Do Canal do Analista Político Bob Fernandes:
O Brasil é um país influente em várias direções — na relação tradicional com o Ocidente, na nova relação que desenvolveu com os países do Brics e ainda como poder emergente do que agora se convencionou chamar Sul Global.
Do site ICL Notícias:
Deixem-me contar uma pequena história que ilustra o ponto político que quero sublinhar. Em 1976, o presidente americano Gerald Ford concedeu ao Brasil um estatuto de conselheiro especial. Essa iniciativa levou o presidente da comissão dos negócios estrangeiros do Congresso a perguntar ao Secretário de Estado Henry Kissinger se os Estados Unidos não estavam a elevar o Brasil ao estatuto de potência mundial. Kissinger respondeu assim: “Senhor presidente, o Brasil tem uma população de 100 milhões de habitantes, vastos recursos económicos e um elevado ritmo de desenvolvimento. Está a tornar-se uma potência mundial e não precisa da nossa aprovação para isso”.
Talvez seja verdade, como alguns dizem, que o problema do Brasil seja não ter consciência de si próprio. Hoje o Brasil tem 220 milhões de habitantes, tem vastos recursos naturais e uma economia ainda mais forte do que há 50 anos. Tem também uma nova posição no mundo. A sua política externa já não se resume a uma especial relação com os Estados Unidos, como antigamente, mas atira agora em várias outras direções, o que lhe dá novas oportunidades e novas responsabilidades. O Brasil não precisa de autorização de ninguém — nem da sua própria imprensa- para se assumir como potência mundial dotada de autonomia para prosseguir os seus próprios interesses. Não, o Brasil não é mais uma potência subordinada.
A mudança, podemos hoje ver com mais clareza, começou em 2006, no momento em que se realizou a primeira reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da China, da Rússia, da Índia e do Brasil. Se há uma nova ordem mundial em construção, o Brasil está no centro dela — como nunca esteve no passado. A consciência deste novo papel na cena internacional deveria levar os críticos do governo a moderar as suas críticas quanto à viagem de Lula da Silva à China e à Rússia. A China é o maior parceiro comercial do Brasil e os Brics, dos quais a Rússia faz parte, representam um novo polo do poder político mundial que acrescenta influência e dimensão ao Brasil. Todos, no mundo inteiro, entendem as viagens — menos a oposição ao governo e a imprensa brasileira. Não, o Brasil não é mais uma potência subordinada.
Bem sei, esta nova posição não é isenta de riscos. Ela vai exigir muita frieza e muito equilíbrio por parte dos responsáveis da política externa brasileira. Os Brics já não são o que foram — um conjunto de médias potências que se uniram para contrabalançar a posição hegemónica da superpotência americana. Essa era a situação de 2009, na primeira reunião de líderes dos Brics. Não mais.
Hoje os Brics têm no seu seio uma superpotência desafiante que deseja, como todos os países sempre fizeram, obter um novo lugar na cena internacional que esteja de acordo com o seu novo poder econômico, com a dimensão da sua população e com a sua memória histórica. Esta circunstância altera o equilíbrio interno dos Brics e cria um novo desafio para a política externa brasileira. Mas é um desafio de crescimento, não de declínio.
Vai ser preciso muita prudência e muita sensibilidade, é verdade, mas por favor, compreendam que tudo isso se faz com mais presença no palco da política mundial, não com mais ausência, não com mais afastamento. A imprensa brasileira, quando analisa as viagens do presidente Lula, deveria ter um pouco mais consciência da importância do seu próprio país. O Brasil não é mais uma potência subordinada.
Pesquisadores afirmam que a ofensiva israelense é parte de uma política deliberada de limpeza étnica, com apoio financeiro internacional
Do Jornal GGN:
Por Milleny Ferreira
Na última terça-feira (6), a TVGGN exibiu mais uma edição do programa Observatório de Geopolítica, desta vez com foco no Oriente Médio. O debate contou com a participação de pesquisadores que classificaram a ofensiva israelense contra Gaza como um genocídio, motivado por interesses econômicos e estratégicos. Eles apontaram ainda para a existência de uma política deliberada de limpeza étnica.
Os participantes foram unânimes em afirmar que os acontecimentos em Gaza desde 7 de outubro de 2023 — embora com raízes históricas anteriores — configuram, sob diversos aspectos do direito internacional, um genocídio.
“Não somos apenas nós que chegamos a essa conclusão. Diversas organizações internacionais já deixaram claro que o que ocorre na Palestina é, no mínimo, um crime contra a humanidade. Há elementos evidentes de que se trata de um deslocamento forçado da população”, afirmou o pesquisador Robson Kardochi.
