segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Em editorial, Le Monde, da França, diz que eleição de Lula é "alívio global"

 

Jornal francês destacou o governo desastroso de Jair Bolsonaro e os desafios que Lula terá pela frente

www.brasil247.com - Luiz Inácio Lula da Silva

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert)

247O jornal francês Le Monde, em editorial publicado nesta segunda-feira (31), classifica a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência do Brasil como um "alívio global".

O periódico destaca o governo desastroso de Jair Bolsonaro (PL) e diz que cabe a ele uma última tarefa: reconhecer o resultado das urnas. "A democracia falou no Brasil. No domingo, 30 de outubro, ela demitiu o atual presidente Jair Bolsonaro após um mandato de alvoroço e fúria exemplificado pelo tratamento abismal da pandemia de Covid-19, o saque da Amazônia, ataques à democracia e um fluxo constante de declarações racistas, sexistas e homofóbicas. Resta agora a este líder de extrema-direita, calado na noite das eleições, uma última obrigação para com o seu país: reconhecer publicamente a sua derrota e preparar-se para uma alternância pacífica no topo do Estado".

"Quanto mais cedo melhor, o homem que muitas vezes foi comparado ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não deve imitá-lo uma última vez, lançando-se em um desafio aos resultados que colocariam as instituições à prova. . O tempo para uma campanha deletéria e particularmente virulenta já passou. Agora é a vez dos desafios que aguardam o vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva", complementa.

A eleição deste domingo, segundo o texto, foi "uma das voltas ao poder mais espetaculares já feitas em um poder do tamanho do Brasil".

O jornal destaca a dificuldade que Lula terá para encarar um país quebrado pelo bolsonarismo e com representantes desta corrente em setores do poder político. "Essa ultrapassagem foi, sem dúvida, essencial, mas não impediu o enraizamento de um populismo agressivo e a transição do bolsonarismo militante para o bolsonarismo institucional, o que se confirma neste segundo turno da eleição. Enquanto a campanha presidencial destacou a vulnerabilidade do país às inverdades veiculadas pelas redes sociais e a influência de pastores evangélicos ultraconservadores, esse bolsonarismo já está presente em vigor no Congresso do Brasil, assim como em muitos estados do gigante sul-americano, começando pela mais rica, a de São Paulo, que agora será comandada por um ex-ministro do presidente derrotado".

"Brasil expulsa Bolsonaro e traz Lula de volta": imprensa internacional destaca vitória do "campeão da esquerda brasileira"

 

Jornais internacionais classificam o retorno de Lula ao poder como "impressionante"

www.brasil247.com - Luiz Inácio Lula da Silva

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)

247A imprensa internacional destacou entre a noite deste domingo (30) e a manhã desta segunda-feira (31) a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que derrotou Jair Bolsonaro (PL) em segundo turno.

As manchetes trataram a volta de Lula ao poder como "impressionante".

  • New York Times, dos Estados Unidos: “Brasil expulsa Bolsonaro e traz de volta o ex-líder de esquerda Lula”
  • The Guardian, do Reino Unido: “Eleições no Brasil: Lula triunfa sobre Bolsonaro em retorno impressionante”
  • Clarín, da Argentina: “Em uma disputa voto a voto, Lula volta à Presidência 12 anos depois”
  • Le Figaro, da França: “Lula, a vida extraordinária do incansável campeão da esquerda brasileira”
  • El País, da Espanha: “Lula após vencer eleições: ‘Tentaram me enterrar vivo e aqui estou'”
  • Diário de Notícias, de Portugal: “Lula volta à Presidência do Brasil 12 anos depois, para um país dividido”
  • La Repubblica, da Itália: “O Brasil volta a escolher Lula: é a terceira vez”
  • Japan Times, do Japão: “Lula conquista por pouco a Presidência do Brasil em retorno impressionante”

Assine o 247apoie por Pixinscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

domingo, 30 de outubro de 2022

Fascistas não passarão! O Brasil e o mundo, todos os democratas respiram aliviados com a vitória Lula contra Bolsonaro, por Jeferson Miola

 Mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras, numa votação recorde, deram largada para o começo do fim do pesadelo fascista que atormenta o Brasil e assombra o mundo.

