terça-feira, 15 de julho de 2025

Como o Canadá denuncia e analisa o ataque de Trump ao Brasil? Do Canadá Diário News

 

 

Do Canal Canadá Diário:

Trump x Brasil: Guerra comercial ou revanche política? O que está por trás da tarifa de 50% que ameaça abalar o comércio global — e a democracia? O vídeo “Is Trump's tariff war on Brazil about trade at all?” da CBC News mergulha no recente e polêmico anúncio do presidente Donald Trump: uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras, marcada para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025. A medida, que surpreendeu diplomatas e mercados, reacende debates sobre os verdadeiros motivos por trás das decisões de política comercial dos EUA, especialmente quando se cruzam com interesses e disputas políticas internas e externas. Tópicos abordados: Motivação política versus argumento econômico, Impactos econômicos reais, A resposta do Brasil, Mercado e diplomacia, O caso Bolsonaro como pivô, Risco de escalada global, A institucionalidade brasileira em xeque. A guerra tarifária de Trump contra o Brasil expõe um cenário alarmante: o comércio internacional, tradicionalmente pautado por regras e interesses econômicos, tornou-se palco de retaliações pessoais e pressões políticas. Ao atrelar tarifas à defesa de aliados ideológicos e à contestação de decisões judiciais soberanas, Trump inaugura uma era de imprevisibilidade e risco para a ordem global. O caso desafia não só a resiliência da economia brasileira, mas também a capacidade das democracias de resistirem à chantagem econômica. Até onde irá a instrumentalização do comércio como arma política? E quem pagará a conta dessa nova diplomacia de confrontos, os governos, as empresas ou, no fim, os cidadãos comuns?

🔥A cineasta Petra Costa lista os crimes de Bolsonaro em TV dos EUA e a mesma TV americana aponta a associação de Bolsonaro com Trump contra o Brasil🔥Ataque de Eduardo contra o Brasil falha🔥 - Mídia Ninja

 

Do Canal Mídia Ninja:




43 anos de cadeia: esta é a pena máxima prevista para os crimes de Bolsonaro

 

Ex-presidente pode ser condenado pela 1ª Turma do STF por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, segundo manifestação da PGR


    Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes no STF - 10/06/2025 (Foto: Antonio Augusto/STF)

247 O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser condenado a até 43 anos de prisão, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aplique a pena máxima para cada um dos crimes atribuídos a ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A manifestação, reportada pelo jornal O Globo, foi enviada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, à Corte, detalhando os cinco crimes pelos quais Bolsonaro foi denunciado no contexto da tentativa de golpe de Estado.

O julgamento ocorrerá na 1ª Turma do STF, responsável por analisar o caso e definir as punições cabíveis. Após o envio do parecer da PGR, inicia-se um prazo de 15 dias para que os réus, além de Bolsonaro, apresentem suas alegações finais ao Supremo.

Delator Mauro Cid será o primeiro a apresentar defesa

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator premiado, será o primeiro a protocolar sua manifestação individual. Cid fechou acordo de delação e, por isso, terá prazo diferenciado para se manifestar. Em seguida, os demais acusados deverão apresentar suas alegações finais no mesmo prazo de 15 dias.

Consultados pelo jornal O Globo em março deste ano, especialistas da área jurídica afirmaram que, apesar do cálculo da pena máxima chegar a 43 anos, a condenação mais provável estaria num patamar intermediário — superior a 14 anos, mas inferior ao limite máximo previsto pelo Código Penal.

Quais são os crimes atribuídos a Bolsonaro

A denúncia da PGR, apresentada em fevereiro, lista os seguintes crimes e suas respectivas penas previstas:

  •  Organização criminosa: de 3 a 8 anos de prisão, podendo ser acrescida de até 4 anos pelo uso de arma de fogo e até 5 anos pelo envolvimento de funcionário público;
  •  Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: de 4 a 8 anos de prisão;
  •  Golpe de Estado: de 4 a 12 anos de prisão;
  •  Dano qualificado pela violência ou grave ameaça: de 6 meses a 3 anos de prisão;
  •  Deterioração de patrimônio tombado: de 1 a 3 anos de prisão.

No caso específico da acusação por organização criminosa, a PGR apontou agravantes como o uso de arma de fogo, que pode elevar a pena em até 50%, e o fato de Bolsonaro exercer a liderança do grupo, o que implica aumento adicional entre um sexto e dois terços da pena base.

Julgamento definirá peso da punição

O processo entra agora na fase final antes do julgamento, com a possibilidade de novas revelações a partir das alegações dos demais réus, principalmente pela delação de Mauro Cid. A expectativa entre especialistas é que o Supremo leve em consideração a gravidade dos crimes e o papel central desempenhado por Bolsonaro na tentativa de ruptura democrática.

