sexta-feira, 30 de setembro de 2022

O debate na Globo e a candidatura Lula: oito conclusões, pela jurista Carol Proner

  O falso Padre marcou o ponto de desqualificação e de desrespeito ao debate tanto para candidatos como para a emissora. A impaciência do jornalista e de Lula se justificam plenamente diante do descaramento de aparecer um impostor religioso na reta final das eleições.

www.brasil247.com - Lula no debate da Globo

Lula no debate da Globo (Foto: Ricardo Stuckert)

1.      ERA ESPERADO. Como já era esperado, Lula foi o mais provocado por todas as candidaturas que, de certa forma, coordenaram ataques maliciosos sobre o tema da corrupção do início ao fim. 

2.      E SAIU-SE BEM. A reação de Lula diante da enxurrada de mentiras foi firme e altiva. Mesmo com os limites de tempo e a insistência dos adversários, desmascarou distorções e corrigiu o rumo da conversa para temas relevantes.

3.      O CIRO DE SEMPRE. O comportamento ético-político de Ciro já não surpreende. Ainda assim, Lula o tratou cordialmente e, sempre que possível, subiu o nível do debate.

4. PARA ALÉM DA SORORIDADE. Tebet e Thronicke sempre empolgam a “sororidade” de quem reconhece o machismo na política. Porém, saindo da superfície, é notável a diferença de comportamento ético-político entre ambas. Destaco a forma correta com que a Simone Tebet tratou o tema do Celso Daniel, por exemplo.

5. NEOLIBERALISMO FASCISTA. Talvez nem seja relevante, por evidente, destacar o discurso alucinado das privatizações e a cumplicidade explícita do candidato do Novo com Bolsonaro a indicar a união de propósitos em eventual segundo turno.

6. UM IMPOSTOR. O falso Padre marcou o ponto de desqualificação e de desrespeito ao debate tanto para candidatos como para a emissora. A impaciência do jornalista e de Lula se justificam plenamente diante do descaramento de aparecer um impostor religioso na reta final das eleições.

7. ANTÍTESE e ANTÍDOTO. Lula é a antítese do falso padre, está ali inteiro e é o que é. Também cumpriu um papel de antídoto ou de ponto de aferimento para mentiras lançadas ao vento contra ele e contra o PT. Para quem leva a sério, não tem como deixar de reconhecer que é a única proposta consequente e com viabilidade.

8. EM SUMA, A ONDA SEGUE. Estima-se que o debate não terá o condão de alterar a tendência de crescimento detectada nas últimas pesquisas. Como mostrou a pesquisa Datafolha de ontem, a onda Lula segue.

Do Meteoro Brasil, um resumo da debate na Globo quase centrado no fake padre bolsonarista

 

Do Meteoro Brasil:

Num país em frangalhos e com inúmeros problemas a serem sanados, os presidenciáveis são obrigados a deixar tudo de lado para debater se um homem vestido de padre é mesmo um padre.



Bolsonaro evita Lula e deixa Padre Kelmon, o “impostor”, perseguir embates com o petista por ele

 

Com Kelmon e D'Ávila como estepes, Bolsonaro também deslocou o eixo das pautas de gênero que marcaram debates anteriores



GGN. - Durante o terceiro e último debate presidencial antes do primeiro turno das eleições gerais de 2022, promovido na noite de quinta (29) pela Rede Globo, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), adotou como estratégia evitar o ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas, durante os confrontos diretos. Restou ao principal aliado de Bolsonaro no debate, o Padre Kelmon (PTB), perseguir embates contra o petista.

Com Kelmon e, por vezes, Felipe D’Ávila (Novo) servindo como estepes, Bolsonaro não só conseguiu fugir de Lula em algumas situações, como também deslocou o eixo das pautas de gênero que deram margem ao protagonismo de Soraya Thronick (União Brasil) e Simone Tebet (MDB) nos dois primeiros debates.