Lula derrotou a poderosíssima e criminosa máquina de guerra de Bolsonaro e cúpulas militares contra a democracia.

www.brasil247.com - Lula

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Por Jeferson Miola, para o 247

O Brasil e o mundo inteiro respiramos aliviados com a eleição do Lula para a presidência do país.

Mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras, numa votação recorde, deram largada para o começo do fim do pesadelo fascista que atormenta o Brasil e assombra o mundo.

Lula derrotou a poderosíssima e criminosa máquina de guerra de Bolsonaro e cúpulas militares contra a democracia.

Lula era a última – porque a única – barreira democrática ao avanço fascista. Com genialidade política e lucidez histórica, ele edificou uma potente aliança democrática para deter o avanço fascista.

Na “Arca de Noé” para salvar o Brasil só não embarcou a escória indigna e indecente que endossa a destruição e a barbárie bolsonarista.

Neste histórico 30 de outubro de 2022 não estava em jogo simplesmente a escolha do presidente do Brasil, mas a sobrevivência da democracia.

Escolhemos entre a vida ou a morte; entre a dignidade humana ou a barbárie; entre as luzes ou as trevas; entre a democracia ou o fascismo.

Não passarão!

Voltem ao esgoto podre de onde jamais deveriam ter saído!; voltem aos quartéis!; voltem à insignificância! – esta é a mensagem da maioria do povo brasileiro à extrema-direita que devastou o país e causou incomensuráveis dores, perdas e sofrimentos.

A vitória da democracia no contexto da guerra fascista do bolsonarismo significa um claro rechaço ao fascismo, ao militarismo, ao armamentismo, à violência, ao ódio, à barbárie.

Com a eleição do Lula, se inicia um complexo processo de restauração da democracia. Ao lado da urgente reconstrução democrática, é preciso também promover um pacto nacional de desfascitização do Brasil.

Este é um desafio extraordinário que ultrapassará o mandato de quatro anos do governo Lula. Neste esforço, será preciso contar com o empenho prioritário e permanente de todos os segmentos civilizados da sociedade brasileira.

Este esforço para a desfastização do Brasil será recebido com entusiasmo pela comunidade internacional, que assiste em pânico a expansão da extrema-direita fascista em vários países. O debilitamento do elo brasileiro da articulação fascista internacional é uma notícia ansiada pelo mundo inteiro.

Por isso o governo que se inicia em 1º de janeiro de 2023 se legitima para desenvolver uma diplomacia antifascista e uma convocatória mundial para o combate implacável a valores, idéias e programas que violam as conquistas do direito internacional acerca do fascismo e do nazismo.

Não passarão!

A eleição do Lula para a presidência do Brasil é um alívio para o mundo inteiro.

Com esta vitória superlativa, Lula consolida a liderança para reerguer o Brasil dos escombros, a começar pela urgente missão humanitária de retirar 33 milhões de brasileiros e brasileiras da fome e outras dezenas de milhões da pobreza e da miséria.

O Brasil volta a respirar e vê renascer a esperança no futuro e na vida. Para a imensa maioria de 215 milhões de brasileiras e brasileiros, é um privilégio e um conforto ético ser contemporâneo do Lula; é um privilégio pertencer ao mesmo tempo histórico dele e poder contar com a sua genialidade, generosidade e humanidade.

Lula é o grande artífice desta vitória histórica da democracia sobre o fascismo e da vida sobre a barbárie.

Lula – e somente o Lula –, seria capaz de evitar que o Brasil desabasse tragicamente nas profundezas do precipício fascista.

Não passarão!

Voltamos a respirar, finalmente. Lula merece toda a gratidão do mundo e de todo o mundo.

Apoie a iniciativa do Jornalistas pela Democracia no Catarse

Como será a ponta da praia para Bolsonaro, seus cúmplices e seus milicianos

 

'É preciso retomar deveres para o sistema judicial', diz o colunista Moisés Mendes. 'O STF não enfrentou a Lava Jato e o TSE ignorou fraudes de Bolsonaro'


www.brasil247.com -

(Foto: Midia Ninja/CNJ)

Por Moisés Mendes, para o 247 

A derrota de Bolsonaro pode não significar o fim do bolsonarismo, mas oferece a chance de reabilitação do sistema de Justiça, que se alienou, se resignou e se submeteu aos desmandos e aos crimes de uma família organizada como quadrilha.

