quarta-feira, 30 de junho de 2021

Desenhando para bolsonarista entender: Revelada propina de R$ 2 bilhões ao gov Bolsonaro na compra de vacinas. Vídeo de Thiago dos Reis, do Plantão Brasil

 


Do Canal Plantão Brasil:

Entrevista na Folha mostra que desgoverno pediu dinheiro a empresas.




Militar que estava na reunião em que servidor pediu propina por vacinas abriu empresa de intermediação na véspera do encontro

 

Três dias antes do encontro, o coronel da reserva Marcelo Blanco abriu a Valorem Consultoria, cuja atividade econômica declarada é representar agentes do comércio de medicamentos


Roberto Dias

Roberto Dias (Foto: MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL)

247Na véspera de um encontro com o servidor Roberto Ferreira Dias e um representante da empresa Davati Medical Supply, o coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa abriu uma empresa de representação comercial de medicamentos. 

Na conversa, no dia 25 de fevereiro, Dias teria pedido propina em troca de um acordo com a pasta pela aquisição de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Um representante da empresa disse ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose.

Três dias antes, no dia 22, Blanco abriu a empresa Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, em Brasília.

"Entre as atividades econômicas da empresa apresentadas à Receita Federal estão as de representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaria e também de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares", diz a reportagem da coluna Painel, na Folha.

Segundo Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati, durante a conversa, Blanco, Dias e um empresário estavam com uma agenda em que anotavam fazendo cálculos. "Só sei que eles ficavam com uma agenda anotando, fazendo cálculos, eu olhando aquilo e falei gente do céu, onde eu fui me enfiar?", disse, segundo a jornalista Constança Rezende, da Folha de S.Paulo.

Blanco era assessor no departamento de logística do ministério na gestão de Dias. Ele teve seu depoimento na CPI da Covid aprovado nesta quarta-feira (30)

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Do El País: CPI da Pandemia- Ricardo Barros tem nas mãos fatura que Bolsonaro não tem como pagar

 El País:

Sob tsunami de denúncias no caso Covaxin, deputado se move com a tranquilidade de quem é peça-chave no arranjo do Centrão que sustenta o Governo na Câmara e alimenta os sonhos do mandatário para 2022


Ricardo Barros e o ministro da Economia, Paulo Guedes.ADRIANO MACHADO / REUTERS



Artigo de Flávio Freire

O deputado Ricardo Barros (PP-PR) ainda compunha as fileiras do extinto PFL quando deu as costas para seus colegas e foi o único representante do partido a votar contra a emenda que acabou por autorizar a reeleição durante o primeiro Governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-1998). Até hoje não esconde o feito com estratégico orgulho, como fez recentemente em uma postagem em sua conta no Twitter. Alçado no ano passado por Jair Bolsonaro à condição de líder do atual Governo, Barros, que já havia sido líder da Gestão de FHC e vice-líder nas administrações de Lula e Dilma, além de ministro da Saúde no polêmico mandato de Michel Temer, abraçou no ano passado a empreitada política camuflado aos interesses do novo chefe.

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Tão logo tomou corpo, um ano atrás, o debate acerca da tentativa de reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para, respectivamente, as presidências da Câmara e do Senado, por exemplo, Barros ainda se mostrava contrário ao instituto da reeleição, seja qual fosse a instância. Reforçando a artilharia que a família Bolsonaro despejava principalmente contra Rodrigo Maia, o deputado do Progressista fazia ali a primeira lição de casa, e atuou nos bastidores numa ação de desgaste do colega que tentava ser reconduzido à presidência da Casa. Era irredutível, e a reeleição, dizia ele, não passaria de jeito algum.

Bastou assumir a liderança do Governo na Câmara em outubro de 2020 para o deputado abrir os braços e dar outra configuração à própria tese quando perguntado sobre o projeto de Bolsonaro em se manter mais quatro anos no poder: “É um caminho natural o apoio do Centrão (para a reeleição)”, disse, confortavelmente, sobre o provável apoio dos partidos que dão sustentação ao Governo no Congresso.

