quarta-feira, 16 de julho de 2025

“BRICS não é contra o Ocidente; é a favor do multilateralismo”, diz o chanceler Mauro Vieira

 

Em entrevista à Al Jazeera, chanceler brasileiro rebate críticas ao bloco e defende reformas no comércio global, na ONU e maior cooperação entre países


Rio de Janeiro (RJ) - 29/04/2025 - Mauro Vieira (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)


247 – O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou em entrevista à rede Al Jazeera que o BRICS não tem caráter “anti-Ocidente”, mas sim uma vocação de promover cooperação e desenvolvimento entre países emergentes. A entrevista foi concedida durante a Cúpula do BRICS realizada no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho de 2025, que reuniu lideranças globais sob o lema de um mundo mais justo e multipolar.

“Não é contra o Ocidente ou contra ninguém. O BRICS é uma plataforma de cooperação, entendimento e desenvolvimento,” disse o chanceler, em resposta às alegações de que o bloco, agora com 11 membros após expansão, estaria se tornando uma força geopolítica contrária aos interesses ocidentais.

Expansão e fortalecimento do bloco

A cúpula realizada no Brasil marcou o fortalecimento do BRICS com a entrada de países como Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Segundo Mauro Vieira, o aumento do número de membros reflete a relevância do bloco como espaço de diálogo: “O interesse demonstrado por tantos países mostra que o grupo está vivo, bem, e desperta entusiasmo em nações que desejam se juntar”, afirmou.

Apesar do crescimento, o chanceler reconheceu que o processo decisório torna-se mais complexo, já que o BRICS opera sob a regra da unanimidade. Vieira também reiterou o apoio do Brasil ao “Consenso de Ezulwini”, defendendo mais assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU para a África, destacando: “É o continente africano quem deve escolher seus representantes e o Brasil apoia integralmente essa reivindicação.”

Novo Banco de Desenvolvimento ganha protagonismo

Outro ponto destacado na entrevista foi o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como “banco do BRICS”. Com sede em Xangai, a instituição já aprovou mais de US$ 45 bilhões em financiamentos para infraestrutura, saúde e educação. “É um banco criado por países em desenvolvimento para fomentar o desenvolvimento, com projetos concretos que já beneficiam vários países,” apontou Vieira, acrescentando que o NDB terá papel ainda mais relevante nas próximas décadas.

Postura do Brasil frente a crises globais

Sobre as tensões no Oriente Médio, o chanceler reafirmou a histórica relação diplomática entre Brasil e Irã e destacou a importância do diálogo no BRICS, evitando antagonismos. Também confirmou que o Brasil deve formalizar sua adesão à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra Israel por acusações de genocídio na Faixa de Gaza: “Estamos trabalhando nisso e teremos boas notícias em breve,” declarou.

No tema da política externa dos Estados Unidos, Mauro Vieira foi cauteloso ao defender a via diplomática: “Nossa estratégia é discutir e buscar soluções. O Brasil sempre adotou o caminho do diálogo e da cooperação.”

Comércio em moedas locais e desdolarização

O ministro reforçou que o Brasil tem defendido há décadas o comércio bilateral em moedas locais, citando como exemplo o acordo com a Argentina. Ele explicou que a proposta de Lula não se trata de criar uma moeda única como o euro, mas sim de “implementar um sistema de compensação comercial em moedas nacionais”, o que reduz custos e agiliza transações internacionais.

Reformar a ONU e liderar a pauta ambiental

Vieira defendeu abertamente a necessidade de reformar a ONU, especialmente o Conselho de Segurança: “O mundo mudou. São 193 países hoje na ONU, e não podemos ignorar continentes inteiros como a América Latina e a África.”

Ele também destacou a importância da COP30, que será realizada em novembro em Belém, no coração da Amazônia, como “a COP da implementação”, cobrando o cumprimento de promessas de financiamento climático feitas pelos países desenvolvidos. O chanceler citou a proposta brasileira de criação do Fundo das Florestas Tropicais, destinado à proteção da Amazônia, da Bacia do Congo e das florestas do sudeste asiático.

“Queremos transformar essa COP em um marco da ação climática concreta. Não podemos continuar convivendo com promessas não cumpridas, enquanto o mundo assiste a desastres naturais cada vez mais graves,” afirmou. Assista:




Bolsonaro foi o principal articulador, maior beneficiário e autor dos atos mais graves da trama golpista, aponta PGR

 

Do Jornal GGN:

Procuradoria acusa ex-presidente de planejar ruptura institucional, manipular a máquina pública para desinformação e se omitir diante do 8 de janeiro


Foto: Tânia Rego/Agência Brasil


A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Jair Bolsonaro (PL) foi o “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado democrático de Direito“, em uma trama que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. A afirmação consta das alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a PGR, Bolsonaro liderou um plano de ruptura institucional baseado em ações coordenadas para desacreditar o processo eleitoral, manipular estruturas do Estado e fomentar um ambiente de instabilidade que justificasse medidas de exceção — entre elas, a decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), a prisão de ministros do STF, a anulação das eleições e a criação de um conselho eleitoral paralelo.

Uso da máquina pública para desinformação

O documento detalha como o ex-presidente se valeu da estrutura do governo para alimentar a desinformação sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Transmissões oficiais, discursos inflamados e reuniões com representantes estrangeiros são citados como parte de uma estratégia de propaganda para minar a confiança da população nas instituições.