Quatro anos de imposição do fascismo encolheram e acovardaram as instituições, na avaliação de duas figuras que por acaso têm o mesmo sobrenome: Gilmar Mendes e Conrado Hübner Mendes.

Mesmo que percorram caminhos diferentes e reflitam com bases discordantes (Conrado é crítico de Gilmar), os dois citados remetem para a mesma perspectiva que se abre.

As instituições em geral, no que têm de genérico, e o sistema de Justiça, no que têm de particular, terão de dar conta de reparações não enfrentadas durante anos.

O Supremo que não enfrentou a Lava-Jato. O TSE que ignorou as fraudes eleitorais da chapa Bolsonaro-Mourão em 2018. A Justiça de primeira instância que se acovardou para a família e os cúmplices da família.

As autoridades das altas cortes de Gilmar Mendes que não contiveram Eduardo Cunha antes do golpe.

Os omissos, os silenciosos, os que se enfiaram em cantinhos – todos terão de oferecer agora o que se negaram a entregar nesses quatro anos.

É a hora de Bolsonaro se defrontar com instituições que o trataram até com certa cordialidade.

Quando foi para o segundo turno em 2018, o sujeito prometeu, em discurso transmitido para os seus na Avenida Paulista, que faria o julgamento sumário dos inimigos na ponta da praia.

A ponta da praia, que a ditadura usava como cenário para assassinar adversários, é a referência de Justiça do sujeito.

Hoje, a ponta da praia para Bolsonaro e seus milicianos terá de ser representada pela reabilitação das instituições, mas sem que isso signifique algo gasoso e a impalpável.

Reabilitar as instituições significa restabelecer prerrogativas e deveres do Ministério Público e de toda a estrutura do sistema de Justiça.

Significa, pelo que tem de mais singelo, dizer às autoridades, como pede Gilmar Mendes, que elas deixem de se acovardar, porque os ameaçadores perderam.

É uma lista grande. Juízes assustados com o poder de coação de aliados de Bolsonaro, que perseguem jornalistas de forma sistemática. Que temem os filhos do sujeito, os militares, os bandidos da grilagem e da garimpagem.

O MP relapso na vigilância dos crimes da Amazônia. As autoridades submissas à prepotência criminosa de empresários assediadores de empregados.

Todos terão de reagir, inclusive a Procuradoria-Geral da República que trabalha como defesa de Bolsonaro. Não agora, mas mais adiante terá de reagir

Bolsonaro quase acabou com os empregos de todos eles e iria extinguir muitas das atividades essenciais para a democracia se tivesse um segundo mandato.

O sistema de Justiça sabe dessas ameaças, mesmo que esteja com várias partes podres e sem condições de refletir sobre a própria podridão.

As autoridades das quais fala Gilmar Mendes terão de voltar a atuar de forma substantiva, e não só retórica, para sobreviver. As instituições mais do que as autoridades.

“Agentes e instituições que possuem o dever de agir, de proteger o Estado democrático de Direito”, na definição de Gilmar, perderam “o brio necessário”.

Na definição de Conrado Mendes, o melhor analista da relação poder-Justiça, o Supremo é o tribunal onde o cala boca já morreu da ministra Cármen Lúcia “flutua conforme a razão e sensibilidade de cada ministro”.

O Supremo da liberdade de expressão dos poderosos – e que a Lava-Jato quase comeu – precisa tomar a frente na proteção de um sistema de Justiça fragilizado pelo próprio medo e pelo colaboracionismo.

Reconstruir o Brasil é muito mais do que recompor as bases e as relações políticas, em todas as áreas, que irão desafiar Lula.

Se o resgate do Brasil não passar pela vontade de ressureição do sistema de Justiça, nada mais terá sentido, nem mesmo o mais amplo e sólido acordo que Lula possa fazer com todas as forças do país.

A ponta da praia das instituições depende de algo maior do que o brio de promotores, procuradores, juízes de primeira instância, desembargadores e altos ministros das altas cortes.

