sábado, 29 de maio de 2021

Manifestações contra Bolsonaro ocorrem em mais de 200 locais no Brasil e no exterior

 Os protestos contra Jair Bolsonaro acontecem neste sábado (29) em mais de 200 cidades em todas as regiões do País. Atos também estão marcados na Europa, nos EUA e em países da América do Sul como o Uruguai. Confira a lista completa

(Foto: Divulgação (Redes Sociais))

247 - Os protestos contra Jair Bolsonaro acontecem neste sábado (29) em mais de 200 cidades em todas as regiões do País, que sofre pela estagnação econômica, perda de direitos sociais e mau gerenciamento da pandemia do coronavírus pelo governo, com lentidão na vacinação, falta de doses e colapso em várias unidades hospitalares. 

Enquanto o País amarga o terceiro lugar no ranking global de casos da Covid-19 (16,3 milhões) e o segundo em mortes (459 mil), o governo Bolsonaro foi ao Supremo Tribunal Federal contra lockdown e toque de recolher. Mais uma vez demonstrou desprezo pela ciência e pelas milhares de vidas que ainda podem ser perdidas com a pandemia.

Confira a lista dos locais publicada pelo Jornal GGN

Norte
AC – Rio Branco – Arena Acreana | 15h
AC – Rio Branco – Palácio Rio Branco | 17h
AM – Manaus – Praça da Saudade | 16h
AP – Macapá – Praça da Bandeira | 16h
PA – Abaetetuba – Praça do Barco | 15h
PA – Altamira – Concentração na Equatorial Energia | 8h
PA – Belém – Praça da República | 8h
PA – Cametá – Praça das Mercês | 8h
PA – Castanhal – Praça Estrela | 16h
PA – Marabá – Em frente ao Centro de Convenções | 8h
PA – Parauapebas – Rua do Comércio (Bambuzal) | 08h
PA – Santarém – Praça de Eventos | 17h30
TO – Araguaina – Praça das Bandeiras | 16h
TO – Palmas – Av. Juscelino Kubitschek – em frente ao Palácio Araguaia | 9h
RO – Guajará-Mirim – Parque Circuito | 9h30
RO – Porto Velho – Em frente à praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré | 8h

Nordeste
AL – Delmiro Gouveia – Câmara dos Vereadores | 9h
AL – Maceió – Praça Centenário (carro, moto ou a pé) | 9h
AL – Maceió – Praça dos Martírios | 9h
AL – Maceió – Monumento a República (carreata) | 15h
BA – Feira de Santana – Em frente a Prefeitura | 9h
BA – Ilhéus – Praça Caiuru | 9h
BA – Salvador – Largo do Campo Grande | 10h
CE – Fortaleza – Carreata Arena Castelão | 15h
CE – Fortaleza – Praça da Gentilândia | 15h30
CE – Juazeiro do Norte – Praça da Prefeitura | 8h
MA – Caxias – Praça da Matriz | 8h30
MA – Imperatriz – Praça de Fátima | 9h
MA – Santa Inês – Praça das Laranjeiras | 9h
MA – São Luís – Praça Deodoro até a Praça Maria Aragão | 9h
PB – Campina Grande – Praça da Bandeira | 9h
PB – João Pessoa – Carreata Praça da Independência (até Parque da Lagoa) | 9h
PB – Patos – Correios | 8h
PE – Arcoverde – Bicicletada Concentração na Estação da Cultura | 9h
PE – Recife – Praça do Derby | 9 h
PE – Caruaru – Centro | 9h
PE – Garanhuns – Centro | 9h
PI – Teresina – Praça Rio Branco | 8h
RN – Mossoró – Praça Cícero Dias | 16h
RN – Natal – Em frente ao Midway Mall | 15h
SE – Aracaju – Praça de Eventos entre os Mercados | 8h
SE – Itabaiana – Carreata com concentração no Calçadão Airton Teles | 16h

Centro-Oeste
DF – Brasília – Carreata Palácio do Buriti (até a Esplanada) | 8h30
DF – Brasília – Museu Nacional | 9h
GO – Catalão – Praça Marca Tempo | 8h
GO – Cidade de Goiás – Carreata saindo da Praça do Chafariz | 9h30
GO – Jataí – Praça Tenente Diomar Menezes | 9h
GO – Goiânia – Praça Cívica | 9h
MS – Aquidauana – Praça dos Estudantes | 9h
MS – Bonito – Praça da Liberdade | 9h
MS – Campo Grande – em frente a UFMS | 8h
MS – Corumbá – Centro – 9h
MS – Dourados – 9h
MS – Três Lagoas – Praça Ramez | 9h
MT – Cuiabá – Carreata saindo da UFMT | 9h
MT – Cuiabá – Praça Alencastro | 15h
MT – Rondonópolis – Panfletaço Praça do Centro | 9h