Abraço do Centrão

Está nesse abraço com o Centrão, visando 2022, segundo análises elaboradas por integrantes do Governo e parlamentares, principalmente de oposição, o motivo pelo qual o presidente parece ter ignorado a denúncia do servidor público Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luis Miranda, que envolveram o nome de Barros em um esquema supostamente fraudulento para compra da vacina indiana Covaxin em plena pandemia que matou mais de 510.000 pessoas no país. Nesta terça, as acusações ganharam nova temperatura quando a revista Crusoé traz um relato no qual o próprio Barros aparece oferecendo propina ao deputado Miranda em troca de que ele e o irmão parassem de atrapalhar o acerto com a Covaxin. Já Folha de S. Paulo traz a denúncia de um representante da empresa Davati Medical que disse ter ouvido de um indicado de Barros no Ministério da Saúde que só aceitaria fechar negócio por um imunizante se topasse pagar uma propina de um dólar por dose.

Pelos corredores do Planalto do Palácio a voz corrente é a de que Bolsonaro, em colóquios regados a expressões de apelo popular, estaria numa “sinuca de bico”. O que explicaria o cavalo de pau que o presidente deu em seu discurso quando a crise da vez no Governo esbarra na sua principal bandeira eleitoral. Se antes dizia com todas as letras não haver corrupção na sua gestão, o mandatário agora usa de um artifício comum no ambiente político: “Não tenho como saber o que acontece em todos os ministérios”. Rendeu-se ao peso do abacaxi e nesta terça viu o Ministério da Saúde cancelar o contrato com a fabricante indiana do imunizante, uma tentativa de redução de danos diante do escândalo.

Numa análise fria dos acontecimentos, de acordo com interlocutores, o presidente avaliava de forma meticulosa como agir no caso da Covaxin. Sabe que Barros, seu amigo de partido quando os dois integravam o PP, tem nas mãos uma fatura político-eleitoral importante que o blinda de uma fritura. Para o presidente, pagá-la ou não é o que vai ajudar a desenhar seu futuro próximo. A amigos próximos, Barros estaria aguardando calmamente como o intempestivo presidente vai reagir ao longo dessa semana, considerada quente com o caminhar da CPI da Pandemia. Enquanto isso, teses conspiracionistas colocam em lados opostos Barros e o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já apontado como quem estaria por trás da denúncia feita por Miranda contra o líder do Governo bolsonarista na Câmara.

A dúvida de como Barros pode agir diante de uma eventual degola explicaria, segundo relatos, o fato de Bolsonaro ter reagido apenas com “isso é rolo do Barros” quando alertado sobre possível fraude em um contrato milionário para compra da Covaxin, vacina intermediada pela Precisa Medicamentos. A Precisa pertence a Francisco Maximiano, nome próximo ao deputado desde que dava seus primeiro passos na política em Maringá, cidade onde seu clã domina o espaço político. O presidente não acionou os órgãos que, neste caso, deveriam se debruçar sobre a denúncia. Na contramão, procurou desqualificar quem tinha informações sobre um eventual esquema de corrupção no seu governo. Homem forte do Governo, Barros parece blindado pela razão óbvia de como funciona a dinâmica da política nacional.

“O presidente tem um grande problema pela frente. Se tirar o Barros da liderança, ele sabe que pode perder o apoio dos partidos com os quais Barros faz intermediação. Além disso, ficaria frágil o discurso que ainda cola em seus eleitores, de que não há nem nunca houve corrupção no Governo”, diz um governista com trânsito no Ministério das Relações Institucionais. Mesmo três dias depois de Barros pôr os pés em areia movediça, Bolsonaro não veio ainda a público negar que tenha citado o seu líder na Câmara aos irmãos Miranda. Coube ao próprio ir às redes sociais para negar envolvimento com possíveis fraudes, e se colocar à disposição das autoridades para dar sua versão, o que ainda não aconteceu.

Na noite desta segunda-feira, Barros respondeu ao EL PAÍS pelo WhatsApp. Numa troca de mensagens sem réplica, não descartou a a possibilidade de Bolsonaro tê-lo citado na conversa com os irmãos Miranda. Em sua defesa, acredita apenas que não se trataria de uma menção relacionada à Covaxin. Preferiu deixar no ar que, se Bolsonaro o enxerga como um político com seus “rolos”, é coisa do passado. “Pelas informações divulgadas até o momento a respeito do suposto diálogo, o caso em questão seria sobre a empresa Global e a compra de medicamentos não entregues”, disse.

