sábado, 31 de outubro de 2020

Greg News: Sobre as Eleições Americanas e a subserviência vergonhosa de Bolsonaro (e seus apoiadores)

 

Do Canal Greg News, da HBO, no Youtube:




Roberto Cardoso: Hacker de Sérgio Moro guardou conversas criminosas da Lava-Jato e tenta fechar delação premiada

 

Do Canal Pensando Alto, do Prof. Roberto Cardoso:



"O hacker Thiago Eliezer dos Santos, responsável pela invasão do celular de autoridades públicas, como o ex-ministro Sergio Moro, espera fechar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. As informações são do O Globo. Thiago disse ter diversas conversas inéditas de integrantes da Lava Jato. Segundo as investigações da Operação Spoofing, o hacker foi denunciado pelo Ministério Público Federal pela interceptação ilegal de conversas telefônicas e invasão de celulares. Ele era chamado de “professor” e orientava Walter Delgatti Neto em como invadir o aplicativo Telegram para pegar as conversas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Todavia, o material está sendo analisado pela PF que avalia se existe elementos suficientes para justificar um acordo de colaboração com hacker , que foi solto em setembro deste ano após mais de um ano preso , acusado de crime cibenético, fraudes bancárias, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Nas conversas com a Polícia Federal para assinar a deleção, o hacker adimitu conhecimento sobre as invasões, mas afirmou que Walter era o principal responsável, e citou outras pessoas envolvidas no crime. Ainda que o acordo de delação premiada seja assinada por ambas as partes, ele precisa ser homologado pela jusitça para ser validado."

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Bob Fernandes: Lula e Ciro se encontram. Bolsonaro ameaça privatizar o SUS. Política e amor em tempos de ódio...

 

Do Canal do analista político Bob Fernandes:




Do Portal do José: Bolsonaro começa entregar os pontos! Dólar sobe mais! A eleição americana e os silvícolas amestrados

 

Do Canal Portal do José:



Faltam 793 dias para o Brasil se livrar (espera-se) do mal. Eles continuam a provocar mortes mas já começam a perceber que não será fácil evitar uma "chilenização" no Brasil. O desgaste da máquina de subserviência pode não funcionar como desejam no futuro. O mercado internacional e interesses contrários ao povo brasileiro, capitaneados por Guedes no governo e pelos propagandistas das grandes mídias e seus braços auxiliares nas redes sociais, demonstram que mesmo perdidos, sabem onde lesarem a nação. A defesa de seus interesses econômicos está acima de tudo. Rego Barros afirmou que Bolsonaro é um perdido num mundo paralelo, cercado de baboseiros e vigaristas. Eles atacam sem parar e sem escrúpulos. Por aqui, os alucinaros e ignorantes acreditam que a eleição de Trump pode ser a consolidação de uma revolução conservadora nos costumes brasileiros. Nada mais míope. No plano geopolítico não faz diferença sobre que mãos estaremos sendo explorados enquanto país periférico. Compete a nós, criarmos condições e caminhos de um Brasil livre, soberanos, justo e independente. Toda quebra de uma ordem, faz surgir uma nova ordem. Nossa mudança pode estar apenas começando.

Niobi Cunha, do canal Critica Brasil, e Revista Veja: Clã Bolsonaro derruba mais um governador que se tornou seu desafeto... E isso demonstrou o nazismo que ronda o Brasil: o caso da governadora que assume o poder e que se cala diante do fato de que seu pai defende ideias nazistas

 

Do Canal Critica Brasil, de Aquias Santarem (seguido do artigo da Veja):


Segue trecho do artigo de Thomas Traumann retirado do site da Revista Veja:


Existe um teste simples para descobrir se alguém é nazista. Dez pessoas estão numa mesa e chega um último conviva. Ele defende ideias nazistas. Como saber quantos nazistas estão na mesa? Se ninguém se levantar, são onze os nazistas. A nova governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, não passou no teste. Pela primeira desde o governo Vargas um político com cargo eletivo se mostra cúmplice à barbárie nazi. 