Sudeste
ES – Alegre – Praça Seis de Janeiro | 15h
ES – Aracruz – Praça do Sauê | 9h
ES – Guarapari – Praça da Itapemirim | 15h
ES – Itapemirim – Praça de Itaoca | 15h
ES – Marataízes – Rotatória da barra | 9h
SP – Piuma – Praça da Prefeitura | 15h
ES – Vitória – UFES | 15h
MG – Alfenas – Praça Getúlio Vargas | 15h
MG – Bambuí – Entrada da Cidade | 16h
MG – Barbacena – Praça da Matriz | 10h
MG – Belo Horizonte – Praça da Liberdade | 10h
MG – Caratinga – Praça da Estação | 15h
MG – Divinópolis – Rua São Paulo com Primeiro de Junho | 9h
MG – Esmeraldas – Posto do Trevo | 14h
MG – Formiga – Praia Popular | 10h
MG – Governador Valadares – Praça dos Pioneiros | 9h
MG – Ipatinga – Praça Primeiro de Maio | 10h
MG – Itabirito – Em frente à Prefeitura | 8h
MG – Itajubá – Praça Theomiro Santiago | 10h
MG – Itaúna – Praça da Matriz – 10h
MG – João Monlevade – Câmara Municipal | 9h
MG – Juiz de Fora – Parque Halfeld | 10h30
MG – Lafaiete – Praça Barão de Queluz | 9h
MG – Leopoldina – Praça José Pires, viaduto do Bela Vista | 10h
MG – Mariana – Praça da Sé | 9h
MG – Mariana – Terminal Turístico | 9h
MG – Montes Claros – Praça Dr. João Alves | 9h
MG – Muriaé – Parque de Exposições | 10h
MG – Nova Lima – Praça da Matriz | 8h
MG – Ouro Branco – Posto Ipiranga IFMG | 10h
MG – Ouro Preto – Praça Tiradentes | 10h
MG – Passos – Praça do Rosário | 14h
MG – Poços de Caldas – Parque José Afonso Junqueira | 15h
MG – Pouso Alegre – Praça da Catedral | 10h
MG – São Sebastião do Paraíso – Expar | 10h30
MG – São João Del Rei – Teatro Municipal | 10h
MG – São José da Barra – Hidrelétrica de Furnas | 17h
MG – Teófilo Otoni – Praça Tiradentes | 9h
MG – Uberaba – Praça Rui Barbosa | 11h
MG – Uberlândia – Praça Ismene Mendes | 10h
MG – Varginha – Praça do ET | 10h
MG – Viçosa – 4 Pilastras | 9h30
RJ – Angra – Praça do Papão (Centro) | 9h
RJ – Barra Mansa – Rua do Lazer | 9h
RJ – Belford Roxo – Praça do Centro | 9h
RJ – Campos – Praça São Salvador | 10h
RJ – Macaé – Praça Veríssimo de Melo | 9h30
RJ – Miracema – Posto Confiança | 15h
RJ – Nova Iguaçu – Praça Direitos Humanos/ Via Light | 9h
RJ – Nova Friburgo – Centro de Turismo na Praça Getúlio Vargas | 16h
RJ – Osório – Praça da Matriz | 15h
RJ – Petrópolis – Praça da Inconfidência | 11h
RJ – Rio das Ostras – Feira Livre da Ânconra | 9h
RJ – Rio de Janeiro – Monumento Zumbi dos Palmares | 10h
RJ – Santo Antônio de Pádua – Centro | 10h
RJ – Teresópolis – Escola Sakura Ermitage | 9h30
RJ – Volta Redonda – Praça Juarez Antunes | 16h30
SP – Arujá – Avenida Amazonas | 14h
SP – Assis – Em frente ao Homem de Lata (Av. Rui Barbosa) | 10h
SP – Botucatu – Largo da da Igreja São José | 10h
SP – Campinas – Largo do Rosário | 10h
SP – Guaratinguetá – Em frente a FEG/UNESP | 10h30
SP – Ilha Bela – Praça da Mangueira (em frente ao colégio ACEI) | 9h
SP – Indaiatuba – Rua João Martini (esquina Av. Ário Barnabé) | 14h
SP – Itanhaém – Calçadão Itanhaém | 16h
SP – Itapetininga – Fórum | 15h30
SP – Jacareí – Pátio dos Trilhos | 10h
SP – Limeira – Praça Toledo de Barros | 9h
SP – Marília – Ilha ao lado da Galeria Atenas | 10h
SP – Peruíbe – Faixaço na Passarela em frente ao kartódromo ao lado da Faculdade Peruíbe | 14h
SP – Piracaia – Praça do Rosário |15h
SP – Piracicaba – Praça José Bonifácio | 9h
SP – Poá – Praça Santo Antônio | 13h
SP – Praia Grande – Quadradão do Quietude | 11h
SP – Praia Grande – Estátua Yemanjá | 13h
SP – Ribeirão Preto – Estádio do Botafogo (venha de carro, moto ou de bicicleta) | 9h30
SP – Rio Preto – Praça José Marcondes | 16h
SP – Santa Barbara D’oeste – Câmara Municipal | 8h30
SP – Santos – UNIFESP | 15h
SP – Santos – Estação Cidadania | 16h
SP – São Bernardo do Campo – Paço Municipal de SBC | 10h
SP – São Carlos – Centro + vários pontos de concentração |
SP – São José dos Campos – Praça Afonso Pena | 10h
SP – São José dos Campos – Rodovia Carvalho Pinto | 9h
SP – São Paulo – MASP | 16h
SP – São Roque – Carreata Concentração na Brasital | 9h
SP – Sorocaba – Praça Coronel Fernando Prestes | 10h
SP – Taubaté – Praça Dom Epaminondas | 10h
SP – Ubatuba – Trevo do Caiçara – Centro | 16h
SP – Vinhedo – Praça Santana | 8h