Caso as penas máximas sejam aplicadas, o ex-presidente poderá enfrentar a maior condenação já registrada contra um ocupante do Palácio do Planalto, consolidando um dos maiores 

 assista:

Cortes 247

O mundo já se move em reação às tarifas terroristas de Trump, por Luís Nassif

 

Segundo a reportagem do New York Times, a ira de Trump se deveu à reunião dos BRICS no Rio de Janeiro, e à adesão da Indonésia ao bloco.

Do Jornal GGN:


White House Flickr


O mundo já começou a se articular para reorientar o comércio mundial, depois das tarifas de Donald Trump. The New York Times fez um levantamento desses movimentos em torno do mundo.

A Coreia passou por um período bravo, sob a presidência de um ex-Procurador Geral, que cavalgou a Lava Jato nacional, foi eleito presidente até ser deposto, após uma tentativa de golpe. Agora, o novo presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, enviou representantes à Austrália e à Alemanha para discutir questões de defesa e de comércio. Brasil e Índia anunciaram planos para aumentar seu comércio bilateral em 70%, para US$ 20 bilhões.

A Indonésia está próxima a um tratado com a União Europeia. O Vietnã já tinha fechado um acordo com os Estados Unidos, de tarifas de 20%. As cartas de Donald Trump destruíram as negociações. “À medida que mais e mais países sentem que é mais difícil atender às demandas dos EUA, seu interesse em trabalhar com outros países se intensificará”, disse Wendy Cutler, vice-presidente do Asia Society Policy Institute, citado pelo The New York Times.

No primeiro mandato de Trump, foram impostas tarifas para a China, que passou a adquirir quantidades menores de soja americana. O espaço foi ocupado pelo Brasil, que passou a ser o maior fornecedor de soja para lá.

O papel da Coreia do Sul é curioso. Assim como a União Europeia, a Coreia do Sul era um aliado incondicional dos Estados Unidos. Nessa condição, resistiu a aderir ao Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica, um pacto comercial que surgiu das cinzas de negociações com os Estados Unidos que fracassaram em 2016.

Agora, Byung-il Choi, economista sul-coreano e ex-negociador comercial, tem estimulado o país a aderir ao acordo, patrocinado pelo vizinho Japão. A qualquer momento, o acordo poderá ser fechado, como maneira de se defender das tarifas de Trump.

Como declarou Choi: “O Japão e a Coreia acreditavam que éramos um aliado firme e inabalável dos EUA, mas Donald Trump não acredita em aliados”. Disse mais: “O Japão está ansioso para obter membros mais significativos, e o novo governo da Coreia está dizendo: ‘Em nome do interesse nacional, podemos fazer qualquer coisa.’”

Há uma dificuldade para essa reestruturação do comércio global. Ao contrário dos Estados Unidos, a China é uma notável produtora de carros, eletrodomésticos, eletrônicos e têxteis. Portanto, não haverá espaço para bens de consumo, bens de capital, serem direcionados para lá.

A tendência será, mais à frente, as vítimas de Trump prepararem uma resposta coletiva. Segundo a reportagem, a ira de Trump se deveu à reunião dos BRICS no Rio de Janeiro, e à adesão da Indonésia ao bloco. O BRICS não esboçou, ainda, nenhum sinal de resistência maior. “Não vi indícios de que as nações do Sudeste Asiático estejam tentando se unir e apresentar uma frente unida”, disse Alexander Hynd, professor assistente do Instituto Asiático da Universidade de Melbourne. Por enquanto, está na fase de tentativas de acordos individuais.  Mas isso pode mudar se o ritmo atual de agitação continuar. “Os EUA estão tentando desmantelar rapidamente o sistema que criaram, o que está surpreendendo muita gente”, disse o Hynd.

Leia também:

Portal do José: EXTRA E HISTÓRICO! BOLSONARO LIQUIDADO EM 517 PÁGINAS DE CONDENAÇÃO POR PAULO GONET! TRUMP NÃO INTIMIDA GONET! VEM PENAS PESADAS!

 

Do Portal do José:

EXTRA DA MADRUGADA! SAIU A PEÇA FATAL DA PAGR CONTRA A ORCRIM DE BOLSONARO!





Reinaldo Azevedo sobre o Golpe bolsonarista fascista: os réus sabiam o que Gonet iria fazer (condená-los nas alegações finais do processo) porque sabiam muito bem o que fizeram

 

Da Rádio BandNews FM:




segunda-feira, 14 de julho de 2025

Portal do José: FILAS ANDAM! BOLSONARO: ORCRIM NO FIM! BANANA SE ACOVARDA DE VEZ! TARCISIO TRAIDOR E "TRUMPIRADO!!