Com mais de dez semanas sem a entrada de mantimentos em Gaza, os efeitos de uma “punição coletiva” tornaram-se visíveis. A situação é agravada por uma política de desassistência programada, cujo objetivo seria dificultar o acesso da população a itens básicos de sobrevivência, como alimentos, medicamentos e, de forma crítica, água potável, além de roupas e outros recursos essenciais à vida.
“É uma estratégia de enfraquecimento de toda uma população, e, antes de mais nada, uma estratégia de limpeza étnica”, afirmou o professor Sami El Jundi. “Dificultar o acesso da população a itens básicos é parte central dessa política.”
Para os especialistas, o que se vê em Gaza é o “primeiro genocídio televisionado” da história, transmitido em tempo real para o mundo. “As pessoas assistem como se fosse um reality show, de maneira absolutamente bizarra”, destacou Sami.
Segundo os pesquisadores, o processo genocida conta não apenas com o envolvimento direto do governo de Israel e de uma parcela significativa da sociedade israelense, mas também com apoio financeiro expressivo. Estima-se que, em menos de dois anos de conflito, cerca de 20 bilhões de dólares tenham sido investidos.
Além disso, Kardochi destacou o papel de outras potências na legitimação da ofensiva. Ele afirmou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem se aproveitado de forma pragmática desse apoio internacional.
“O apoio já era evidente durante o governo Biden, que buscava justificar o injustificável. Agora, com o retorno de Donald Trump, que é declaradamente favorável à ofensiva, a retórica genocida ganha ainda mais força. As declarações de Trump sobre a expulsão dos moradores de Gaza apenas reforçam esse discurso de limpeza étnica”, concluiu Kardochi.
Veja a debate completo na íntegra em:
Deputados de direita vampiros do orçamento e pró fascismo na Câmara urdiram tramoia para salvar Bolsoanro e Ramagem
Do UOL:
A maioria da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) votou por derrubar a decisão da Câmara dos Deputados que suspende a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por tentativa de golpe de Estado.
Já em 2017, Robert Prevost compartilhou uma mensagem que criticava o uso por Trump de termo racista para se referir a imigrantes
Por AFP
Meses antes de ser eleito sumo pontífice, o papa Leão XIV compartilhou na rede social X artigos que criticam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu vice-presidente JD Vance, principalmente por suas políticas de imigração.
Em fevereiro, o então cardeal Robert Francis Prevost compartilhou no X um link para o artigo “JD Vance está errado: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos outros”.
O Vaticano confirmou que a conta é autêntica e pertence a Prevost, nascido em Chicago, mas também com nacionalidade peruana.
O texto, publicado no site National Catholic Reporter, questiona Vance por usar a doutrina católica para apoiar o cancelamento da ajuda externa dos EUA.
Citanto um preceito conhecido como “ordo amoris” (a ordem do amor), o vice-presidente, convertido ao catolicismo em 2019, afirmou que a caridade de um cristão deve beneficiar sobretudo os seus familiares e concidadãos, e não os estrangeiros.
JD Vance foi criticado nas redes por Prevost
O falecido papa Francisco já havia criticado publicamente esta interpretação nacionalista.
A última mensagem na conta no X do novo chefe da Igreja católica, publicada em 14 de abril, está ligada ao texto de um bispo auxiliar de Washington, de origem salvadorenha.
Este prelado, Evelio Menjívar-Ayala, critica duramente a política de expulsões em massa de imigrantes do governo americano.
Nos últimos anos, Prevost foi muito esporádico no uso do X, anteriormente Twitter. Limitou-se a compartilhar mensagens ou links para sites.
Em 4 de setembro de 2017, por exemplo, compartilhou uma mensagem que criticava o uso por Trump, então em seu primeiro mandato, do termo “bad hombres” (homens maus) para se referir a imigrantes, um vocabulário que poderia fomentar “o racismo”.
Este compartilhamento de artigos e publicações chamou a atenção de uma polêmica influenciadora de extrema direita, Laura Loomer, próxima a Trump.
O novo papa é “woke”, escreveu Loomer no X, usando um termo pejorativo da direita radical para designar as políticas de promoção da diversidade.
Do Portal do José:
08/05/25 - NOVO PAPA SURGE EM MEIO A UM MUNDO REPLETO DE ANTICRISTOS. EXTREMISTAS NÃO DEMORARÃO A ATACÁ-LO. AQUI NO BRASIL O DELÍRIO NÃO PARA. BOLSONARISTAS IMAGINAM QUE O PROCESSO CONTRA BOLSONARO SERÁ PARALISADO. SÓ SE FOR EM MARTE. SIGAMOS.