Sul
PR – Cascavel – Calçadão Av. Brasil | 10h
PR – Curitiba – Praça Santos Andrade | 16h
PR – Londrina – Concha Acústica (Centro) | 17h
PR – Maringá – Praça Raposo Tavares | 10h
PR – Ponta Grossa – Praça Barão de Guaraúna | 16h
SC – Balneário Camboriú – Praça Tamandaré | 10h
SC – Blumenau – Praça Carlos Gomes | 10h
SC – Brusque – Esquina Getúlio Vargas com Primeiro de Maio | 9h
SC – Caçador – Em frente a IFSC | 10h
SC – Canoinhas – Praça Oswaldo de Oliveira | 15h
SC – Chapecó – Carreata EFAPI-Centro e faixaço/bandeiraço nas Sinaleiras da Avenida Getúlio Vargas | 10h
SC – Chapecó – Carreata Subida da Unochapecó | 10h
SC – Criciúma – Parque das Nações (carreata) | 9h
SC – Garopaba – Carreata Rua Álvaro Ernesto dos Santos | 15h
SC – Itajaí – Calçadão da Hercílio | 9h
SC – Jaraguá do Sul – Praça Ângelo Piazera | 9h
SC – Florianópolis – Largo da Alfândega | 10h
SC – Joinville – Praça da Bandeira | 10h
SC – Rio do Sul – Praça Ermembergo Pellizzetti | 9h
SC – São Cristóvão do Sul – Margens BR 116 | 9h30 (próximo Assentamento Filhos do Contestado)
SC – São Miguel do Oeste – Trevo da BR 282 (saída para Maravilha) | 10h
SC – Tubarão – Carreata e Bicicletada Museu Wilky Zumblick | 15h
RS – Alegrete – Calçadão | 15h
RS – Capão da Canoa – Prefeitura | 15h
RS – Caxias do Sul – Praça Dante Alighieri | 15h
RS – Gravataí – Parada 66 (Em frente ao Veterano) | 10h
RS – Ijuí – Praça dos Imigrantes | 15h
RS – Novo Hamburgo – Praça Punta Del Este | 10h
RS – Osório – Manifestação e Carreata – Praça da Matriz | 15h
RS – Passo Fundo – Praça da Mãe | 8h
RS – Pelotas – Largo do Mercado | 10h
RS – Porto Alegre – Prefeitura | 15h
RS – Rio Grande – Dr. Pio | 11h
RS – Rolante – Rua Coberta | 11h
RS – Santa Cruz do Sul – Parque da Oktoberfest | 15h
RS – Santa Maria – Praça Saldanha Marinho | 10h
RS – Santa Vitória do Palmar – Em frente ao Correio | 15h
RS – São Leopoldo – Marco Zero | 9h
RS – Taquara – Rua Coberta | 9h
RS – Tramandaí – Prefeitura | 15h
RS – Viamão – Praça da Prefeitura | 10h
RS – Xangri-lá – Prefeitura | 15h

Atos no Exterior

28M
Alemanha – Berlim – Em frente à Embaixada Brasileira Wallstrasse 57, 10197 Berlin | 13h

29M
🇧🇪 Bélgica – Bruxelas – Estação Gare Central | 15h
Espanha – Barcelona – Font de Canaletes | 19h30
Espanha – Palma de Maiorca – Plaza d’Espanha | 19h
EUA – Nova York – Union Square | 16h
França – Paris – Place de Republiqué | 17h
Holanda – Amsterdam – Dam 1 | 15h
Inglaterra – Londres – Russell Square (Marcha Kill the Bill) | 12h
Inglaterra – Oxford – City Center em frente ao Restaurante do Fernando | 13h
Portugal – Lisboa – Alameda de Dom Afonso Henriques | 17h30
Portugal – Porto – Frente ao Centro Português de Fotografia | 16h30
Portugal – Porto – Estádio do Dragão | 18h
Suíça – Zurich – Estação Principal de Zurich | 11h
Uruguay – Montevideo – Embaixada Brasileira – Bulevar General Artigas 1394 | 12h

Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:

O conhecimento liberta. Saiba mais. Siga-nos no Telegram.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Bolsonaro planejou 1,4 milhão de mortes no Brasil promovendo a tal "imunidade de rebanho", aponta artigo publicado no The New York Times

 Jornalista Vanessa Barbara, autora do texto, calculou uma taxa de mortalidade de 1% e de 70% da população infectada, na estratégia da "imunidade de rebanho"

Ato de ruralistas causou aglomeração enquanto País registra alta de mortes por Covid

Ato de ruralistas causou aglomeração enquanto País registra alta de mortes por Covid (Foto: Clauber Cleber


247 - A jornalista e escritora Vanessa Barbara publicou um importante artigo no The New York Times, jornal mais influente do mundo, em que demonstra como a estratégia de imunização de rebanho, levada adiante pelo governo Bolsonaro com seu charlatanismo em torno da cloroquina, pode causar a morte de 1,4 milhão de brasileiros.

"Bolsonaro aparentemente pretendia levar o Brasil à imunidade de rebanho por infecção natural. Isso significa - assumindo uma taxa de mortalidade de 1% e infecção de 70% como um limite para imunidade de rebanho - Bolsonaro planejou pelo menos 1,4 milhão de mortes no Brasil", escreveu. (leia aqui a íntegra do artigo). Saiba mais em reportagem sobre a estratégia bolsonarista e vídeo da TV 247:

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro sugeriu em sua tradicional live de quinta-feira que se tome chás usados por indígenas para combater a Covid-19, após a defesa enfática da cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus que vem fazendo desde o ano passado.

Em sua transmissão pelas redes sociais a partir de Matucará, no Amazonas, Estado onde cumpriu agenda pública, Bolsonaro disse ter conversado com índios balaios. Segundo ele, nenhum havia morrido de Covid-19.

"Daí eu perguntei: foi antes da vacina? Foi antes da vacina, que já foram vacinados também. Não morreram por quê? Tomaram alguma coisa? Vamos lá, pessoal, anota aí: segundo eles, tomaram chá de carapanaúba, saracura ou jambu. Não tem comprovação científica, certo, mas tomaram isso", disse.

O presidente comentou que a CPI da Covid poderia convidar os indígenas para ouvi-los a respeito do uso desses chás. Disse ainda que também conversou com índios ianomâmis que tomaram chá também. De acordo com ele, houve três mortes nessa comunidade, sendo que todos eram idosos e, sem apresentar evidência, "com toda certeza deveriam ter comorbidade".

O governo Bolsonaro tem sido alvo de críticas e da investigação da CPI sobre possível desinteresse na aquisição de vacinas contra Covid-19 enquanto defendia o uso da cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.

Ainda assim, o presidente reforçou a sua defesa em favor da cloroquina, agora evitando falar publicamente o nome do medicamente. "Eu tomei aquele negócio que mostrei pra ema e no outro dia estava bom", disse.

Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:

O conhecimento liberta. Saiba mais. Siga-nos no Telegram.

Da britânica The Economist: "Jair Bolsonaro está sob cerco"

 Reportagem da revista britânica “The Economist” aponta que Jair Bolsonaro se rendeu ao clientelismo do centrão enquanto a sua popularidade derrete com avanço da pandemia e com a divulgação do escândalo das emendas parlamentares

Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | REUTERS/Ueslei Marcelino)

247Reportagem da revista britânica “The Economist” aponta que Jair Bolsonaro se rendeu ao clientelismo ao cooptar o apoio do centrão enquanto a sua popularidade despenca. "O apoio do Centrão nunca é gratuito”, destaca o texto. Nesta linha,  a publicação ressalta que “o governo distribuiu mais de R$ 20 bilhões por meio de emendas de relator'' e que “pelo menos R$ 3 bilhões foram encaminhados por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) atendendo a indicações de parlamentares”. 

“O escândalo, que a imprensa chamou de ‘tratoraço’, é a mais evidente prova até agora da participação de Bolsonaro na política clientelista. A situação se desdobra juntamente com um desastre de relações públicas ainda maior: uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga como o governo lidou com a pandemia. As duas crises demonstram como Bolsonaro tem se enfraquecido cada vez mais e como o Congresso”, destaca a reportagem. 