O Ministério Público Federal acusa o deputado de ter beneficiado a Global Gestão em Saúde quando ele era ministro no Governo Temer. A empresa ofereceu o menor preço mas não entregou os medicamentos que seriam destinados a pacientes com doenças raras. O Governo desembolsou 19,9 milhões de reais e até hoje os remédios não chegaram às prateleiras. “Na minha gestão promovi uma economia superior a 5 bilhões de reais ao sistema de saúde (...) São processos que afrontam grandes interesses”, disse o deputado a este jornal. O caso que ganhou o noticiário entre 2016 e 2018 tem forte contorno na atual crise uma vez que Maximiano é sócio tanto da Global como da Precisa, empresa alvo da CPI da Pandemia onde os irmãos Miranda apontaram Barros como a autoridade que estaria fazendo pressão para o Governo dar celeridade ao contrato mesmo, segundo eles, diante de irregularidades.

Barros se defende: “Embora a Global seja sócia da Precisa Medicamentos, esse processo em nada se relaciona com a aquisição de vacinas da Covaxin”, diz ele. “Estou à disposição para prestar esclarecimentos, inclusive na CPI”. O deputado garantiu também não ter relações com Maximiano: “Não sou próximo do senhor Francisco Maximiano e não atuei em favor da Precisa”, completou.

A comissão está ávida por mais informações. Nesta quinta-feira, pretende ouvir Maximiano para que ele dê explicações sobre o contrato de compra de 20 milhões de doses do imunizante produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech, agora suspenso. Ele teria chegado nesta segunda-feira do exterior, informação desencontrada com a primeira notícia pós-escândalo, de que ele havia desembarcado no Brasil no último dia 15, vindo da Índia. O acordo da Precisa chegou a ser fechado com o Ministério da Saúde, mesmo com o valor do imunizante oferecido —15 dólares, valor superior ao que estava sendo oferecido pelos imunizantes da Pfizer e da Coronavac — e também na celeridade da negociação, tida como “atípica” pelo servidor. Além disso, o material que chegaria no Brasil estaria perto do prazo de validade.

“A nossa preocupação é que esse tipo de denúncia não trave uma área da saúde muito importante, que é o da logística, o que prejudicaria processos importantes que estão em andamento e não têm relação alguma com o que está acontecendo”, diz Nelson Mussolini, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), que hoje representa 95% do mercado. A Precisa e a Global não fazem parte do quadro de sócios do sindicato.

Chegada à conclusão de que haveria um esquema contra os cofres públicos e ainda colocaria no mercado uma vacina não aprovada, o Governo terá que reverter sua posição de blindagem de Barros. Um dos pontos-chave a ser explorado na investigação tem relação direta com a medida provisória editada pelo Governo Bolsonaro em 6 de janeiro, a qual permite a compra emergencial de vacinas contra a covid-19, mas sem possibilidade de adquirir as vacinas da Pfizer e da Janssen. Toda a articulação para a aprovação da MP no Congresso foi capitaneada por Ricardo Barros, segundo seus próprios pares na Casa.

Ao EL PAÍS, o deputado e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é enfático. “A MP assinada por Bolsonaro em 6 de janeiro foi feita para permitir o esquema na compra de vacina, e não à toa, em 7 e 8 de janeiro, o embaixador do Brasil na Índia apresenta uma empresa [a Precisa] para ser intermediária do laboratório indiano nesse esquema. E não à toa, essa MP faz uma regra que permite o pagamento antecipado dos recursos, inclusive estabelecendo que a empresa não possa ser punida mesmo não entregando o volume integral do material”.