Reinhert é filha de um conhecido neonazista, Altair Reinehr, que escreveu livros defendendo Hitler e negando o holocausto. Você pode dizer que a filha não tem culpa de o pai ser um defensor do extermínio de outras raças e, por respeitar essa dúvida, o repórter do site The Intercept, Fabio Bispo, a questionou sobre o tema. A sua resposta foi essa: 

“Eu respeito, volto a dizer, respeito as pessoas independentemente dos seu pensamentos, respeito os direitos individuais e as liberdades. Qualquer regime que vá contra o que eu acredito, eu repudio”, disse Reihner, fingindo que um regime como o nazista possa ser comparado a um governo autoritário. Ela não respondeu quais direitos e liberdades defende. Continuou: “Existe uma relação e uma convicção que move a mim, e acredito que a todos os senhores, que se chama família. Me cabe, como filha, manter a relação familiar em harmonia, independente das diferenças de pensamento, das defesas [de ideias]”.  

Portanto para a nova governadora, abraçar o nazismo é “uma diferença”, como se fosse escolher o quadro que vai decorar a sua sala. A escolha das palavras mostra que a governadora é ignorante da história, insensível à dor alheia, desrespeitosa às milhões de famílias sobreviventes, traidora da memórias dos 1.500 da Força Expedicionária Brasileira mortos na Segunda Guerra e conivente de uma ideologia odiosa. 

Leia todo o artigo de Thomas Traumann, na Veja, em: https://veja.abril.com.br/blog/thomas-traumann/a-governadora-neonazista/


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Leia mais em: https://veja.abril.com.br/blog/thomas-traumann/a-governadora-neonazista/ 


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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

SUS em grave risco: Governo assina decreto de parcerias privadas em Unidades Básicas de Saúde visando a privatização total do SUS

 

As UBS, as atenções primárias de saúde do sistema público, agora, poderão ser delegadas ao setor privado, por um decreto assinado pelo governo Bolsonaro

Jornal GGN:
Foto: Vagner Santos/Jornal d'aqui

Jornal GGN – Além dos cortes previstos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o ano que vem, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que são as atenções primárias de saúde do sistema público, agora, podem ser delegadas ao setor privado, por um decreto assinado pelo governo Jair Bolsonaro.

O decreto foi publicado nesta terça (27), no Diário Oficial da União (DOU), incluindo as UBS no programa de concessões e privatizações do governo Bolsonaro. Assinado por Guedes e por Bolsonaro, o texto prevê estudos de privatização.

Nem sequer o Ministério da Saúde seria encargado de liderar este modelo, que será de responsabilidade de uma pasta do programa de concessões e privatizações do Ministério da Economia de Paulo Guedes.

Os objetivos anunciados, a primeira vista, mostram-se positivos: “parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de unidades básicas de saúde” e fala em “qualificação da política de fomento ao setor de atenção primária”.

Mas o decreto não informa como o setor privado se beneficiaria, as contrapartidas recebidas ou se será mantida a atual estrutura de benefícios das UBS, que além da atenção primária, é a responsável pela entrega de medicamentos de alto custo para brasileiros com doenças crônicas, vacinações, entre outras atenções.

O objetivo do decreto, vago e sem detalhes ou descrições, é viabilizar o início dos estudos para essas privatizações ou parcerias privadas no setor, incluindo a “estruturação de projetos pilotos”, a cargo da Secretaria Especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) da pasta de Guedes.

Em resposta à Folha de S.Paulo, o PPI do Ministério da Economia defendeu a medida, buscando “encontrar soluções para a quantidade significativa de unidades básicas de saúde inconclusas ou que não estão em operação no país”. O jornal questionou o quanto o setor privado poderia se beneficiar dessa proposta, e a pasta respondeu somente que está em análise possíveis “modelos de negócios”.