  Do Portal do José:

14/07/25 Certamente Gonet pedirá a condenação da Orcrim toda! Enquanto isso... Não se surpreendam se Lula conversar com Trump e tudo mudar. Uma coisa é certa: o destino de Bolsonaro não será alterado. Cadeia vem aí! Tarcísio tenta salvar a própria pele e se submete ao ridículo. Segunda feira tem PGR apontando destino de Bozo. Sigamos!




Relembre: Os Estados Unidos e o Fascismo na América Latina, por Franklin Frederick

 

 

O fascismo ‘amistoso’ que Bertram Gross observou, é atualmente chamado por um outro nome, um com melhor reputação: neoliberalismo.

Do Jornal GGN:

    Shutterstock


Relembre: Os Estados Unidos e o Fascismo na América Latina, por Franklin Frederick


Publicado em 7 de fevereiro de 2018

Os Estados Unidos e o Fascismo na América Latina

por Franklin Frederick

Publicado originalmente em The Dawn New

“Os crimes cometidos pelos Estados Unidos em todo o mundo tem sido sistemáticos, constantes, implacáveis e muito bem documentados, mas ninguém fala sobre eles.” – Harold Pinter

Tendências fascistas estão de volta à luz do dia na América Latina. Podem ser claramente vistas na criminosa oposição Venezuelana e também nas ruas no Brasil e na Argentina. Tais tendências têm sua origem no fato de que a desigualdade econômica e a igualdade política são incompatíveis. Mas o fascismo latino-americano também é expressão de uma agenda política e econômica mais profunda que deve ser bem compreendida se queremos combatê-la com sucesso.

Em 1979, Noam Chomsky e Edward S. Herman publicaram um dos livros mais importantes sobre o fascismo latino-americano: ‘The Washington Connection and the Third World Fascism’, onde escreveram:

“(…) O velho mundo colonial foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial, gerando ondas de nacionalismo radical que ameaçaram a tradicional hegemonia ocidental e seus interesses econômicos. Para conter esta ameaça, os Estados Unidos se alinharam com elementos da elite e das forças armadas do Terceiro Mundo cuja função tem sido a de conter os ventos de mudança. (…) Com o apoio freqüente dos Estados Unidos, o Estado de Segurança Nacional neofascista ( National Security State) e outras formas autoritárias  tornaram-se o padrão dominante dos governos no Terceiro Mundo”.

“… a massiva intervenção e subversão (dos EUA) nos últimos 25 anos se limitaram quase exclusivamente à derrubada de governos reformistas e democracias radicais… (Os EUA) raramente ‘desestabilizaram’ regimes militares de direita, não importa o quão corruptos ou terroristas. (…) A ‘junta militar’ foi considerada como um bom modelo de governo e os Estados Unidos fizeram com que este modelo crescesse e se difundisse. Tortura, esquadrões da morte e liberdade para investimentos são elementos relacionados neste modelo patrocinado e apoiado pelo país líder do Mundo Livre. Nestes Estados, o terror é funcional, favorecendo um bom ‘clima para investimentos’(…) Assim, se olharmos para além da barreira midiática e de propaganda, Washington se converteu na capital mundial da tortura e do assassinato político.” (Grifo dos autores)

Estas palavras sobre os EUA são tão atuais hoje como o eram em 1979, porém com uma importante diferença: atualmente, além da pura violência, os EUA também passaram a utilizar formas mais sutis, ‘suaves’, de desestabilização política, como nos golpes de Estado em Honduras em 2009, no Paraguai em 2012 e no Brasil em 2016. Em todos estes casos não houve intervenção militar, pois o golpe foi dado através do Parlamento ou do Poder Judiciário do país, sempre com o respaldo de Washington. Esta diferença é crucial porque estes ‘golpes suaves’ são muito mais fáceis de legitimar e por isso serão a opção preferencial dos EUA sempre que possível. O objetivo, contudo, permanece o mesmo: ‘melhorar o clima para investimentos’ para os interesses dos EUA e os de seus aliados. Esta é a razão porque Chomsky e Herman chamam o fascismo latino-americano de ‘sub-fascismo’, ou ‘fascismo clientelista’ ( client fascism). Ao contrário do modelo clássico, nacionalista, do fascismo dos anos 20 e 30 na Europa do século XX, o fascismo latino-americano é profundamente anti-nacionalista. Chomsky e Herman o descrevem assim:

“A economia do” ‘sub-fascismo’ “implica em uma rápida mudança em direção a uma ampla abertura ao comércio e investimentos estrangeiros, à austeridade monetária e aos cortes no orçamento de programas sociais, ou seja, uma mudança conforme as políticas econômicas promovidas pelos interesses do poder dominante e de seus sócios institucionais como o FMI e o Banco Mundial. A prioridade passa a ser o serviço da dívida externa, através do aumento das exportações e da redução das importações, com a maioria da população arcando com os custos através da redução de salários e do agravamento do desemprego”.