“Mas um impeachment é improvável, em parte porque Bolsonaro reinventou na prática a compra de apoio político no fim de 2019. A maioria dos novos recursos orçamentários foi destinada a legisladores que votaram em Rodrigo Pacheco, escolha de Lira e do Centrão para a presidência do Senado”, diz a publicação. “Uma ameaça maior à popularidade de Bolsonaro é a CPI, que começou os depoimentos no Senado este mês. As sessões diárias são transmitidas ao vivo na TV, criando uma macabra história oral do desastre brasileiro na pandemia”, completa o texto. 

O periódico ressalta, ainda, que “as pesquisas mais recentes mostram queda no apoio ao presidente em quase todos os segmentos do eleitorado, incluindo entre seus defensores mais convictos, como os evangélicos. É provável que seu principal rival nas eleições de 2022 seja Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente petista cuja popularidade aumentou recentemente”. 

Inscreva-se no canal Cortes 247 e saiba mais:

 

O conhecimento liberta. Saiba mais. Siga-nos no Telegram.

Fábrica para produzir Butanvac, vacina nacional contra o coronavírus, “não tem um centavo do governo federal”, disse Dimas Covas na CPI da Covid Pandemia Genocídio

 

Negando o pedido de ajuda financeira do Butantan, o governo atrasou também a produção nacional da ButanVac e não somente a compra de doses prontas

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Jornal GGN – Além do atraso para a compra das vacinas prontas, seja da CoronaVac, seja da Pfizer, o governo de Jair Bolsonaro também atrapalhou a produção nacional da vacina brasileira contra a Covid-19. A conclusão foi exposta pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, na CPI da Covid no Senado, nesta quinta (27).

Isso porque desde o início do acordo junto ao laboratório chinês Sinovac, o Instituto Butantan fechou parceria para a transferência de tecnologia e detinha a capacidade de produzir o IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo). Esse, na verdade, era o objetivo final do acordo com a China.

Mas, ainda em 2020, o Instituto Butantan enfrentava dificuldades financeiras para a continuidade do desenvolvimento da vacina e solicitou ajuda financeira do governo federal, tanto para os investimentos com a transferência de tecnologia chinesa, como para a reativação de uma das fábricas, que seria capaz de produzir o IFA, trazendo a autonomia para o Brasil na corrida mundial pela vacina.

Para ambos os pedidos de ajuda do Instituto Butantan, o governo de Jair Bolsonaro negou [leia mais aqui]. “A fábrica atual está sendo construída com dinheiro da iniciativa privada”, afirmou Dimas Covas. “Não tem um centavo do governo federal, estará pronta até o final deste ano, e até 2022 vamos operar a produção integral da vacina”, afirmou o diretor do Butantan.

O acordo do Butantan com a Sinovac previa três fases: na primeira, a entrega de uma porcentagem de doses prontas da vacina; em um segundo momento, a produção da CoronaVac com o IFA enviado pelo laboratório. Por fim, com a transferência de tecnologia, a terceria fase consistia na produção do IFA pelo Butantan.

Assim, com a omissão ao pedido de ajuda financeira no ano passado, o governo atrasou também a produção nacional e não somente a compra com as ofertas feitas de doses prontas.

Segundo Covas, somente com o aporte da iniciativa privada é que a Fundação conseguiu reativar a fábrica, que está prevista para começar a operacionalizar a partir do final deste ano. A expectativa inicial é de uma produção de 100 milhões de doses da Butanvac por ano.

Questionado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) quantas doses já foram produzidas pela Butanvac para a admissão na Anvisa, o diretor do Instituo respondeu que 6 milhões já estão prontas, em estoque, e outras 18 milhões estão previstas até julho, mas que também depende da agilidade da Anvisa de aprovar, o que barra a maior produção. “É uma produção em risco, estamos produzindo, mas aguardando a aprovação, temos uma capacidade muito maior, de 40 milhões de doses”, respondeu.

“O Butantan domina essa tecnologia, que é a mesma tecnologia da vacina da gripe, já está produzindo essa vacina, como mencionei, 6 milhões [de doses], e é uma vacina que já incorpora variantes. É possível fazer essa incorporação muito rapidamente. Estamos no processo final de aprovação da Anvisa e esperamos muito rapidamente concluir esses estudos clínicos”, narrou.

“Se tudo acontecer como planejado, no último trimestre de 2021, no quantitativo, pode ser minimamente 40 milhões de doses. Nós temos condições dessa produção neste momento. Estamos produzindo 6 milhões, vamos produzir 18 milhões até julho, mas em risco, porque é produzir a vacina e deixar aguardando os resultados do estudo clínico. Sendo aprovada, nós já vamos estar com a vacina pronta, para fornecer ao Brasil”, informou.