A estratégia de Bolsonaro ficou escancarada na oportunidade em que ele deveria apontar um adversário para fazer uma pergunta e, mesmo com Lula à disposição, preferiu fazer tabelinha com D’Ávila, já que Kelmon não poderia ser escolhido.

Internautas anotaram que Bolsonaro “pipocou”, ou seja, fugiu do confronto com Lula. Até mesmo antigos aliados, como o deputado federal Kim Kataguiri, do MBL, registrou a situação:

Kelmon decidiu provocar Lula com perguntas hostis relacionadas à corrupção e à suposta proximidade do ex-presidente com governos de esquerda pela América Latina que, segundo ele, promovem perseguição religiosa em seus países.

Candidato laranja

Em um dos pontos altos do debate, o padre – que usa vestes da Igreja Ortodoxa indevidamente – acabou sendo chamado de “impostor” e “candidato laranja” por Lula, que não admitiu ter sua fé e respeito às diversas religiões colocadas em xeque.

“Eu sou cristão, casado na igreja, batizado e frequentador, e não vejo na sua cara um respeitador da igreja, vejo um impostor”, disparou Lula.

Lula ainda disse que o padre sequer deveria ter se apresentado para o debate. “Se presta ao serviço de enganar o povo”, comentou Lula.

Kelmon também teve duelos marcantes com Soraya Thronick, que perguntou se o padre não tem medo de ir para o inferno e se não se arrepende de defender o governo Bolsonaro, responsável por uma gestão desastrosa na pandemia, entre outros maus feitos.

Descontrolado, Kelmon interferiu na resposta dos adversários em diversas oportunidades e recebeu inúmeras advertências do moderador do debate, William Bonner. Soraya chegou a chamar Kelmon de “padre de festa junina” e insinuou que ele não é um padre de verdade. A Igreja Sirian Ortodoxa negou vínculo com Kelmon.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Heloísa Villela: O mundo inteiro sabe quem é (a aberração) Bolsonaro

 

Do Instituto Conhecimento Liberta:




Mundo de olho em Bolsonaro e eleições: “Brasil fraturado”, “risco à democracia”

 

Os mais importantes jornais internacionais questionam a "continuidade da democracia no Brasil" sob a ameaça Bolsonaro e "retorno político impressionante" de Lula


Reprodução de imagem do curta-metragem “Nação Fraturada” do Financial Times

O mundo está de olho nas eleições do Brasil. Três dos mais importantes jornais internacionais, o New York Times, o Financial Times e o The Washington Post amanheceram questionando a “continuidade da democracia no Brasil” e “retorno político impressionante” de Lula.

“Ele semeou dúvidas sobre as urnas eletrônicas, minou as autoridades eleitorais e apelidou seu principal adversário de ‘ladrão corrupto’. Fã descarado daditadura militar, ele incitou sua base adoradora a ‘ir à guerra’ se a eleição no domingo for ‘roubada’.”

Assim o The Washington Post descreveu Jair Bolsonaro, o atual presidente e candidato à reeleição, em artigo nesta quarta (28), deixando claro o risco democrático que sofre o Brasil.

“No processo, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, perdendo nas pesquisas de reeleição para um segundo mandato, levantou temores do velho fantasma que ainda assombra a América Latina: um golpe. Ou, talvez, uma versão brasileira da insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA.”

O jornal norte-americano avalia a atual eleição presidencial brasileira como “um referendo sobre a democracia”: aqueles que votarem em Lula são a favor e os que votarem em Jair Bolsonaro são contrários ao processo democrático.

Já o The New York Times destaca no artigo o “impressionante retorno político” de Lula, também decretando que ele deve “derrotar o atual presidente Jair Bolsonaro nas eleições brasileiras no domingo”.

“Lula está prestes a se tornar presidente do Brasil mais uma vez, uma incrível ressurreição política que antes parecia impensável”, traça o famoso diário.

