pela Igreja Romana e que passaram a ser perseguidas, tanto quanto os cultos do paganismo).
Desde então, o cristianismo, na versão católica, foi avançando mundo afora. O livro conta como multidões se entregavam ao batismo coletivo, penitentes dos pecados pagãos, e como templos, bibliotecas, lugares de ensino do mundo greco-romano foram sendo literalmente destruídos. Só para citar dois exemplos, a biblioteca de Alexandria foi em parte destruída por fanáticos cristãos (na mesma época em que martirizaram Hipátia) e a conversão da Alemanha ao cristianismo foi arrematada com a queda a machadas de um templo de Tor, liderada por São Bonifácio, por volta do ano 800.Então… sabemos para onde nos levou esse movimento de tomada de poder pela igreja, com um cristianismo que pouco tinha a ver com o mestre Nazareno, exemplo de fraternidade, serviço ao próximo e compaixão.
É a ameaça que sofremos atualmente, da civilização ocidental ser assaltada por uma histeria cristã fundamentalista, coletiva, fanática, que destrói outras religiões, que submete a massa a uma manipulação de sujeição e que arrasa com a arte, com a ciência, com a liberdade de pensamento e com a nossa esperança de um mundo igualitário, fraterno e fundante do Reino que Jesus queria implantar. Ou, dito de outra forma, de uma sociedade socialista, como tantos sonharam e pela qual lutaram até hoje. Eu prefiro refinar ainda o conceito e falar em uma sociedade anarco-socialista.
Podemos agora comentar sobre o censo do IBGE, que trouxe algumas pequenas novidades em relação ao mapa das religiões no Brasil. Não poderia deixar de fazer algumas leituras a respeito, já que essa coluna trata de espiritualidade, como um dos seus eixos temáticos.
A primeira constatação que já vem há pelo menos 5 décadas é o recuo dos católicos e o aumento dos evangélicos. E essa cena na Universidade Federal de Minas Gerais é o efeito concreto desse avanço. Diga-se, entre parênteses, que essa progressão não é majoritariamente dos setores mais tradicionais do protestantismo, mas sim dos pentecostais e neopentecostais. A novidade é que nesse censo publicado agora em 2025 e que traz os dados de 2022, os evangélicos (26,9%) cresceram com menos velocidade. Católicos (56,7%) continuam caindo, espíritas (1,8%) (sempre colocados em terceiro lugar entre as religiões no Brasil), decaíram ligeiramente. Digno de nota é o aumento percentual de adeptos de religiões afro-brasileiras (1%) e de pessoas sem religião (9,3%) (que engloba ateus, agnósticos, mas cuja predominância parece ser de pessoas – jovens – com uma espiritualidade livre, difusa, não aderente a uma religião em particular).
Algumas considerações: sabemos que há um projeto, ligado a uma “teologia de domínio”, importada dos EUA, que está em pleno vigor no governo atual do império do norte, mas que já vem sendo amarrada há décadas. É um avanço agressivo de setores hiper conservadores de evangélicos e católicos (por exemplo, o vice de Trump, J.D. Vance, é um desses católicos radicais) que pretendem resgatar valores tradicionais cristãos, como agendas patriarcais, antifeministas, contra direitos humanos, contra pautas LGBTQI+, contra lutas antirracistas e sobretudo contra tudo que é de esquerda, em completo alinhamento com um projeto neoliberal e de extrema direita.
Assim, o desaceleramento do crescimento evangélico entre nós é uma meia boa notícia, pois seus adeptos continuam crescendo de qualquer forma, mas o pior é que estão avançando os sinais para minar completamente o Estado laico, a escola pública laica e agora até as universidades públicas, onde não deveria haver qualquer movimento religioso, muito menos dessa forma invasiva e fanática.
Por outro lado – não encontrei informações estatísticas sobre isso – dentro do catolicismo (ainda em declínio), há hoje um reavivamento de setores também radicais, que oraram pela morte do Papa Francisco e fazem pregações misóginas e contra todas as pautas progressistas, marcando um território em comum com os evangélicos conservadores.
Duas boas novidades, que aponto neste novo censo: o avanço dos afro-brasileiros e os dos sem religião. O primeiro caso, me parece, se deve a um processo recente de identificação cultural e ancestral com as raízes afro, coisa que era muito reprimida anteriormente. Embora, ainda muitos adeptos dessas religiões sejam brancos e a maior contingência de negros se encontre entre os evangélicos. O segundo caso indica um desejo de espiritualidade mais livre, menos institucional por parte das novas gerações, fato que já analisei aqui em outro artigo (https://jornalggn.com.br/cidadania/kardec-e-uma-espiritualidade-livre-por-dora-incontri/).
Entretanto, do que tenho sido cobrada, desde que saiu o resultado do censo em relação às religiões, é que me pronuncie sobre o leve declínio dos espíritas. Tenho algumas hipóteses explicativas para esse dado. 1) a migração de espíritas para religiões afro (conheço pessoalmente vários), sobretudo para a Umbanda, por conta da maior liberdade de participação no fenômeno mediúnico (usando um termo kardecista). 2) o enrijecimento institucionalista e dogmático do movimento espírita hegemônico, liderado pela Federação Espírita Brasileira e seus seguidores, afastando jovens e pessoas de senso crítico. 3) a adoção de grande parte do movimento (esse mesmo hegemônico) a pautas de direita e extrema direita. Muita gente foi expulsa ou saiu espontaneamente dos centros espíritas, que apoiaram de maneira explícita a barbárie bolsonarista. 4) o abafamento da mediunidade, que constitui o cerne do espiritismo de Kardec, com imposições que acabam por tornar a prática espírita uma coisa sem experiências espirituais vivas, que são fonte de convicção.
Há um movimento espírita progressista, que tem avançado nos últimos anos, tecendo reflexões e lançado iniciativas para retomar o que, a nosso ver, pode ser uma revivescência do espiritismo genuíno, dinâmico e crítico como proposto por Kardec. E esse movimento, de qualquer maneira, está mais perto desses que querem uma espiritualidade livre (mas também crítica) do que os que seguem setores radicais e dogmáticos das religiões tradicionais.
Dora Incontri – Graduada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Mestre e doutora em História e Filosofia da Educação pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-doutora em Filosofia da Educação pela USP. Coordenadora geral da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita e do Pampédia Educação. Diretora da Editora Comenius. Coordena a Universidade Livre Pamédia. Mais de trinta livros publicados com o tema de educação, espiritualidade, filosofia e espiritismo, pela Editora Comenius, Ática, Scipione, entre outros.
Do Canal do analista político Bob Fernandes:
Do Canal Instituto Conhecimento Liberta - ICL:
O “Provocação Histórica” recebe o historiador Carlos Fico. Professor titular de História do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).