Depende da coragem que muitos não tiveram para enfrentar o poder da família e dos seus protegidos nesses quatro anos de terror que calaram muita gente.

É mais do que brio o que falta. Numa tradução de maior alcance, faltou vergonha na cara mesmo.

"Vivi uma ressurreição. Tentaram me enterrar vivo, mas estou aqui para governar este país", diz Lula, vencedor das Eleições 2022

 

Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro pronunciamento após ser eleito o novo presidente do país. Leia a íntegra


www.brasil247.com - Luiz Inácio Lula da Silva

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)

247Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez na noite deste domingo (30) seu primeiro discurso como presidente eleito, após derrotar Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno desta eleição presidencial.

"Quero começar com um agradecimento a Deus, porque eu sempre achei que Deus foi muito generoso comigo para que permitisse que eu saísse de onde eu saí para chegar onde eu cheguei, sobretudo neste momento, onde nós não enfrentamos um adversário, um candidato. Enfretamos a máquina do Estado brasileiro, colocada a serviço do candidato da situação, para tentar evitar que nós ganhássemos as eleições. O povo que votou em mim, o povo que votou no meu adversário, quem foi para a urna, quero dar meus parabéns, sobretudo às pessoas que votaram em mim. Me considero um candidato que teve um processo de ressurreição na política brasileira, porque tentaram me enterrar vivo e eu estou aqui. Estou aqui para governar esse país em uma situação muito difícil, mas tenho fé em Deus que, com a ajuda do povo, vamos encontrar uma saída para que esse país volte a viver democraticmente, harmonicamente, e a gente restabelecer a paz entre as famílias, entre os divergentes, para que a gente possa construir o mundo que nós precisamos", declarou Lula antes de iniciar a leitura de seu pronunciamento.

Leia o discurso na íntegra:

"Meus amigos e minhas amigas.

Chegamos ao final de uma das mais importantes eleições da nossa história. Uma eleição que colocou frente a frente dois projetos opostos de país, e que hoje tem um único e grande vencedor: o povo brasileiro.

Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora.

Neste 30 de outubro histórico, a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais – e não menos democracia.

Deseja mais – e não menos inclusão social e oportunidades para todos. Deseja mais – e não menos respeito e entendimento entre os brasileiros. Em suma, deseja mais – e não menos liberdade, igualdade e fraternidade em nosso país.

O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que exercer o direito sagrado de escolher quem vai governar a sua vida. Ele quer participar ativamente das decisões do governo.

O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que o direito de apenas protestar que está com fome, que não há emprego, que o seu salário é insuficiente para viver com dignidade, que não tem acesso a saúde e educação, que lhe falta um teto para viver e criar seus filhos em segurança, que não há nenhuma perspectiva de futuro.

O povo brasileiro quer viver bem, comer bem, morar bem. Quer um bom emprego, um salário reajustado sempre acima da inflação, quer ter saúde e educação públicas de qualidade.

Quer liberdade religiosa. Quer livros em vez de armas. Quer ir ao teatro, ver cinema, ter acesso a todos os bens culturais, porque a cultura alimenta nossa alma.

O povo brasileiro quer ter de volta a esperança.

É assim que eu entendo a democracia. Não apenas como uma palavra bonita inscrita na Lei, mas como algo palpável, que sentimos na pele, e que podemos construir no dia-dia.

Foi essa democracia, no sentido mais amplo do termo, que o povo brasileiro escolheu hoje nas urnas. Foi com essa democracia – real, concreta – que nós assumimos o compromisso ao longo de toda a nossa campanha.

E é essa democracia que nós vamos buscar construir a cada dia do nosso governo. Com crescimento econômico repartido entre toda a população, porque é assim que a economia deve funcionar – como instrumento para melhorar a vida de todos, e não para perpetuar desigualdades.

A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra.

A roda da economia vai voltar a girar com os pobres fazendo parte do orçamento. Com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas.

Com todos os incentivos possíveis aos micros e pequenos empreendedores, para que eles possam colocar seu extraordinário potencial criativo a serviço do desenvolvimento do país.

É preciso ir além. Fortalecer as políticas de combate à violência contra as mulheres, e garantir que elas ganhem o mesmo salários que os homens no exercício de igual função.