O NYT também escancara, logo no início da publicação, que Lula foi julgado imparcialmente: “cujas condenações por corrupção foram anulado no ano passado depois que o Supremo Tribunal do Brasil decidiu que o juiz em seus casos era parcial.”

E referiu-se à menção do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que chamou o líder brasileiro de “o político mais popular da Terra”.

“O retorno de Lula ao cargo de presidente consolidaria seu status como a figura mais influente da democracia moderna do Brasil. Ex-metalúrgico com educação de quinta série e filho de trabalhadores rurais analfabetos, ele é uma força política há décadas, liderando uma mudança transformadora na política brasileira para longe de princípios conservadores e em direção a ideais esquerdistas e interesses da classe trabalhadora.”

Bolsonaro como ameaça

Já sobre Bolsonaro, foi o editorial do The Washigton Post que destilou mais descrições: “Críticos dizem que ele também minou profundamente a democracia – ocupando cargos-chave com comandantes militares atuais e antigos, iniciando uma guerra com a Suprema Corte e empilhando a promotoria e a polícia com partidários.”

“A escolha entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 76, e Bolsonaro, 67, colocou o Brasil na linha de frente do cabo de guerra global entre democracia e autoritarismo.” E acrescenta um recado ao Brasil: “A disputa aqui está sendo observada de perto nos Estados Unidos – cuja política e polarização o Brasil parece espelhar.”

A derrota de Jair Bolsonaro, também anota o jornal, “pode sinalizar que a maré iliberal, construída sobre populismo, polarização, desdém do eleitor, desinformação e Fake News, pode estar começando a diminuir.”

Um Brasil “fraturado”

Essa polarização entre a democracia e o fascismo, que beneficia de formas diferentes dois polos do Brasil, é a principal mensagem do curta-metragem do britânic Financial Times, lançado hoje (29).

“Uma nação fraturada” é o título da reportagem audiovisual de Bryan Harris, que decide conhecer dois lados do Brasil: os ruralistas ricos, caminhoneiros e evangélicos que apoiam Bolsonaro e a população que ficou mais pobre, mais desempregada e com fome por este mesmo governo.

Se nos primeiros minutos do curta-metragem, cenas do risco à democracia pelo atual presidente, com seus incisivos acenos golpistas, defesa do armamento e violência por seus apoiadores, com mais de 20 minutos de duração, a investigação de Harris mostra também quem saiu beneficiado deste governo.

“O agronegócio – e a ‘domesticação’ do Cerrado – transformaram o interior do Brasil. As cidades lá estão crescendo. Bolsonaro veio como o homem para uni-los não apenas politicamente, mas também culturalmente”, narrou, ao conhecer ruralistas do Mato Grosso.

“Em São Paulo e outros grandes centros urbanos, a história é completamente diferente. Fabiana da Silva vive em uma ocupação – uma favela não muito longe do centro de SP. Ela diz que o descaso do governo com os pobres é uma estratégia deliberada”, também revela.

O curta-metragem do Financial Times está com acesso liberado a não inscritos, pode ser visto aqui.

BBC News e UOL: Senado dos EUA aprova recomendação de romper relação com o Brasil em caso de golpe de Bolsonaro e apaniguados neofacistas

 O Senado dos Estados Unidos aprovou por unanimidade, na noite desta quarta-feira (28/9), uma resolução apresentada pelo senador Bernie Sanders e outros cinco senadores democratas para defender a democracia no Brasil

  • Mariana Sanches - @mariana_sanches
  • Da BBC News Brasil em Washington
O senador americano Bernie Sanders

CRÉDITO,EPA

Legenda da foto,

O senador americano Bernie Sanders apresentou a resolução aprovada pelo Senado dos EUA

O Senado dos Estados Unidos aprovou por unanimidade, na noite desta quarta-feira (28/9), uma resolução apresentada pelo senador Bernie Sanders e outros cinco senadores democratas para defender a democracia no Brasil.