À Folha, o PPI também disse que haverá atuação do Ministério da Saúde, e não somente do gabinete da Economia. “Importante destacar que caberá ao PPI coordenar os esforços em busca da construção de modelos de negócios, mas a condução da política pública será realizada pelo Ministério da Saúde. Não se trata de delegar ao privado as funções de Estado, mas de aprimorar a prestação de serviços”, respondeu.

Leia o decreto abaixo:

 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Bolsonaro fez publicidade para Curso com assassino confesso e ataca vacina: Brasil, pária no mundo

 

Importante e esclarecedor vídeo do analista político Bob Fernandes:




As lições do fracasso do ultraliberalismo (neoliberalismo) latino-americano. Por Luis Nassif

 

O despertar do Chile, as eleições na Bolivia, o fracasso de Macri, na Argentina, ainda não foram suficientes para despertar a chamada inteligentzia conservadora brasileira.

Do Jornal GGN:
Arte Brasil de Fato

A definição abaixo está em um blog de Análise de Economia em Tempo Real.

O aluno entra no curso de economia e aprender como agentes racionais atuam em mercados sem atrito, produzindo um resultado que é melhor para todos. Só mais tarde aprender as distorções e perversidades que caracterizam o comportamento econômico real, como práticas anticompetitivas ou mercado financeiros instáveis. Conforma os alunos avançam, há uma tendência crescente para a elegância matemática. Quando o mundo real, mais feio, se intromete, levanta-se uma questão central: isso está muito bem na prática, mas como funciona na teoria?

Há muito tempo, a economia tornou-se uma arma de guerra ideológica. Por analisar fenômenos complexos, permite as chamadas carteiradas acadêmica, o sujeito escudando-se em um diploma em faculdade conceituada, expondo relações de causalidade claramente falsas, que não resistem à mais leve observação empírica.

Foi assim no Chile de Pinochet. Se reduzir o Estado, privatizar a Previdência, os serviços de saúde, as estatais, haverá um dinamismo econômico em que todos ganharão. 40 anos depois, os chilenos encaram o fracasso e a incapacidade do Estado nacional de oferecer segurança aos seus cidadãos.

Um plebiscito aprovou uma Constituinte exclusiva para definir um novo modelo de país, reinstituindo direitos e garantias fundamentais, abolidos com a privatização selvagem que acometeu o país.

Mas chama a atenção a demora em reverter o desenho instituído pelo ditador Pinochet. Passaram pelo poder vários presidentes de centro-esquerda. Qual a razão para tanta demora em corrigir falhas que eram nítidas há décadas?

Aí entra um ponto complicado. O modelo Pinochet consolidou grandes grupos financeiros, que adquiriram enorme poder de influência no Estado. Foi necessário uma crise da proporção da atual para remover essas resistências.

O mesmo aconteceu com o Brasil em todo o período Lula-Dilma. Avançaram-se em várias políticas sociais relevantes. Mas os pontos macroeconômicos centrais – políticas monetária e cambial – foram mantidos intocados, para não descontentar o enorme poder político conquistado pelo setor financeiro.

Acontece que esse tipo de modelo ultraliberal – inaugurado mundialmente no Chile de Pinochet e na Argentina dos generais e, depois, de governos peronistas, não tem viabilidade política porque não atende a dois princípios básicos: 1. Promover o desenvolvimento; 2. Promover bem estar social.

Não se alcançam esses objetivos, devido ao foco central dessas políticas, que é atender às demandas dos grandes grupos, o que passa pela redução dos gastos sociais, pelos cortes em políticas de desenvolvimento, pela privatização selvagem, sem analisar os impactos sobre a economia em geral. Sem a atuação do Estado, o capitalismo tende à concentração econômica e não há maneiras de consolidar políticas sociais.