Uma fonte da área de saúde, que tem negócios com o Governo federal há mais de dez anos e que prefere o anonimato sob argumento de que exposição neste momento pode prejudicar mesmo quem atua de forma lícita, diz sempre ter estranhado a evolução da Precisa nos contratos com o atual Governo. De 2019 para cá, a empresa fechou ou intermediou acordos com o Ministério da Saúde que somam 1,6 bilhão de reais. Antes de Bolsonaro, a Precisa assinou apenas um contrato na esfera federal, de 27,4 milhões de reais. Em carta aos senadores da CPI, o empresário já avisou que não pretende fazer uma caça às bruxas em seu depoimento: “É inequívoco que o investigado Francisco Maximiano não tem qualquer fato a depor perante essa CPI contra o atual Governo”.

A denúncia dos irmãos Miranda contra Barros deve remeter o deputado a uma nova peleja para tentar enterrar denúncias que envolvam esquemas de corrupção. E vai novamente colocar à prova seu jogo de cintura para evitar manchas na biografia dos Governos para quem atua. Agora, mais que nunca, terá que livrar a própria pele. Não é de hoje que o deputado se mostra experiente para tratar do tema. Em 2001, Barros conseguiu cooptar 20 deputados para que eles retirassem suas assinaturas do requerimento de criação da chamada CPI da Corrupção. Com isso, livrou o governo tucano de um escrutínio que tinha tudo para jogar ainda mais para baixo a popularidade já em queda de FHC naquele fim de mandato. “O Ricardo [Barros] é daqueles políticos que sabem jogar o jogo do Congresso, seja para o lado que for, e depois cobra a fatura”, diz um tucano que fez parte da bancada de apoio dos dois Governos de Fernando Henrique, entre 1995 e 2002.

A atuação de Ricardo Barros na gestão de FHC foi o que alguns consideram como o passaporte para que ele se transformasse num vigoroso político de bastidores, daqueles que mostram resultados em sua base eleitoral dada sua fidelidade com o governo vigente. Foi ganhando espaço e prestígio entre seus pares, até que pulou do ninho tucano para a gestão petista mesmo depois dos primeiros anos de oposição ao Governo Lula. Barros e o então deputado Luiz Carlos Heinze eram os únicos entre os 42 deputados eleitos do PP em 2006 que não concordavam que o partido fizesse parte da coalizão ao Governo Lula. Já no segundo mandato petista, disse que não via constrangimento em assumir a vice-liderança de Lula. “No primeiro, fiz uma oposição ao Governo do PT. Agora é diferente, é um Governo de coalizão”, justificou na ocasião.

Carlos Wizard decide se calar na CPI e praticamente confessa sua culpa no esquema do gabinete paralelo

 

Empresário Carlos Wizard

Empresário Carlos Wizard (Foto: Edilson Rodrigues - Ag. Senado)

247 - O bilionário bolsonarista Carlos Wizard, acusado de fazer parte do gabinete paralelo que orientava Jair Bolsonaro com informações negacionistas no enfrentamento à pandemia, usou o direito assegurado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para não prestar depoimento à CPI da Covid.

“Feitos esses esclarecimentos, doravante, vou permanecer em silêncio”, disse o empresário logo após utilizar os 15 minutos de que dispunha para sua explanação inicial. 

Após o anúncio de que ficaria em silêncio, os senadores disseram que fariam todas as perguntas que estavam programadas. A partir daí, as respostas de Wizard foram todas de que não mais falaria aos parlamentares: “me reservo ao direito de permanecer em silêncio”.

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Roberto Dias, o homem da propina, tinha cargo de confiança no governo da mulher de Ricardo Barros no Paraná

 

"Acusado de pedir propina na compra de vacina, Dias foi diretor-geral de Secretaria de Infraestrutura no curto governo de Cida Borghetti; também integrou o Conselho do Porto de Paranaguá, como mostram documentos e atas", denuncia Rodrigo Vianna. Ele foi exonerado nesta terça (29)


Cida Borghetti, Bolsonaro, Ricardo Barros e Roberto Dias

Cida Borghetti, Bolsonaro, Ricardo Barros e Roberto Dias (Foto: Reprodução/Facebook | Anderson Riedel/PR)

Por Rodrigo Vianna

O líder do governo Bolsonaro, Ricardo Barros (PP-PR), tentou negar suas ligações com o funcionário do Ministério da Saúde Roberto Dias, que teria pedido propina para efetivar a compra de vacina, conforme denúncia do jornal Folha de S. Paulo. Em nota publicada nas redes sociais, Barros disse que não fez a indicação e que a nomeação ocorreu no início de 2019, quando ainda "não estava alinhado ao governo" Bolsonaro.