Em sua defesa da medida, no plenário do Senado, Sanders afirmou que o texto não era favorável a qualquer candidato e sim favorável ao rompimento de relações e assistência militar entre países em caso de um golpe.

"Não estamos tomando lado na eleição brasileira, o que estamos fazendo é expressar o consenso do Senado de que o governo dos EUA deve deixar inequivocamente claro que a continuidade da relação entre Brasil e EUA depende do compromisso do governo do Brasil com democracia e direitos humanos."

"O governo Biden deve deixar claro que os Estados Unidos não apoiam nenhum governo que chegue ao poder ao Brasil por meios não democráticos e assegurar que a assistência militar é condicional à democracia e transição pacífica de poder", afirmou Sanders.

A medida não contava com apoio declarado de nenhum republicano, mas, pelas regras da Câmara Alta, se nenhum senador objeta a um texto de resolução, ele é aprovado por unanimidade na casa.

A aprovação acontece a apenas 4 dias da eleição presidencial no Brasil e após repetidas acusações, sem provas, do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o sistema eleitoral brasileiro não é seguro e de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é "parcial". De acordo com as pesquisas eleitorais, Bolsonaro, que tenta a reeleição, está atualmente atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É imperativo que o Senado dos EUA deixe claro por meio desta resolução que apoiamos a democracia no Brasil", disse Sanders.

"Seria inaceitável que os EUA reconhecessem um governo que chegou ao poder de forma não democrática e enviaria uma mensagem horrível para o mundo inteiro. É importante que o povo brasileiro saiba que estamos do lado deles, do lado da democracia. Com a aprovação desta resolução, estamos enviando essa mensagem."

"É a primeira vez em muitas décadas que vemos esse tipo de resolução em relação ao Brasil. Isso não aconteceu nem mesmo durante a ditadura militar", afirmou James Green, historiador da Brown University e presidente do Washington Brazil Institute.

A resolução é a última sinalização de autoridades americanas que iniciaram há alguns meses um movimento contínuo e constante de expressar preocupação com a situação política no Brasil. Apenas esta semana houve ao menos outras duas manifestações públicas.

Na segunda-feira (26/9), o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse à BBC News Brasil que "como parceiro democrático, os EUA acompanharão as eleições de outubro com grande interesse".

"Esperamos que as eleições sejam conduzidas de maneira livre, justa e confiável, uma prova da força duradoura da democracia brasileira", acrescentou.

Na terça, apenas seis dias antes de os brasileiros irem às urnas, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou em coletiva de imprensa que os americanos "monitorariam" a eleição no domingo e expressou preocupação com a escalada de violência política nas ruas.

"Os EUA condenam a violência e pedem que os brasileiros façam suas vozes serem ouvidas de maneira pacífica", afirmou Jean-Pierre.

Para a cientista política e ex-assessora legislativa no Congresso dos EUA, Beatriz Rey, o movimento é "mais um endosso político para as ações que tanto a Casa Branca quanto o Departamento de Estado já vem tomando".

A expectativa é que os EUA reconheçam o resultado da urna o mais rapidamente possível após o anúncio do vencedor pelo TSE, no próximo domingo ou no dia 30 de outubro, em caso de segundo turno.

A resolução foi apresentação pelos senadores Bernie Sanders, Tim Kaine, chefe do subcomitê de Relações Exteriores do Congresso para o Hemisfério Ocidental; Patrick Leahy, Jeff Merkley, Richard Blumenthal e Elizabeth Warren.

- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63070321

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Portal do José: RETA FINAL! BOLSONARO VAI PARA O CRIME! ALIADOS ACELERAM DEBANDADA. DERROTA E CADEIA À VISTA!

 Do Portal do José:

27/09/22- FALTAM 5 DIAS! DERROTA ANUNCIADA IRREVERSÍVEL. BOLSONARO confessa que vai para o crime. Não aceitará derrota. Mas o que poderia fazer um insano? Instituições e sociedade estão preparadas? Vai ter cadeia pra muita gente.