As políticas econômicas se tornam totalmente subordinadas aos interesses imediatos do capital financeiro e a incapacidade de afrontar esses interesses faz com que os governos não se vejam com condições de corrigir o rumo da política econômica, para impedir grandes desastres. Foi assim com José Alfredo Martinez de Hoz, Ministro da Economia do regime militar argentino; e com Domingo Cavallo, Ministro da Economia do governo Menem. O objetivo único é subordinar as políticas monetária e cambial aos interesses dos grupos de influência e desmontar todo serviço público que possa interessar ao setor privado, como educação, saúde, segurança.

Por isso mesmo, esse modelo só consegue ter vida longa em regimes ditatoriais.

A repetição dos erros se deve, primeiro, à dificuldade do cidadão comum entender relações de causa e efeito de medidas econômicas. Por exemplo, como explicar ao cidadão americano comum que a economia explodindo no início do governo Trump se devia a medidas tomadas, antes, por Barak Obama?

O despertar do Chile, as eleições na Bolivia, o fracasso de Macri, na Argentina, ainda não foram suficientes para despertar a chamada inteligentzia brasileira. A enorme mediocridade dos principais poderes – Supremo, mídia, Congresso, Forças Armadas -, a influência intocada do mercado, fará com que a ficha só caia mais adiante, após mais alguns anos do mais longo processo de recessão inútil da história.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Deltan constrange a República e essa não constrange Deltan. Artigo dos juristas Lênio Luiz Streck, Marco Aurélio de Carvalho, Alberto Zacharias Toron, Antônio Carlos de Almeida Castro - Kakay, Dora Cavalcanti Cordani e Flávia Rahal

 "O site The Intercept Brasil trouxe à luz gravações em que o procurador Deltan Dallagnol destila veneno contra um juiz que se candidatou para substituir Sergio Moro. E conspira para fazer o sucessor daquele que migrou da 13ª Vara Federal de Curitiba para o Ministério da Justiça."




Do Consultor Jurídico (ConJur):


Surge um novo escândalo no âmbito da Força-Tarefa da "lava jato" em Curitiba e da própria operação como um todo. O site The Intercept Brasil trouxe à luz gravações em que o procurador Deltan Dallagnol destila veneno contra um juiz que se candidatou para substituir Sergio Moro. E conspira para fazer o sucessor daquele que migrou da 13ª Vara Federal de Curitiba para o Ministério da Justiça.

Conforme mostra o site, os procuradores atuaram nos bastidores para interferir na sucessão do então juiz. A força-tarefa fez lobby em um Poder, o Judiciário, para garantir que o escolhido fosse alguém "da base aliada". O desespero de Dallagnol e da Lava Jato se deu em razão da dificuldade de encontrar alguém tão parcial como Moro — o que seria, sabemos, absolutamente impossível.

As articulações estão explicitadas em duas mensagens de áudio de Dallagnol e em trocas de mensagens por escrito, enviadas pelo Telegram em janeiro de 2019. Ele elenca os principais candidatos à vaga de Moro, elege os preferidos da força-tarefa e bola um plano para afastar quem poderia, na sua opinião, "destruir a Lava Jato".

Incrível! No Brasil, alguns consideram isso "normal"! Planejavam até "indicar juízes assessores para o substituto", coisa que não aconteceu, o que seria ainda mais bizarro.

Para se ter uma ideia, os procuradores Januário Paludo e Dallagnol achavam que o juiz Eduardo Vandré não era chegado no "batente" e "era PT". O então coordenador da força-tarefa chegou a dizer: "O risco é a posição 6, o Vandré. Precisamos de um coringa, alguém que se disponha a vir até o número 5 e renuncie se o Vandré se inscrever".

Leiam a matéria. É absolutamente autoexplicativa. Ouçam os áudios. O que se lê e se ouve é republicano? É esse o papel do Ministério Público? Quanto ao Intercept, a questão já foi debatida à saciedade. Hoje em dia, ninguém mais tem dúvida acerca da autenticidade do material.