Com o uso indevido da máquina pública, o ex-presidente alimentou uma narrativa de fraude, insuflou a população e preparou o terreno para justificar uma possível intervenção institucional”, afirma a PGR.

Omissão deliberada no 8 de janeiro

A Procuradoria também destaca a omissão proposital de Bolsonaro diante dos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Mesmo fora do país, o ex-presidente teria conhecimento prévio da movimentação e, segundo a denúncia, escolheu não agir.

Diante do agravamento do risco institucional, Bolsonaro optou por não utilizar os instrumentos legais à sua disposição para proteger a democracia, contribuindo, assim, para a consumação dos atos criminosos”, argumenta o texto.

Risco de pena superior a 40 anos

A denúncia apresentada pela PGR inclui cinco crimes: organização criminosa armadatentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direitotentativa de golpe de Estadodano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

O processo encontra-se em fase final no STF. Após o envio das alegações da acusação, as defesas dos réus têm 15 dias para se manifestar. Em seguida, os ministros do Supremo irão produzir seus votos para o julgamento do caso.

Defesa nega e fala em atuação constitucional

A defesa de Jair Bolsonaro nega todas as acusações e afirma que ele “sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição”. Os advogados do ex-presidente sustentam que não houve articulação golpista e que Bolsonaro jamais ordenou ou incentivou ações contra a democracia.

Um julgamento decisivo para o país

A possível condenação de Bolsonaro por liderar uma tentativa de golpe de Estado pode representar um divisor de águas na história brasileira. O julgamento não apenas definirá o futuro político do ex-presidente — que já está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — como também sinalizará o posicionamento definitivo do Estado diante de ameaças golpistas.

Leia também:

Acompanhe as últimas notícias:

G1: Do Jornal Nacional, veja alegações finais da PGR para pedir condenação de Bolsonaro e mais 7 réus por tentativa de golpe

 

Do G1:




Portal do José: DESTRUIÇÃO TOTAL! BOLSONARO ENCURRALADO! TRUMP NÃO FUNCIONOU! JN E JORNALÃO: CENAS INACREDITÁVEIS!

 

Do Portal do José:

15/07/25 HOJE É DIA DE METEOROS CHEGANDO NA DIREITA BOLSONARISTA! CENÁRIO FICOU CLARO PARA O BRASIL E SOMBRIO PARA O CLÃ BOLSONARO. CENAS INTERESSANTÍSSIMAS NO NOSSO PORTAL DE HOJE. SIGAMOS




G1: PGR diz que Bolsonaro e outros réus deixaram 'provas documentais' da tentativa de golpe de Estado

 

Do G1:




JOÃO CEZAR DE CASTRO ROCHA: TRUMP QUER ACELERAR O CAOS NESSE NOVO GOVERNO

 

Do DCM TV:





Richard Wolff: "Donald Trump Vai ENLOUQUECER Quando Perceber Isso"

 

Do canal Manual do Rico:




Jeffrey Sachs: Fim do Mundo Ocidental e Ascensão dos BRICS

 

Do Canal Glenn Diesen Português:

O Prof. Jeffrey Sachs é um renomado professor de economia, conselheiro de líderes políticos ao redor do mundo, autor best-seller e uma liderança global em desenvolvimento sustentável. O Prof. Sachs discute o militarismo da hegemonia ocidental em declínio e a ascensão dos BRICS para acomodar as realidades multipolares.



Reinaldo azevedo: Trump usa sabotadores daqui (bolsonaristas) contra os interesses do país

 


Da Rádio BandNews FM:




terça-feira, 15 de julho de 2025

Como o Canadá denuncia e analisa o ataque de Trump ao Brasil? Do Canadá Diário News

 

 

Do Canal Canadá Diário:

Trump x Brasil: Guerra comercial ou revanche política? O que está por trás da tarifa de 50% que ameaça abalar o comércio global — e a democracia? O vídeo “Is Trump's tariff war on Brazil about trade at all?” da CBC News mergulha no recente e polêmico anúncio do presidente Donald Trump: uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras, marcada para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025. A medida, que surpreendeu diplomatas e mercados, reacende debates sobre os verdadeiros motivos por trás das decisões de política comercial dos EUA, especialmente quando se cruzam com interesses e disputas políticas internas e externas. Tópicos abordados: Motivação política versus argumento econômico, Impactos econômicos reais, A resposta do Brasil, Mercado e diplomacia, O caso Bolsonaro como pivô, Risco de escalada global, A institucionalidade brasileira em xeque. A guerra tarifária de Trump contra o Brasil expõe um cenário alarmante: o comércio internacional, tradicionalmente pautado por regras e interesses econômicos, tornou-se palco de retaliações pessoais e pressões políticas. Ao atrelar tarifas à defesa de aliados ideológicos e à contestação de decisões judiciais soberanas, Trump inaugura uma era de imprevisibilidade e risco para a ordem global. O caso desafia não só a resiliência da economia brasileira, mas também a capacidade das democracias de resistirem à chantagem econômica. Até onde irá a instrumentalização do comércio como arma política? E quem pagará a conta dessa nova diplomacia de confrontos, os governos, as empresas ou, no fim, os cidadãos comuns?