A versão não se sustenta.

Há provas documentais das ligações de Roberto Dias com o grupo de Barros, especialmente com a mulher dele, Cida Borghetti - que exerceu o cargo de governadora do Paraná durante 8 meses em 2018, quando Beto Richa (PSDB) deixou a função abrindo então espaço para sua vice.

Este jornalista recebeu de uma fonte no Paraná registros da nomeação de Roberto Dias para cargo comissionado na Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), em 24 de abril de 2018, exatos dezoito dias após Cida Borghetti assumir o governo.

Alguns meses depois, Roberto Dias participou de reunião da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná – Agepar, na sede da Federação das Indústrias daquele Estado.

Dias participou do encontro na qualidade de Diretor Geral da SEIL paranaense. Ou seja, era um "quadro" de confiança da dupla Cida Borghetti/Ricardo Barros.

cida-borghetti

Em abril de 2019, quando Ratinho Júnior já ocupava o governo do Estado, o nome de Roberto Dias surge na ata de reunião do Conselho de Administração da APPA - órgão responsável pela gestão do Porto de Paranaguá. Dias assina a ata como "vice-presidente" do Conselho, sinecura à qual só teve acesso graças à proximidade com os poderosos paranaenses.

Quem acompanha a política do Paraná diz que Dias é conhecido pela ambição, mas também pela incompetência na gestão. Ainda assim, foi levado para cargo de confiança no Ministério da Saúde no início do governo Bolsonaro, na gestão de Luis Henrique Mandetta, que tenta se apresentar como um "homem de bem", "limpo". Por que Dias ganhou o cargo? Quem indicou? Mandetta pode esclarecer...

Roberto Dias não tem peso nem importância para agir em nome próprio. Atuava como representante de um "grupo". As informações que chegam do Paraná indicam claramente a qual "grupo" ele pertence. 

É quase impossível desvincular Roberto Dias de Ricardo Barros, o poderoso líder bolsonarista. Dias atuava no Ministério como operador dos interesses de Ricardo Barros, afirmam jornalistas que conhecem os subterrâneos de Brasília. É muito provável que já fosse um operador do grupo quando ainda agia nas sombras das araucárias paranaenses.

Dias foi demitido por Bolsonaro, horas depois da denúncia de que pediu propina para comprar vacina. Os próximos dias vão indicar se Ricardo Barros vai abandonar o companheiro ferido no meio do campo de batalha - como fizeram os tucanos paulistas com Paulo Preto, caixa informal do PSDB junto a empreiteiras.

Se isso acontecer, o operador paranaense pode se transformar no homem-bomba de Brasília. E os estilhaços vão atingir não só Barros mas também a família que tomou de assalto a Casa de Vidro no Planalto Central.

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Emails comprovam que governo Bolsonaro negociou oficialmente com empresa que denunciou propina de US$ 1 por dose

 

Emails comprovam que o Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro negociou oficialmente a venda e propina para a aquisição de vacinas com representantes da Davat Medical Supply

Ministro da Saúde da Índia, Harsh Vardhan, segura ampola da Covaxin
16/01/2021
REUTERS/Adnan Abidi

Ministro da Saúde da Índia, Harsh Vardhan, segura ampola da Covaxin 16/01/2021 REUTERS/Adnan Abidi (Foto: Reuters)


247 - Emails mostram que o Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro negociou oficialmente venda de vacinas com representantes da Davat Medical Supply. Um representante da empresa afirmou nesta terça-feira (29) ao jornal Folha de S.Paulo que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de assinar contrato. No total, Jair Bolsonaro pretendia lucrar com US$2 bilhões gerados com o esquema de corrupção.

Segundo a reportagem, as mensagens da negociação foram trocadas entre Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do ministério, Herman Cardenas, que aparece como CEO da empresa, e Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador dela.