Escola do ataque armado, no interior da Bahia, foi militarizada após decreto de Bolsonaro

 Desde 2019, a escola foi uma das que adotou disciplina de colégios militares durante o governo Bolsonaro

Em 2019, Colégio Municipal Eurides Sant´Anna adotou disciplina militar – Foto: Prefeitura de Barreiras

GGN. - Um estudante armado entrou na escola municipal Eudires Sant’Anna e atirou contra dois alunos, provocando uma morte, em cidade do interior da Bahia, Barreiras, na manhã desta segunda (26). Uma estudante que foi atingida, cadeirante, de 20 anos, morreu. A escola é de gestão compartilhada com a Polícia Militar.

Segundo a Polícia Civil da região, o jovem de 14 anos entrou na escola armado com um revólver calibre 38, duas armas brancas e aparentemente uma bomba caseira. Não há informações sobre a motivação do crime.

Escola pública militarizada


Desde 2019, a escola foi uma das diversas instituições públicas de ensino que passaram a adotar disciplina de colégios militares durante o governo de Jair Bolsonaro, metodologia estimulada pelo presidente.

Naquele ano, Jair Bolsonaro publicou o decreto Decreto 9.465/2019, que passou a “promover, fomentar, acompanhar e avaliar, por meio de parcerias, a adoção por adesão do modelo de escolas cívico-militares nos sistemas de ensino municipais, estaduais e distrital tendo como base a gestão administrativa, educacional e didático-pedagógica adotada por colégios militares do Exército, Polícias e Bombeiros Militares”.

Durante a gestão de Abraham Weintraub no Ministério da Educação, o então ministro anunciava um “Compromisso Nacional pela Educação Básica”, que objetivava instituir, até este ano, 2022, “27 Escolas Cívico Militares (1 por estado), totalizando 108 escolas até 2023, atendendo, aproximadamente, 108 mil alunos.”

“Política bélica”


O Colégio Municipal Eurides Sant´Anna, em Barreiras, onde ocorreu o ato nesta manhã, começou a adotar a disciplina dos colégios militares em maio de 2019, em convênio assinado pelo prefeito da cidade, Zito Barbosa (DEM), e coroneis e representantes da Polícia Militar.

Para a presidente do PT, o ato da manhã de hoje na escola no interior da Bahia é o reflexo da “política bélica de Bolsonaro”.

“Olha o que acontece com a política bélica de Bolsonaro. Um jovem entrou atirando numa escola da Bahia e uma aluna cadeirante morreu. Vamos acabar com essa liberação desenfreada de armas. Solidariedade à família da estudante”, escreveu nas redes.

PF vê graves transações suspeitas em gabinete de Bolsonaro. Ministro Alexandre de Moraes quebra sigilo de assessor

 

Segundo a PF, conversas do tenente Mauro Cesar Barbosa Cid indicaram que eram feitas transações para pagar contas da família presidencial e de pessoas próximas a Michelle Bolsonaro

www.brasil247.com - Mauro Cesar Barbosa Cid, Alexandre de Moraes, a Polícia Federal e o Planalto (de fundo)

Mauro Cesar Barbosa Cid, Alexandre de Moraes, a Polícia Federal e o Planalto (de fundo) (Foto: ABR | Divulgalção)


247 - A Polícia Federal encontrou no telefone do principal ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) mensagens que têm como consequência suspeitas de transações financeiras feitas pelo gabinete presidencial e com a possibilidade de serem ilegais. O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid teve diálogos por escrito, áudios e fotos com outros funcionários da Presidência. As conversas sinalizam a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou nas últimas semanas a quebra de sigilo bancário de Cid.