Acompanhe o depoimento de Dimas Covas à CPI da Covid no Senado:

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

APOIE AGORA

“Essa vacina (Coronavc-Butantan) não teve apoio”, confirma Dimas Covas em crime do governo contra a vida da população durante a CPI. Reportagem de Patrícia Faermann para o GGN

 

"Considera que o governo não só não estimulou, como dificultou a viabilidade dessa vacina brasileira?". "Essa vacina não teve o apoio na hora que foi solicitado", confirmou.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Jornal GGN – O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (27), confirmou que o governo federal não só cometeu crime de omissão, por negar as primeiras ofertas da vacina CoronaVac, como também cometeu crime de forma direta, ao prejudicar a produção e a disponibilização das vacinas para a população brasileira.

Já nos minutos finais da sessão, após mais de 7 horas de sabatina junto aos parlamentares, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) fez duas pergunta a Dimas Covas: “o governo atuou para estimular a produção de vacinas no Brasil?”. “No caso do Butantan, não”, respondeu o diretor.

“No caso dessa vacina, não houve estímulo governamental, do governo federal para o seu desenvolvimento”, explicitou.

Em seguida, o senador trouxe o segundo questionamento: “Por fim, isso caracterizaria culpa, mas para caracterizar dolo, o senhor considera que o governo não só não estimulou, como atrapalhou deliberadamente, ou dificultou a viabilidade dessa vacina brasileira?”.

E, de forma positiva, o diretor do Butantan confirmou: “Essa vacina não teve o apoio, na hora que foi solicitado, isso poderia ter dado uma velocidade maior ao desenvolvimento. Nós poderíamos ter, como mostrei por vários documentos, um quantitativo maior de vacinas disponíveis para o Brasil no momento adequado.”

Ainda, em resposta a questionamento anterior do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), Covas deixou claro, assim como ao longo de toda a sessão da CPI desta quinta, da responsabilidade direta do presidente Jair Bolsonaro na falta e atraso das vacinas para imunizar a população contra a Covid-19.

“Era possível, em outubro, ter obtido um uso emergencial dessa vacina”, lembrou, expondo anteriormente que o país poderia ter recebido de 60 a 100 milhões de doses da Coronavac ainda no ano passado e que poderia ter sido o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação.

Como o GGN mostrou, o silêncio do governo federal se estendeu para além da aquisição das doses ofertadas, em si, como também revelado no depoimento do CEO da Pfizer na América Latina, mas também na negativa ao pedido de socorro financeiro feito pelo Instituto Butantan para a continuidade da pesquisa, desenvolvimento e para a construção da fábrica que produzirá a ButanVac.

O depoimento, considerado crucial para a CPI, confirmou a tese de que o governo cometeu crimes diretos na omissão e manejo da pandemia no país.


quinta-feira, 27 de maio de 2021

O passado secreto e mentiroso da Capitã Cloroquina, com provas em áudio e vídeo.

 

Do Canal Galãs Feios:

Mayra Pinheiro concedeu depoimento no dia 25 de maio à CPI da Covid, no senado. Conhecida também como Capitã Cloroquina, a secretária de gestão do trabalho e de educação do Ministério da Saúde enfileirou uma sucessão de mentiras que talvez nem o próprio Jair Bolsonaro seja capaz de fazer com tanta maestria. Helder Maldonado comenta.



quarta-feira, 26 de maio de 2021

Randolfe Rodrigues protocola requerimento para convocar Bolsonaro a depor na CPI da Covid

 

Na justificativa do pedido, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, afirmou que "a cada depoimento e a cada documento recebido, torna-se mais cristalino que o Presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI"


Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

247 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, protocolou, nesta quarta-feira (26), um requerimento para convocar Jair Bolsonaro a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito. Os integrantes da CPI devem votar a solicitação ainda nesta quarta-feira (26).

Na justificativa do pedido, o parlamentar afirmou que "a cada depoimento e a cada documento recebido, torna-se mais cristalino que o Presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI". 

O senador também algumas condutas de Bolsonaro como o combate a medidas preventivas, estímulo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença e um "boicote sistemático à imunização da população" em relação às propostas de vacinas da Pfizer.

pedido-requerimento

 

requerimento-segunda-parte

Inscreva-se no canal Cortes 247 e saiba mais: 

O conhecimento liberta. Saiba mais. Siga-nos no Telegram.


Coronel nomeado por Pazuello para chefe do Ministério no Rio é demitido por suspeita de corrupção

 

Demissão do superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, coronel da reserva do Exército George Divério, nomeado pelo general e ex-ministro Eduardo Pazuello, foi feita na esteira da suspeita de irregularidades em contratos que somam R$ 28,8 milhões

George Divério e Eduardo Pazuello

George Divério e Eduardo Pazuello (Foto: Reprodução | Ag. Senado)

247O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, exonerou o superintendente da pasta no Rio de Janeiro, o coronel da reserva do Exército George Divério. Demissão do militar acontece na esteira das denúncias de irregularidades em contratos sem licitação da ordem de R$ 28,8 milhões e foram celebrados com empresas que já haviam trabalhado para Divério quando ele ocupava um cargo na Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel). O militar havia sido nomeado para o posto na gestão do general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (26).