O próprio Dias envia um email em que menciona uma reunião ocorrida sobre o tema. Ele é apontado como o autor do pedido de propina —sua exoneração do Ministério da Saúde foi anunciada na noite de terça (29) após as revelações. 

Um dos emails foi trocado às 8h50 do dia 26 de fevereiro deste ano, por meio do endereço funcional de Dias, "roberto.dias@saude.gov.br", e "dlog@saude.gov.br" —"dlog" é como o departamento de logística é chamado.

Na conversa, Cardenas informa da oferta de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca, citando Luiz Paulo Dominguetti Pereira como representante da empresa. "Fico no aguardo para ajudar a obter vacinas para seu país", diz.

Dominguetti disse ao jornal Folha de S.Paulo que jantou na noite anterior àquela manhã com Roberto Dias no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em Brasília, quando ouviu, segundo ele, o pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina negociada.

Vídeo de análise política de Bob Fernandes: Corrupção - Bolsonaro, como na fábula do Rei, está nu. Não mandou investigar crimes na compra da vacina Covaxin... E tem mais

 

Vídeo do Canal do analista político Bob Fernandes:



CRÉDITOS Direção Geral: Bob Fernandes Direção Executiva: Antonio Prada Produção: Daniel Yazbek Edição: Yuri Rosat Arte e Vinhetas: Lorota Música de abertura e encerramento: Gabriel Edé Imagem adicional: Congresso em Foco Reportagens: Destrinchando o Esquema das Vacinas (Nada Novo no Front) https://nadanovonofront.com/2021/06/2... Anatomia da corrupção: os atos e discursos do governo para viabilizar e legalizar a Covaxin (Agência SportLight) https://agenciasportlight.com.br/inde... Este vídeo é produção do canal de Bob Fernandes. Vídeos novos todas terças e quintas, sempre, e demais postagens a qualquer momento necessário.




Em artigo da jornalista Tereza Cruvinel, discute-se que após o negacionismo inicial e a preferência pela prejudicial cloroquina, no desgonverno Bolsonaro pleno de militares temos agora o negocionismo: Vacina só com propina

 

Vacina, só com propina

"Roubar na compra de vacinas não é só roubar dinheiro público. É matar brasileiros com a demora na aquisição, em busca de negócios sujos", lembra a colunista Tereza Cruvinel


(Foto: Marcos Corrêa/PR | Reuters)

Nunca me convenci de que foi por um misto de incompetência com negacionismo, vale dizer, ignorância, que o governo Bolsonaro deixou de comprar vacinas na hora certa, quando todos os países faziam suas encomendas, evitando milhares de mortes. O que fomos descobrindo a partir da instalação da CPI ontem foi escancarado: eles só topavam comprar vacinas de fabricantes que aceitavam pagar propina.

Duas bombas estouraram na noite de ontem, mais um dia de São Pedro sem fogueira por causa da infindável pandemia,  e o estrépito produzirá uma quarta-feira turbulenta.

Conforme revelou à Folha de São Paulo o executivo Luiz Paulo Domingueti, que representava a fabricante Davati Medical,  para comprar 400 milhões de doses do imunizante Astrazeneca, "o grupo" que operava a corrupção no Ministério da Saúde exigia que US$ 1 fosse acrescido ao preço de cada dose e repassado ao esquema. Isso representava uma propina de R$ 2 bilhões.

Quem lhe propôs a trampa foi Roberto Dias Ferreira, o diretor de logística que mais pressionou o funcionário Luis Ricardo Miranda para liberar a importação da Covaxin apesar das irregularidades. Foi exonerado ontem mesmo.

Em seguida, outro estouro. A revista Crusoé revelando que o lobista Silvio Assis, num encontro em que estava presente o próprio deputado Ricardo Barros, lhe ofereceu uma propina de R$ 6 milhões se seu irmão parasse de embarreirar a compra da vacina Covaxin. Ganharia US$ 0,6 em cada dose. Ou, com o dólar aa R$ 5, ganharia R$ 0,30 por cada vacina.  A casa agora caiu mesmo.