De acordo com informações publicadas nesta segunda-feira (26) pelo jornal Folha de S.Paulo, o material analisado pela PF indicou que eram feitas movimentações financeiras, para pagar contas pessoais da família presidencial e de pessoas próximas à primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

As transações estão sendo analisadas em um inquérito policial, mas ainda não existe acusação ou confirmação das suspeitas investigadas pela PF.

 — Boulos 5️⃣0️⃣1️⃣0️⃣ (@GuilhermeBoulos) September 26, 2022

A assessoria da Presidência afirmou que as transações vistas como suspeitas pela PF têm origem em dinheiro privado de Jair Bolsonaro. "Todos os recursos não têm origem no suprimento de fundos [cartão corporativo]. O presidente nunca sacou um só centavo desse cartão corporativo pessoal. O mesmo está zerado desde janeiro de 2019", continuou.

O tenente-coronel disse que a escolha do pagamento por meio de saques e depósitos para uma tia de Michelle aconteceu por motivos de segurança. "Cid não fazia transferência de conta a conta. Ele sacava o dinheiro para a conta do presidente não ficar exposta, com o nome dele no extrato de outra pessoa", diz a assessoria da presidência.

TCU fará auditoria em tempo real de urnas eletrônicas para rebater possíveis contestações dos militares pró-Bolsonaro do resultado das eleições

 

Tribunal de Contas da União (TCU) pretende auditar 540 urnas eletrônicas em tempo real para rebater eventuais contestações dos resultados oficiais

www.brasil247.com - Técnicos do TRE-DF realizam a conferência e a lacração de urnas eletrônicas para o 1º turno das Eleições 2022.

Técnicos do TRE-DF realizam a conferência e a lacração de urnas eletrônicas para o 1º turno das Eleições 2022. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O Tribunal de Contas da União (TCU) está preparando uma auditoria em tempo real de 540 urnas eletrônicas em diversos municípios de todo o País para assegurar um resultado rápido da checagem dos resultados, caso a apuração oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sofra algum tipo de contestação. 

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a iniciativa “funcionará como uma etapa adicional do sistema de auditoria do sistema eletrônico de votação, em uma espécie de contraposição à apuração paralela que será realizada pelas Forças Armadas. “O TCU já havia anunciado a realização de um processo de inspeção mais aprofundado em 4.161 urnas, com divulgação dos resultados em novembro”, ressalta a reportagem. 

O sistema de checagem e auditoria por parte do TCU foi montado na esteira das constantes críticas e questionamentos, sem provas, feitos por Jair Bolsonaro e integrantes da ala militar do seu governo em relação ao modelo eletrônico de votação.

Os militares pretendem realizar uma apuração paralela em cerca de 300 urnas eletrônicas, mas não informaram quais serão os critérios utilizados e nem os objetivos da checagem. 

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Lula desenha planos para resgatar a credibilidade internacional do Brasil que foi arrasada por Bolsonaro

 

Estratégia será recolocar o Brasil como protagonista da luta pela preservação ambiental e resgatar a cooperação entre países da América Latina

www.brasil247.com - Lula e Celso Amorim

Lula e Celso Amorim

247 - O ex-presidente Lula (PT) já tem planos para recuperar a imagem internacional do Brasil, que foi completamente arrasada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Em mensagem no Twitter nesta terça-feira (27), inclusive, Lula disse querer resgatar o orgulho dos brasileiros.

De acordo com Jamil Chade, do UOL, o principal meio para recuperar a imagem do Brasil será a agenda ambiental. "Uma das opções sob consideração seria a rápida convocação de uma cúpula do clima, seja no âmbito mundial ou regional. O evento serviria para que Lula apresentasse seus compromissos ambientais e costurasse alianças. A meta seria desmontar o clima de desconfiança por parte da comunidade internacional em relação ao Brasil. Ao longo dos últimos anos, a questão climática esteve no centro da deterioração da inserção do Brasil no mundo".

O jornalista lembra que Bolsonaro teve à frente do Itamaraty, por dois anos, Ernesto Araújo, figura que negava a importância da conservação ambiental, o que levou o Brasil a ser visto como inimigo da agenda climática.