Como alerta o ministro Gilmar Mendes, "os procuradores da Lava Jato estavam escolhendo o juiz da 13ª Vara, que substituiria Moro, dialogando com o TRF-4. É um caso altamente constrangedor, e, até agora, o STJ [Superior Tribunal de Justiça], o CJF [Conselho Federal de Justiça], o CNJ [Conselho Nacional de Justiça] e o TRF-4 [Tribunal Regional Federal da 4ª Região] não falaram nada. Quer dizer, eles [a Lava Jato] se tornaram um grande poder em relação ao próprio procurador-geral. Se o Augusto Aras não enfrentar essa questão das forças-tarefas, elas acabam com ele".

A palavra "constrangedor", empregada pelo ministro, é a que melhor define o imbróglio. E, paradoxalmente, coloca na pauta a inação das autoridades desses órgãos diante de episódios como esse. Espera-se que elas e também as do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) atuem para impor os devidos limites.

Cumpre lembrar que o jurista alemão Bernd Rüthers denunciou que o autoritarismo na Alemanha dos anos 30 se deu também em razão da falta de "constrangimento" ou de "limitações" (Begrenzte) aos setores da própria Justiça de então. Assiste-se por aqui a algo semelhante.

Como lembrou um desembargador aposentado de importante tribunal da Federação, imaginem se fosse um advogado tributarista ou um criminalista tentando definir o nome do juiz que vai trabalhar na vara em que tenham feitos em apreciação. Seria um escândalo! Provavelmente o juiz seria sindicado, e os advogados responderiam a processos por obstrução da Justiça.

Qual será o sentido do enunciado "O Brasil é uma República"? Qual é o sentido da palavra "conspiração"? De todo modo, a vocábulo "constrangedor" se encaixa como uma luva, reclamando das autoridades e do próprio Conselho Federal da OAB providências.

Dallagnol constrange a República, e a República nada faz para constranger os atos de Dallagnol: atuou, por exemplo, para criar uma fundação de direito privado com recursos de multa paga pela Petrobras, acordo homologado pela então juíza substituta, Gabriela Hardt. O ato foi anulado a pedido da Procuradoria Geral da República. Pensou, certa feita, numa "empresa para vender palestras com o selo Lava Jato". Pinta, borda e faz política, levando a República no bico.

Até quando? Dallagnol fala muito em impunidade. Chegou a comparar a prescrição a um câncer, afirmando ser um incentivo à impunidade. E se beneficiou da prescrição — ou seja, do tal "fator de impunidade" — para não ser punido pelo CNMP. De impunidade, pois, ele entende. Tem pós-graduação.

Cadê o "constrangimento"? É preciso tomar providências contra a "Operação Substituto de Moro". É o que se espera e se exige.

Texto originalmente publicado na coluna de Reinaldo Azevedo, no UOL.

Jurista Lênio Luiz Streck, no Consultor Jrídico (ConJur), escreve sobre o Ministério Público da Paraíba pondo-se à favor da Lava Jato e contra o Professor Agassiz de Almeida

 

Justiça. Foto: Wikimedia Commons

   Algo inédito está acontecendo na Paraíba. A Constituição já é balzaquiana. Portanto, já se é bem grandinho aos 32 anos  falo não só da CF, como do Ministério Público. Ou não, porque, por exemplo, lá na Paraíba os membros do MP convocaram uma assembleia geral para ver se processam o advogado e professor Agassiz Almeida Filho por ter tido a ousadia de criticar a "lava jato" e derivativa paraibanaHá uma convocação para uma Assembleia Geral com esse objetivo: processar o professor.

Artigo extraído do site Consultor Jurídico, (ConJur):


OPINIÃO

O Ministério Público da Paraíba e o professor Agassiz

Por 



Algo inédito está acontecendo na Paraíba. A Constituição já é balzaquiana. Portanto, já se é bem grandinho aos 32 anos — falo não só da CF, como do Ministério Público. Ou não, porque, por exemplo, lá na Paraíba os membros do MP convocaram uma assembleia geral para ver se processam o advogado e professor Agassiz Almeida Filho por ter tido a ousadia de criticar a "lava jato" e derivativa paraibana. Há uma convocação para uma Assembleia Geral com esse objetivo: processar o professor.