Roubar na compra de vacinas não é só roubar dinheiro público. É matar brasileiros com a demora na aquisição,  em busca de negócios sujos. Bolsonaro pessoalmente embarreirou o quanto pode a compra da Coronavac. E agora podemos pensar que o problema não era pela origem chinesa ou pelo protagonismo do governador João Dória no acordo inicial com o fabricante Sinovac.

Pazzuelo cozinhou a Pfizer de maio de 2020 a março deste ano, quando finalmente foi assinado o contrato para aquisição da vacina mais usada no mundo. E podemos pensar, sim, que demorou tanto porque não se apresentaram as condições para um pedido de propina. Compraram quando o desgaste do governo com a mortandade exigia alguma resposta. 

Mais de uma vez ouvi de pessoas experientes: vocês, jornalistas, precisam tratar deste problema das vacinas com outros olhos. Negócios bilionários não acontecem sem intermediários e sem corrupção. Mas, além da dificuldade para investigar, eu não achava que a desumanidade deste governo chegasse a tanto.

Ontem no Boa Noite 247 o José de Abreu nos mandou uma mensagem com aquele seu poder de síntese: "um dólar por dose, duas doses para cada pessoa, dois dólares pelo direito de viver ou morrer". Eu emendo em reais, com o dólar a R$ 5: para eles,  R$ 10 era o valor de uma vida a ser salva.

A implicância de Bolsonaro com as vacinas sempre me deixou o comichão da dúvida: se ele combate tanto o isolamento social porque isso prejudica a economia, será burro ao ponto de não entender que só a vacina pode trazer mais rapidamente a normalização econômica? Mas isso era no começo, quando o negócio era retardar a compra, pois vacina, só com propina!

Ontem Bolsonaro postou vídeo numa rede dedicado a falar de corrupção em outros governos, exaltando a limpeza do seu e a qualidade de seu ministério. Anseio por saber o que dirá hoje.

Roberto Ferreira Dias foi exonerado ontem mesmo. Mas ele era um operador e temos que saber de quem. O ainda líder Ricardo Barros nega tê-lo indicado para o cargo. O empresário Domingueti deve ser ouvido na sexta-feira pela CPI da Covid. O senador Omar Aziz quer também as imagens das câmeras do restaurante O Vasto, onde ele ouviu a proposta de Roberto Dias Ferreira. Trata-se de um restaurante da rede Coco Bambu, cujo dono, Afrânio Barreira, é notório bolsonarista e defensor da cloroquina e do tal tratamento precoce.

E para completar: estamos em vésperas de eleições. Este esquema tem todo o jeito de que era destinado a financiar campanhas no ano que vem. A de Bolsonaro para a reeleição e a de seus aliados para governos estaduais e para o Congresso. Mas talvez Bolsonaro não possa concorrer, pois o impeachment agora encontrou seu lugar na agenda do país. Hoje mesmo haverá a apresentação do super-pedido,  que deve incluir as duas últimas bombas.

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terça-feira, 29 de junho de 2021

Reinaldo Azevedo: Veja por que a midiática Operação Caça-Lázaro foi desastrada e não bem sucedida como a necropolítica de populismo penal afirma

 

Do Canal da BandNews FM:

Lázaro Barbosa morreu nesta segunda-feira (28), após um confronto com a polícia na cidade de Águas Lindas de Goiás. As buscas por ele duraram 20 dias. Reinaldo Azevedo comenta a morte de Lázaro com ao menos 38 tiros e fala sobre o apoio e o suporte que o suspeito recebia.



segunda-feira, 28 de junho de 2021

Senadores pedem ao STF que investigue Bolsonaro por prevaricação

 Randolfe, Contarato e Kajuru argumentam que Bolsonaro foi conivente com um possível caso de corrupção na compra da Covaxin ao tomar conhecimento da denúncia e não tomar providências. Decisão caberá a Augusto Aras, uma vez que só a PGR pode autorizar investigação contra o presidente

Jair Bolsonaro, Randolfe Rodrigues, Jorge Kajuru e Fabiano Contarato

Jair Bolsonaro, Randolfe Rodrigues, Jorge Kajuru e Fabiano Contarato (Foto: ABr | Agência Senado)

247Os senadores Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid, Fabiano Contarato e Jorge Kajuru apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (28) uma notícia-crime contra Jair Bolsonaro por prevaricação no caso da compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde.