De acordo com reportagem do G1, a empresa SP Serviços foi contratada para realizar uma reforma completa na sede do Ministério da Saúde, no Rio, por R$ 18,9 milhões. Uma outra empresa, a Lled Soluções, foi escolhida para reformar um galpão a um custo estimado em R$ 9 milhões. Os contratos, porém, foram desfeitos após a Advocacia Geral da União não aprovar as reformas efetuadas sem licitação. Para o órgão de controle, porém, “os indícios de sobrepreço não podem ser simplesmente ignorados e o processo foi encaminhado à Controladoria Regional da União no RJ e ao Tribunal de Contas da União.

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), solicitou a quebra do sigilo telemático, telefônico, bancário e fiscal do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e pediu acesso às comunicações trocadas entre ele e George Divério. 

Inscreva-se no canal Cortes 247 e saiba mais: 

 

O conhecimento liberta. Saiba mais. Siga-nos no Telegram.

Reinaldo Azevedo: Estudo da Fiocruz, apesar dos ataques de bolsonaristas à ciência e pesquisas nacionais, joga luzes no coronavírus. Mas as trevas insistem

 

Do Canal BandNews FM:

Reinaldo Azevedo comenta o estudo da Fiocruz que pode mudar o entendimento sobre o coronavírus. A hipótese é de que a Covid-19 possa reativar um vírus ancestral no nosso genoma. O âncora da BandNews FM exalta a ciência e os pesquisadores brasileiros.





Da omissão covarde das Forças Armadas, Mídia e Judiciário em relação a Bolsonaro e Pazzuelo…, por Eduardo Ramos

 

Nossas Forças armadas são pródigas em "auto-elogios", outro dia um dos generais falou várias vezes na TV em uma pretensa "honra verde-oliva".

Da omissão covarde das Forças Armadas, Mídia e Judiciário em relação a Bolsonaro e Pazzuelo…

por Eduardo Ramos

Há uma expressão que me acompanha desde a adolescência, que aprendi com um missionário em uma pregação sobre ética e justiça que nunca esqueci. Ele usou a expressão “Lealdade injusta”, que significava falas ou ações de nossa parte, querendo expressar lealdade a alguém, mesmo quando a pessoa ou grupo a quem estaríamos sendo leais, fossem um gesto injusto, um gesto que aplaudisse o que é perverso e produzisse o mal entre os homens. Achei lindo o conceito. E a vida me ensinou que OMISSÕES podem fazer parte dessa “lealdade injusta” – que, no Brasil, poderíamos acrescentar “…injusta e perversa!”

Nossas Forças armadas são pródigas em “auto-elogios”, outro dia um dos generais falou várias vezes na TV em uma pretensa “honra verde-oliva”. Sem querer ser injusto ou agressivo, eu gostaria de perguntar aos senhores militares, onde estava escondida essa “honra”, quando permitem que uma presidente honesta, sem crime cometido, seja tirada da presidência por um conluio Golobo-Moro-MPF-STF e generais como Heleno e o Villas Boas…

Onde estava escondida essa “honra”, quando permitiram que um juiz psicopata se arrogasse o imperador do Brasil e comandasse uma operação nefasta, hedionda, com claros objetivos de perseguir e massacrar um partido político e seu líder maior, Lula, num atentado óbvio e canalha contra a nossa democracia?

Onde estava escondida essa “honra”, quando Sérgio Moro humilhou e prendeu sem provas um dos mais dignos e sérios militares desse país, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, considerado por muitos o pai do programa nuclear brasileiro, numa “estranha coincidência”, logo após Moro ser recebido nos EUA por autoridades americanas ligadas ao programa nuclear daquele país….

Pois em vez de defender a HONRA do almirante, não é que nossos militares preferiram beijar abjetamente as mãos de seu carrasco, Sérgio Moro?

Ora, por muito menos descalabros, esses militares deram um golpe de Estado em 1964. Porque não gritaram agora, contra o golpe dado pela direita brasileira através de Moro, mídia e Judiciário?

Porque a “lealdade” desses senhores não é ao Brasil e ao povo brasileiro, é às oligarquias, é à sua ideologia de direita, preferem a lealdade injusta a um Moro, a um Bolsonaro, a um Pazzuelo, do que a HONRA VERDADEIRA DE SE PERFILAREM JUNTO À VERDADE E À JUSTIÇA. Por isso foi tão fácil a eles, largarem na estrada o almirante Othon e dar medalhas a Sérgio Moro.

Mídia e Judiciário não ficam atrás em sua vilania. O escárnio que representou as manifestações de Bolsonaro em plena pandemia, no Maranhão e no Rio, sem máscara, comandando como um pateta-tirânico, um GENOCIDA, aglomerações com milhares de pessoas, produzindo mais e mais mortes, é algo sem precedentes nos países civilizados mundo afora….