Enfrentar sem tréguas o racismo, o preconceito e a discriminação, para que brancos, negros e indígenas tenham os mesmos direitos e oportunidades.

Só assim seremos capazes de construir um país de todos. Um Brasil igualitário, cuja prioridade sejam as pessoas que mais precisam.

Um Brasil com paz, democracia e oportunidades.

Minhas amigas e meus amigos.

A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois 'Brasis'. Somo um único país, um único povo, uma grande nação.

Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio.

A ninguém interessa viver num país dividido, em permanente estado de guerra.

Este país precisa de paz e de união. Esse povo não quer mais brigar. Esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo a ser temido ou destruído.

É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida.

O desafio é imenso. É preciso reconstruir este país em todas as suas dimensões. Na política, na economia, na gestão pública, na harmonia institucional, nas relações internacionais e, sobretudo, no cuidado com os mais necessitados.

É preciso reconstruir a própria alma deste país. Recuperar a generosidade, a solidariedade, o respeito às diferenças e o amor ao próximo.

Trazer de volta a alegria de sermos brasileiros, e o orgulho que sempre tivemos do verde-amarelo e da bandeira do nosso país. Esse verde-amarelo e essa bandeira que não pertencem a ninguém, a não ser ao povo brasileiro.

Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer, ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário.

Se somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro de proteína animal, se temos tecnologia e uma imensidão de terras agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias.

Este será, novamente, o compromisso número 1 do nosso governo.

Não podemos aceitar como normal que famílias inteiras sejam obrigadas a dormir nas ruas, expostas ao frio, à chuva e à violência.

Por isso, vamos retomar o Minha Casa Minha Vida, com prioridade para as famílias de baixa renda, e trazer de volta os programas de inclusão que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza.

O Brasil não pode mais conviver com esse imenso fosso sem fundo, esse muro de concreto e desigualdade que separa o Brasil em partes desiguais que não se reconhecem. Este país precisa se reconhecer. Precisa se reencontrar consigo mesmo.

Para além de combater a extrema pobreza e a fome, vamos restabelecer o diálogo neste país.

É preciso retomar o diálogo com o Legislativo e Judiciário. Sem tentativas de exorbitar, intervir, controlar, cooptar, mas buscando reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três poderes.

A normalidade democrática está consagrada na Constituição. É ela que estabelece os direitos e obrigações de cada poder, de cada instituição, das Forças Armadas e de cada um de nós.

A Constituição rege a nossa existência coletiva, e ninguém, absolutamente ninguém, está acima dela, ninguém tem o direito de ignorá-la ou de afrontá-la.

Também é mais do que urgente retomar o diálogo entre o povo e o governo.

Por isso vamos trazer de volta as conferências nacionais. Para que os interessados elejam suas prioridades, e apresentem ao governo sugestões de políticas públicas para cada área: educação, saúde, segurança, direitos da mulher, igualdade racial, juventude, habitação e tantas outras.

Vamos retomar o diálogo com os governadores e os prefeitos, para definirmos juntos as obras prioritárias para cada população.

Não interessa o partido ao qual pertençam o governador e o prefeito. Nosso compromisso será sempre com melhoria de vida da população de cada estado, de cada município deste país.

Vamos também reestabelecer o diálogo entre governo, empresários, trabalhadores e sociedade civil organizada, com a volta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Ou seja, as grandes decisões políticas que impactem as vidas de 215 milhões de brasileiros não serão tomadas em sigilo, na calada da noite, mas após um amplo diálogo com a sociedade.

Acredito que os principais problemas do Brasil, do mundo, do ser humano, possam ser resolvidos com diálogo, e não com força bruta.

Que ninguém duvide da força da palavra, quando se trata de buscar o entendimento e o bem comum.

Meus amigos e minhas amigas.

Nas minhas viagens internacionais, e nos contatos que tenho mantido com líderes de diversos países, o que mais escuto é que o mundo sente saudade do Brasil.

Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos. E que ao mesmo tempo contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres.

O Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, por meio de cooperação, investimento e transferência de tecnologia.

Que trabalhou pela integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe, que fortaleceu o Mercosul, e ajudou a criar o G-20, a UnaSul, a Celac e os BRICS.

Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo.

Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país, para que os investidores – nacionais e estrangeiros – retomem a confiança no Brasil. Para que deixem de enxergar nosso país como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental.

Queremos um comércio internacional mais justo. Retomar nossas parcerias com os Estados Unidos e a União Europeia em novas bases. Não nos interessam acordos comerciais que condenem nosso país ao eterno papel de exportador de commodities e matéria prima.

Vamos re-industrializar o Brasil, investir na economia verde e digital, apoiar a criatividade dos nossos empresários e empreendedores. Queremos exportar também conhecimento.

Vamos lutar novamente por uma nova governança global, com a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e com o fim do direito a veto, que prejudica o equilíbrio entre as nações.

Estamos prontos para nos engajar outra vez no combate à fome e à desigualdade no mundo, e nos esforços para a promoção da paz entre os povos.

O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a Floresta Amazônica.

Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global.

Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia

O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração da vida na Terra.

Um rio de águas límpidas vale muito mais do que todo o ouro extraído às custas do mercúrio que mata a fauna e coloca em risco a vida humana.

Quando uma criança indígena morre assassinada pela ganância dos predadores do meio ambiente, uma parte da humanidade morre junto com ela.

Por isso, vamos retomar o monitoramento e a vigilância da Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal – seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida.

Ao mesmo tempo, vamos promover o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem na região amazônica. Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem destruir o meio ambiente.

Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a Amazônia, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. Mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania.

Temos compromisso com os povos indígenas, com os demais povos da floresta e com a biodiversidade. Queremos a pacificação ambiental.

Não nos interessa uma guerra pelo meio ambiente, mas estamos prontos para defendê-lo de qualquer ameaça.

Meus amigos e minhas amigas.

O novo Brasil que iremos construir a partir de 1º de janeiro não interessa apenas ao povo brasileiro, mas a todas as pessoas que trabalham pela paz, a solidariedade e a fraternidade, em qualquer parte do mundo.

Na última quarta-feira, o Papa Francisco enviou uma importante mensagem ao Brasil, orando para que o povo brasileiro fique livre do ódio, da intolerância e da violência.

Quero dizer que desejamos o mesmo, e vamos trabalhar sem descanso por um Brasil onde o amor prevaleça sobre o ódio, a verdade vença a mentira, e a esperança seja maior que o medo.

Todos os dias da minha vida eu me lembro do maior ensinamento de Jesus Cristo, que é o amor ao próximo. Por isso, acredito que a mais importante virtude de um bom governante será sempre o amor – pelo seu país e pelo seu povo.

No que depender de nós, não faltará amor neste país. Vamos cuidar com muito carinho do Brasil e do povo brasileiro. Viveremos um novo tempo. De paz, de amor e de esperança.

Um tempo em que o povo brasileiro tenha de novo o direito de sonhar. E as oportunidades para realizar aquilo que sonha.

Para isso, convido a cada brasileiro e cada brasileira, independentemente em que candidato votou nessa eleição. Mais do que nunca, vamos juntos pelo Brasil, olhando mais para aquilo que nos une, do que para nossas diferenças.

Sei a magnitude da missão que a história me reservou, e sei que não poderei cumpri-la sozinho. Vou precisar de todos – partidos políticos, trabalhadores, empresários, parlamentares, govenadores, prefeitos, gente de todas as religiões. Brasileiros e brasileiras que sonham com um Brasil mais desenvolvido, mais justo e mais fraterno.

Volto a dizer aquilo que disse durante toda a campanha. Aquilo que nunca foi uma simples promessa de candidato, mas sim uma profissão de fé, um compromisso de vida:

O Brasil tem jeito. Todos juntos seremos capazes de consertar este país, e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos – com oportunidades para transformá-los em realidade.

Maus uma vez, renovo minha eterna gratidão ao povo brasileiro. Um grande abraço, e que Deus abençoe nossa jornada".

Presidente dos EUA, Joe Biden parabeniza Lula pela eleição

 


Mandatário estadunidense reconheceu também a lisura das eleições no Brasil

www.brasil247.com - Lula e Joe Biden

Lula e Joe Biden (Foto: Stuckert | Reuters)

247O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua eleição neste domingo (30), ao derrotar no segundo turno Jair Bolsonaro.