O ex-presidente também trabalha com a ideia de criar uma cooperação com outros países em desenvolvimento para lutar contra o desmatamento, contando com o financiamento de nações ricas. A aliança contaria com africanos e asiáticos. "Mas o próximo governo brasileiro terá um sério desafio na Europa. O bloco caminha em ritmo acelerado para estabelecer uma sobretaxa para produtos agrícolas que tenham causado desmatamento. Se aplicado, a nova lei poderá ampliar o protecionismo contra as exportações nacionais em setores como soja, carne, milho e outros produtos. Uma das avaliações é de que a nova lei foi resultado de uma incapacidade de diálogo com o Brasil, sob o governo Bolsonaro. Para diplomatas, os europeus há anos buscavam motivo para criar novos muros para os produtos brasileiros. E, com o negacionismo climático por parte do Planalto, encontraram um 'argumento perfeito' para impor as barreiras".

Lula também trabalhará para aumentar a integração entre países da América Latina, aproveitando a onda de governos progressistas na região. "Uma das percepções é de que essa nova integração não deva mais apenas estar centrada em reduções de tarifas de importação. Mas também em temas como a questão social, meio ambiente e democracia".

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Jamil Chade: Governos estrangeiros recomendam a seus representates distanciamento de Bolsonaro até o fim das eleições

 

    Os sequestros por parte da campanha de Jair Bolsonaro das viagens ao funeral da rainha Elisabeth 2ª, em Londres, e a abertura da Assembleia Geral da ONU levaram governos estrangeiros a consolidar uma orientação de evitar qualquer contato mais explícito, assinatura de acordos ou entendimentos com o Palácio do Planalto, até pelo menos que a eleição seja definida no Brasil.


Seguem trechos da coluna do jornalista internacional Jamil Chade, no UOL:

Protesto contra o presidente na sede da ONU em Nova York - Ação anônima
Protesto contra o presidente na sede da ONU em Nova YorkImagem: Ação anônima

Os sequestros por parte da campanha de Jair Bolsonaro das viagens ao funeral da rainha Elisabeth 2ª, em Londres, e a abertura da Assembleia Geral da ONU levaram governos estrangeiros a consolidar uma orientação de evitar qualquer contato mais explícito, assinatura de acordos ou entendimentos com o Palácio do Planalto, até pelo menos que a eleição seja definida no Brasil.

Principalmente na Europa, autoridades já tinham adotado uma postura de cautela em relação ao governo de Jair Bolsonaro, com a própria Comissão Europeia trabalhando internamente com a perspectiva de que, em 2023, o presidente brasileiro já seria outro.

Fontes diplomáticas confirmaram que, ao longo dos meses, a opção pelo distanciamento ganhou força depois que Bolsonaro usou um encontro com embaixadores estrangeiros em julho para mentir sobre o sistema eleitoral brasileiro. Pelo protocolo, as embaixadas estrangeiras não poderiam deixar de atender ao convite do chefe de estado do país onde estão alocadas. Mas muitos dos embaixadores se sentiram "usados" ao entenderem que eram palco para uma campanha eleitoral e contra as urnas.

O mal-estar ganhou uma nova proporção na semana passada, depois que Bolsonaro usou até mesmo o funeral da monarca britânica para fazer campanha. Em embaixadas estrangeiras em Brasília, a percepção é de que o presidente não respeitará nenhum protocolo, luto ou normas a partir de agora.

A reportagem apurou que, em diversas democracias, a orientação foi a de suspender qualquer contato mais frequente com as autoridades brasileiras para evitar a repetição do cenário constrangedor.

"Para muitos de nós, ele já é um pato manco", explicou um diplomata estrangeiro, numa referência ao conceito em inglês de um presidente que já não governa e que apenas está aguardando o prazo para se retirar.

Veja o restante do artigo de Jamil Chade no site do UOL