"Protocolei no Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime por conta da grave denúncia envolvendo o presidente da República, de que não tomou nenhuma providência diante de ter sido noticiado da existência de um gigantesco esquema de corrupção existente no Ministério da Saúde", disse Randolfe em vídeo.

Cabe agora ao ministro que receber a notícia-crime encaminhar o pedido à PGR, única instituição que pode pedir a abertura de inquérito contra o presidente da República. A decisão está nas mãos, portanto, do procurador-geral da República, Augusto Aras, que tem afinidade e age em sintonia com o Palácio do Planalto.

Os parlamentares pedem que Bolsonaro seja investigado por conivência diante da revelação feita a ele de que haveria um esquema de corrupção na compra do imunizante, conforme relatado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) à CPI da Covid na última semana. A acusação é de prevaricação, mas eles também não descartam outros crimes, como corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de improbidade administrativa.

"O Presidente não pode guardar para si informação tão relevante a ponto de apurar indícios de corrupção que remontam a cifra bilionária no bojo de uma pandemia com consequências sanitárias e socioeconômicas tão graves. Tinha ele o dever inafastável de oferecer os indícios de que dispunha à autoridade competente, para as apurações mais detalhadas", diz a ação entregue pelos senadores ao Supremo.

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Governo Bolsonaro só é eficiente nas fraudes e destruição por J.Carlos e Nivaldo

 

Salles perdeu o emprego ao usar Covid para esconder a corrupção

J.Carlos e Nivaldo apresentam:

O CANTO DO UIRAPURU

(Ridendo castigat mores!)

Governo Bolsonaro só é eficiente nas fraudes

Simplício: Viu que demitiram o Rei da Madeira?

Angeline: Quem? Ricardo Salles? Aquele ministro que queria aproveitar a tragédia da Covid para roubar toneladas de madeira ilegal, e foi pego com a boca na botija pelo superintendente da Polícia Federal na Amazônia?

Professor Galileu: A primeira reação de Salles, ao ser denunciado, foi arranjar com Bolsonaro a transferência do superintendente para um posto menor. Achava que a proteção do presidente o livraria da polícia.

Angeline: Quebrou a cara. O superintendente fez uma “notícia crime” contra Salles, direto no STM, que mandou a PF abrir um inquérito supimpa contra ele. Foi acusado de dar cobertura aos madeireiros bandidos que preparavam a exportação de 500 mil t de madeira ilegal.

Professor Galileu: Com documentos falsificados por ordem de Salles, atendendo a um conluio com madeireiros dentro de seu ministério.

Angeline: Um capacho dele adulterou uma portaria autorizando a exportação. Bandido em cima, bandido embaixo! Não foi assim com a negociata da Covaxin, com participação direta de Bolsonaro? Esta é a hierarquia desse governo, que pediu voto pra combater a corrupção.

Professor Galileu: É preciso ter sempre muito cuidado com os demagogos que prometem acabar com a corrupção nas campanhas presidenciais.

Simplício: Mas é errado combater a corrupção?

Professor Galileu: Errado é fazer do combate à corrupção uma bandeira para ganhar voto. Como fizeram Jânio, Collor e agora Bolsonaro.

Simplício: Me disseram que Jânio prometeu varrer a corrupção do Brasil. A propaganda dele era uma vassourinha.

Angeline: A própria filha dele, deputada, contou que ele desviou durante seus governos 40 milhões de dólares para uma conta na Suíça.

Professor Galileu: A falsa luta contra a corrupção levou Getúlio ao suicídio, Jango ao golpe militar, JK ao exílio, Dilma ao impeachment e Lula à cadeia. E elegeu Jânio, Collor e Bolsonaro, vejam vocês!

Simplício: E quem é o sucessor de Salles no Meio Ambiente?

Angeline: Foi nomeado por Bolsonaro, a pedido de Salles. Nem haverá transferência solene de cargo, para deixar a boiada continuar passando.

Simplício escreveu na agenda vermelha: É preciso desconfiar de candidato que só fala de corrupção para depois se aproveitar dos cargos públicos que ganha!