Consta que o professor Agassiz, dono de um vasto currículo, criticou a instituição. O conteúdo da crítica está na própria convocação — a matéria está em todos os veículos e nas redes sociais. Fácil acesso. Uma das manchetes é: "Associação do MP convoca todos os promotores da Paraíba para processar professor crítico da Lava Jato". Fato inédito. Se a moda pega...

Pelo andar da carruagem, os críticos dos métodos da "lava jato" e da força-tarefa do MP na "lava jato" devem ficar atentos. O próximo a ser processado deverá ser o ministro Gilmar, depois JJ. Gomes Canotilho, Luigi Ferrajoli, Kakay, eu mesmo (ver artigo, entre tantos, que escrevi no ano passado, retrasado e em 2020)... E a lista é grande.

Aliás, todo o Grupo Prerrogativas, que escreveu "O Livro das Suspeições" (baixar grátis clicando aqui — são já mais de 400 mil downloads — best seller), deve estar na lista para ser processado pelo MP paraibano.

Pelo visto, serão milhares de réus. E também deverá ser processado o senador Anastasia por causa do projeto Anastasia-Streck. E o deputado federal Glaustin Fokus, que propôs projeto semelhante. Porque o projeto ousa dar, como na Alemanha e em outros países, o dever de imparcialidade ao Ministério Público. Aliás, como consta no Estatuto de Roma.

Bom, nessa linha, o procurador-geral da República, Augusto Aras, deverá ser processado pelo MP-PB. Porque as críticas dele à "lava jato" e à força-tarefa do MPF são públicas e notórias.

Vamos falar a sério e levar os direitos a sério, diria Dworkin. Um bom lema! As lavas do Vesúvio descem com toda a fúria e o Ministério Público da Paraíba preocupado em arrumar o quadro de Van Gogh na parede.

Sigo. O Ministério Público foi fundamental na minha vida. Trabalhei por 28 anos. Com muito amor à causa. Lutei por prerrogativas. No cotidiano do exercício e no Parlamento em grupos de pressão. Estive na linha de frente pelo poder investigatório do MP, o que é sabido por todos (com muita honra, sou detentor de medalhas institucionais por serviços prestados). Fui membro eleito do Conselho Superior do Ministério Público e, por três mandatos, eleito para o Órgão Especial do Colégio de Procuradores, órgão máximo do MP.

Como promotor e procurador, busquei seguir o lema de Alfredo Valadão (aliás, recitei Valadão na minha prova oral): "MP como fiscal de ilegalidades, vindas de onde viessem".

Permito-me uma indiscrição: Era voz corrente que se até Lenio Streck pedia uma condenação, então era porque esse réu tinha poucas chances. E por quê? Porque o procurador de Justiça Lenio Streck só pleiteava condenação depois de espiolhar todas as ilegalidades. Fator Valadão. E examinar amiúde as provas, longe da ficção da "verdade real" e crendices desse jaez. E, importante, o membro do MP Lenio Streck não fazia agir estratégico. Era imparcial. Quantas teses garantidoras saíram de meu gabinete? Só para citar uma: quando nem lei havia, eu já pleiteava a anulação de todos os interrogatórios sem a presença efetiva de um advogado.

Portanto, posso falar sobre essa temática. Posso falar sobre "o que é criticar". E o que é "sofrer críticas". E o que é democracia.

O que quero dizer é que, em vez de o Ministério Público (parte dele, sem generalizar, por óbvio — afinal conheço bem a instituição e sei separar o joio do trigo) cuidar de sua missão constitucional — que é bela, fruto de muita luta, inclusive minha —, fica preocupado em processar professores por "crime de hermenêutica". O objetivo é intimidar os críticos? Parece que sim, pois não?