O mandatário estadunidense reconheceu a lisura das eleições no Brasil e se disse ansioso para continuar com a cooperação entre os dois países.

Assine o 247apoie por Pixinscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

E o Nordeste salvou o Brasil do fascismo bolsonarista, por Eduardo Guimarães

 

Do Blog da Cidadania:

O Nordeste salvou o Brasil em 2010, em 2014. Bolsonaro tentou roubar, como era previsto, usando a PRF, mas nem roubar o ajudou. Agora temos que vencer o terceiro turno...



Família Passos, Talquey: Tchau, Jair embora! Acabou!

 

Do Canal da Família Passos:

Não teve Moro, Dallagnol, Curitiba, Fake News, milicos golpistas ou milicianos que impedissem a Democracia com LULA!



Crime eleitoral para impedir o povo de votar foi planejado no Palácio da Alvorada

 

"Obviamente, nunca se tratou de uma preocupação com a marca da imparcialidade", denuncia o jornalista Lauro Jardim

www.brasil247.com - Silvinei Vasques, Bolsonaro e Palácio do Planalto

Silvinei Vasques, Bolsonaro e  Palácio do Planalto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil | REUTERS/Ueslei Marcelino | Roberto Stuckert Filho/PR)

247 - “A ação protagonizada hoje pela Polícia Rodoviária Federal que acontece hoje nas estradas brasileiras com ações que dificultando o transporte de eleitores começou a ser articulada na noite do dia 19 de outubro. Naquela quarta-feira, o núcleo duro da campanha de Jair Bolsonaro se reuniu no Palácio da Alvorada e traçou as ações fundamentais que devem ser tomadas na reta final do segundo turno”, informa o jornalista Lauro Jardim em sua coluna no jornal O Globo.

“Uma delas era justamente a ação que está sendo feita desde a madrugada de hoje: os chefes dos órgãos que auxiliarão a Justiça Eleitoral, como as Forças Armadas, PF e Polícia Rodoviária Federal, seriam instruídos para que os seus comandados ficassem atentos ao transporte irregular de eleitores, sobretudo no Nordeste. Obviamente, nunca se tratou de uma preocupação com a marca da imparcialidade.”, acrescenta.

Assine o 247apoie por Pixinscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Bolsonaro escalou ministro da Justiça para usar politicamente a PRF contra o transporte de eleitores e isso é crime explícito contra o povo e a Democracia

 

“Anderson Torres tem ciência do mapa da campanha do presidente em que foram apontadas as regiões em que o ex-presidente Lula é mais forte”, diz a jornalista Andréia Sadi

www.brasil247.com - Anderson Torres e Jair Bolsonaro

Anderson Torres e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

247O ministro da Justiça, Anderson Torres, responsável pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi escalado por Jair Bolsonaro (PL) para colocar em prática o plano da campanha bolsonarista envolvendo o bloqueio de rodovias visando impedir o acesso de eleitores simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente os do Nordeste,  às urnas no segundo turno, que acontece neste domingo (30).

“Anderson Torres, um dos principais aliados de Bolsonaro, tem ciência do mapa de integrantes da campanha do presidente em que foram apontadas as regiões do país em que o ex-presidente Lula é mais forte”, diz a jornalista Andréia Sadi, no G1. 

“Torres passou a semana em contato com assessores do presidente e tem proximidade com Fabio Wajgarten, coordenador da campanha de Bolsonaro, além de ter estado com Bolsonaro na quarta-feira (26), no Palácio da Alvorada”, destaca.

Ainda segundo a reportagem, “desde sexta-feira (28), a campanha do PT já tinha a informação de que a PRF, dirigida por Silvinei Vasques, que declarou publicamente apoio a Bolsonaro, preparava uma operação que poderia atrapalhar a disputa. Nas reuniões de campanha, segundo o blog apurou, Torres foi informado a respeito do mapa eleitoral do país com outros assessores de Bolsonaro”.

Assine o 247, apoie por Pixinscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:



Exemplos da mentalidade Bolsonarista: Damares, Roberto Jefferson, Carla Zambelli