É, na verdade, um “tapa na cara da sociedade” e da própria CPI, é um “dane-se”, é um “seguirei fazendo o que eu quero….” – típico dos sociopatas que nutrem o mais doentio desprezo pela vida humana.

“Lealdade Injusta” é isso: esse conjunto de falas, ações E OMISSÕES, onde homens e instituições são leais não ao povo, não ao bem, não ao justo, não ao verdadeiro, mas leais ao torpe, ao vil, ao injusto, ao insano, ao perverso….

É a própria sociedade, se e quando se cansar de tantas humilhações e violências do ser bestial, da mídia que o acoberta (sim, reportagens açucaradas e insossas é acobertar o mal…), do Judiciário que se omite, que terá que assumir a responsabilidade por seu destino. Nada virá de militares, mídia, MPF e Judiciário. Covardia e lealdade injusta os dominam hoje.

Estamos ao “deus dará….”

(eduardo ramos)

A ultra-direitista bolsonarista Mayra Pinheiro defendeu a perigosa cloroquina abertamente na CPI e diz que a indústria farmacêutica não tem interesse em alterar a bula

 

O uso tem que ser no início da doença", diz a secretária do Ministério da Saúde conhecida como "capitã cloroquina"

Jornal GGN – Bolsonarista de carteirinha, a médica Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde, se tornou a primeira testemunha da CPI da Covid a defender abertamento o uso da hidroxycloroquina para tratamento contra coronavírus logo no início dos sintomas. Ela defendeu a “autonomia médica” e uso off-label do medicamento que ainda não dispõe de eficácia contra Covid-19 compravada por estudos científicos. Mayra ainda acrescentou que a alteração na bula da cloroquina não ocorreu no Brasil pelas vias formais porque a indústria farmacêutica não tem interesse em bancar os custos necessários.

A cloroquina foi o último tema aprofundado pelo senador Renan Calheiros, relator da CPI, na sessão que começou por volta das 10h deste terça (25). Ele confrontou Mayra com a informação de que o Tribunal de Contas da União tem parecer contrário à distribuição de cloroquina pelo SUS, para uso off-label, sem autorização da Anvisa e sem o consentimento da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).

Mayra admitiu que o governo Bolsonaro não apresentou solicitação ao Conitec, no primeiro ano de pandemia, a respeito da cloroquina para tratamento de Covid-19 porque “levam meses” para sair uma resposta. Apesar disso, o Ministério da Saúde emitiu notas técnicas orientando médicos a respeito do uso da cloroquina e dosagens consideradas seguras.

A secretária afirmou que há consenso no governo Bolsonaro, desde a gestão de Luiz Henrique Mandetta, sobre o medicamento não dever ser usado na fase mais aguda da doença e sim nos primeiros sintomas. “Nós já temos certezas desde as notas 5 e 6 de Mandetta que não há indicação de medicações na fase hospitalar, os doentes já estão muito graves e têm processos inflamatórios estabelecidos. O uso tem que ser no início da doença.”

INDÚSTRIA NÃO TEM INTERESSE EM ALTERAR BULA DA CLOROQUINA

Sobre o fato de o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, ter dito à CPI que foi categoricamente contra a ideia de alterar a bula da cloroquina por meio de decreto, para fazer constar a indicação para tratamento de Covid-19, Mayra avaliou que a postura da Anvisa é compreensível e acrescentou informações de bastidores sobre os interesses da indústria farmacêutica, em sua tentativa de defender o uso off-label.

“Quando o presidente da Anvisa fala de não recomendar [a cloroquina contra Covid-19], ele fala do papel da Anvisa. A Anvisa recomenda medicamentos que estão na bula, esse é o papel dela como agência certificadora. Para conseguir que medicamentos off-label sejam incorporados em bula, quem solicita essa incorporação é a indústria farmacêutica. Isso é importante a população brasileira saber. Para fazer um estudo que chamamos de estudo pivotal para incorporação de qualquer medicamento em bula, esses estudos levam em média 4 anos e custam, o mais simples, 19 milhões de dólares. São necessários, para as agência reguladoras do mundo inteiro, dois estudos deste, com cerca de 4 mil pacientes, ao longo de 10 anos, e custando juntos 38 milhões de dólares. Essas medicações não têm patentes, elas são baratas. Então não existe hoje interesse da indústria farmacêutica de que essas medicações sejam objeto de um estudo, da formação de um dossiê para serem entregues à Anvisa para serem incorporados em bula para tratar essa doença. É por isso que a Anvisa não tem essa orientação. Para uso off-label não precisamos da bula desses remédios. Para salvar vidas, nós precisamos oferecer à população todos os recursos.”

Acompanhe a CPI pela TVGGN:

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

APOIE AGORA