Deve ser um crime hediondo ousar fazer críticas a uma operação em que, v.g., a força-tarefa em Curitiba, confessadamente, assumiu um lado na eleição de 2018 (a favor de Bolsonaro), conforme declaração do ex-chefe Carlos Lima à GloboNews. Episódio sobre o qual já escrevi várias vezes, cujo relato está no "Livro das Suspeições". Aliás, consta que o professor Agassiz disse que os atos de alguns membros do MP estariam influenciando o processo político eleitoral. Pois é. Quem sabe bem disso é o ex-procurador Carlos Lima. Os diálogos do Intercept mostram bem o que é política e o manejo da opinião pública. O chefe da "lava jato" de Curitiba, o então juiz Moro, sabe bem o que interferir na política... Bem, tudo isso é sabido de todos. A propósito, pergunte-se a Beto Richa, de quem uma operação no Paraná — suspensa pelo STF —tirou a eleição (também escrevi sobre isso). Aliás, o que disse o CNMP sobre Deltan, no caso em que houve a prescrição — o do Power Point?

Enfim, como falei, 32 anos já deveria ser uma idade madura.

Rubens Ricupero: derrota de Trump irá isolar ainda mais Bolsonaro no mundo e complicar sua situação no Brasil

 

"Uma reviravolta muito grande nos Estados Unidos fragiliza a posição de Bolsonaro, que se torna muito precária no mundo e até no Brasil", disse o ex-ministro Rubens Ricupero sobre uma eventual vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial dos EUA

Rubens Ricupero, Bolsonaro com Trump

Rubens Ricupero, Bolsonaro com Trump (Foto: Roque de Sá/Agência Senado | REUTERS/Carlos Barria)

247 - O ex-ministro Rubens Ricupero, um dos diplomatas brasileiros mais respeitados em nível mundial, avalia que o isolamento do Brasil no mundo “será completo” caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não seja reeleito. "Uma reviravolta muito grande nos Estados Unidos fragiliza a posição de Bolsonaro, que se torna muito precária no mundo e até no Brasil", disse Ricupero em entrevista ao blog do jornalista Jamil Chade.  

Para o ex-ministro, uma eventual vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial norte-americana completaria o isolamento do Brasil, o que obrigaria o governo Jair Bolsonaro – que vem se alinhando automaticamente aos interesses internacionais do governo Trump – a reavaliar sua política externa e a reconstruir a relação com os EUA.  

“A relação é inédita, no sentido de que é pela primeira vez se tem uma relação não de estado a estado, de país a país, mas uma relação quase pessoal de governante a governante. Jamais houve antes algo comparável. É claro que esse tipo de relacionamento desaparece, se desaparecer Trump. Seria então necessário reconstruir a relação a partir do zero, uma relação de Estado”, disse Ricupero acerca das relações entre Bolsonaro e Trump. 

“O Brasil teria então que reconstruir sua relação com um governo e um partido que possuem uma agenda que não poderia ser mais negativa em relação à agenda brasileira. A agenda do Partido Democrata privilegia o aquecimento global, acordo de Paris, preservação da Amazônia, a proteção dos povos indígenas, a proteção dos direitos humanos, é contra a guerra cultural, favorece políticas de gênero, tudo o que o governo Bolsonaro detesta”, completou.  

Ricupero também observou que Biden já anunciou a convocação de “uma grande cúpula” para barrar o autoritarismo e defender os direitos humanos caso seja eleito. “Um aspecto importante, com possíveis implicações embaraçosas para o Brasil é a prioridade anunciada para convocar uma grande Cúpula em favor da Democracia, Summit for Democracy. Seria uma reunião de líderes mundiais com três objetivos principais: a luta contra a corrupção, o combate ao autoritarismo crescente e a promoção dos direitos humanos. É fácil ver como o Brasil ficaria numa agenda desse tipo”, destacou o diplomata. 

O conhecimento liberta. Saiba mais

Das ruas a voto histórico, Chile decide escrever nova Constituição e dizer um NÃO ao neoliberalismo e à herança podre da ditadura militar de Pinochet

 



Pouco mais das 21 horas, os resultados já mostravam 77,5% pelo "aprovo" contra 22,5% de "rechaço", com 19% dos votos contabilizados

25/10/2020  Santiago, Chile

Jornal GGN Em um plebiscito histórico, o Chile aprovou escrever uma nova Constituição. Antes que os relógios completassem às 21h15 da noite deste domingo, os chilenos já sabiam que este 25 de outubro mudaria a história do país. Com as televisões ligadas, e em pontos de concetração já tradicionais palcos de protestos, como a ‘Plaza de la Dignidad’ – antiga Plaza Itália, a população esperava ansiosa a contagem de votos.

Sem a certeza do resultado, a jornada de votações havia cumprido o objetivo de ser um aprendizado para as gerações futuras, com recordes de presença eleitoral, principalmente de jovens, em um país acostumado a não votar e, como tal, desacreditado da representatividade selecionada do Congresso ou da Presidência.

O plebiscito nacional 2020 chamou a atenção pela massiva participação destes jovens, os mesmos que iniciaram o que era uma pequena mobilização pelo aumento do preço das passagens de metrô, na capital do país, Santiago, há pouco mais de um ano, que foi respondida pelo governo de Sebastián Piñera com truculência desproporcional das Forças de Segurança, culminando, poucos dias depois, em um Estado de Exceção e no que se tornou o maior colapso social da história do país.

Foto: Patricia Faermann

O que a população pedia nos mais de três meses de manifestações ininterruptas era justamente dignidade. Dignidade para conseguir chegar ao final do mês, pagando o preço – que anunciavam elevar – do transporte municipal, da cesta básica para além do pão como o único alimento garantido de pagar pelo salário mínimo, dos caros planos de saúde que sequer cobrem necessidades básicas e, para as famílias que ousassem, de creches ou universidades privadas – porque no país não existe nenhum dos dois gratuito.

Porque ao chegar ao final da vida, a aposentadoria privatizada tampouco fazia frente a qualquer destes altos custos de viver no país que decidiu ser o pioneiro do neoliberalismo no mundo, em plena ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). O que a população entendeu é que este modelo foi viabilizado graças à Constituição, a que tem entre seus artigos o preceito de que o direito privado pode estar acima do direito a garantias básicas públicas.

Foto: Patricia Faermann

E desde o dia que os chilenos entenderam, questionaram o mais forte que puderam: como o país ainda carregava em suas bases de construção uma legislação criada no regime ditatorial, 30 anos depois? De outubro a dezembro, o descrédito e a falta de representatividade na política, num país cujas eleições não são obrigatórias e detinha, há muito, baixa participação sufragista, deram lugar a uma população empoderada, que acreditava, pela primeira vez, que poderia decidir o futuro do país.

Foto: Patricia Faermann/GGN

O sentimento, muito mais de batalhas naqueles meses, conseguiu fazer-se em conquista cidadã neste domingo. Desde a organização das filas de votações, em todos os setores do país, aonde voluntários davam prioridade aos maiores de 60 anos, grávidas e portadores de deficiência, sem se importar que o horário exclusivo para eles durava das 14h às 17h, até jovens caminhando ao largo das filas quilomêtricas para motivar eleitores a não desestimularem. A energia de contribuição cidadã era visível por todos os lados. O desânimo tampouco ganhava os que esperaram até 3 horas, em algumas filas maiores, exclamando a felicidade de participar deste processo histórico.

Pouco mais das 21 horas, os resultados já mostravam 77,5% pelo “aprovo” contra 22,5% de “rechaço”, com 19% dos votos contabilizados. A essa hora, a festa da cidadania na Plaza Dignidad já estava montada. Desta vez, a violência policial não seria capaz de conter a mudança de um país, decidida e escrita por seu próprio povo.

Foto: Patricia Faermann/GGN

 


RELEMBRE A COBERTURA DOS PROTESTOS NO CHILE:

 

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