Na verdade, o projeto sub-fascista latino-americano representa um retorno ao status de colônia, mantendo as mesmas velhas oligarquias no poder. Como estas oligarquias obviamente não contam com nenhum apoio da maioria da população em seus próprios países, todas são profundamente antidemocráticas. Com o intuito de preservar seu próprio poder e riqueza, elas escolheram representar e defender os interesses econômicos estrangeiros – o ‘mercado’ – cujo objetivo é manter os países latino-americanos como produtores subdesenvolvidos de matérias primas para as companhias transnacionais e instituições financeiras sediadas nos países do norte. Em troca, estes interesses protegem e mantém estas oligarquias no poder. Como concluem Chomsky e Herman : “(…) sob o fascismo clientelista as bases de apoio da liderança política passam a ser os interesses estrangeiros”.

Entretanto, o sub-fascismo ou fascismo clientelista latino-americano adquiriu atualmente uma nova face, criada para corresponder aos golpes de estado ‘suaves’, uma face mais ‘amistosa’.

“Friendly fascism” (Fascismo amistoso) é justamente o título de uma obra fundamental de Bertram Gross sobre o fascismo moderno publicada em 1980. Bertram Gross, Professor de Ciência Política e Secretário Executivo do ‘Council of Economic Advisers’ da Presidência dos EUA de 1946 até 1952, estava principalmente preocupado com a ascensão do ‘fascismo amistoso’ nos EUA – a ‘Nova Face do Poder na América’, como ele escreveu na época.  Mas o que ele vislumbrou nos seus inícios há 38 anos atrás quando o seu livro foi publicado, é hoje realidade na maior parte do mundo, incluindo a América Latina.

“Fascismo amistoso retrata duas tendências em conflito nos Estados Unidos e em outros países do chamado ‘mundo livre’ – escreveu Bertram Gross – A primeira tendência é um avanço lento e poderoso em direção a uma maior concentração de riqueza e poder numa parceria do Grande Negócio com o Grande Governo (Big Business – Big Government partnership). Esta tendência conduz a uma forma de manipulação nova e sutil de servidão corporativa. A expressão ‘fascismo amistoso’ ajuda a distinguir este futuro possível do corporativismo obviamente brutal do fascismo clássico do passado na Alemanha, na Itália e no Japão. Esta expressão serve também para contrastar com o fascismo dependente e ‘hostil’ apoiado pelo Governo dos EUA atualmente (1980) em El Salvador, Haiti, Argentina, Chile (…).”

“A outra é a tendência, mais lenta e menos poderosa, de indivíduos e grupos buscarem cada vez mais participação nas decisões que os afetem. Esta tendência vai além de uma mera reação ao autoritarismo. (…) Ela se alimenta das promessas do ‘establishment’ –que com muita freqüência são falsas– de mais direitos humanos, mais direitos e liberdades civis. Se encarna em valores maiores como comunidade, participação, cooperação, ajuda aos outros, decência (…). Afeta relações dentro da família, do trabalho, da comunidade, da escola, da Igreja ou Sinagoga, e chega mesmo a afetar os labirintos das burocracias públicas e privadas. Esta tendência pode levar a uma democracia mais verdadeira – e por esta razão é duramente combatida…”

O “avanço lento e poderoso em direção a uma maior concentração de riqueza” alcançou atualmente níveis sem precedentes. De acordo com um relatório da OXFAM, 8 indivíduos apenas possuem a mesma riqueza que a metade mais pobre da humanidade. Tais concentrações de riqueza criam uma correspondente concentração de poder político nas mãos dos que mais se beneficiam desta: as corporações internacionais e o setor financeiro. Estes, por sua vez, assim podem impor à quase totalidade do mundo a ‘servidão corporativa’ sobre a qual Bertram Gross alertou.

A segunda tendência identificada por Gross – grupos e indivíduos buscando maior participação nas questões públicas – tem sido sempre muito presente na América Latina e foi a força maior por trás das eleições dos governos progressistas de Lula no Brasil e Evo Morales na Bolívia a Rafael Correa no Equador e Hugo Chavez na Venezuela. Enfrentando desafios muito difíceis e em condições sociais e econômicas bem diversas, estes governos progressistas tentaram construir uma democracia mais verdadeira, promovendo maior participação social e uma melhor distribuição de renda. E por esta razão foram todos ‘duramente’ combatidos pelos EUA e pelo ‘establishment’ internacional. O país latino-americano onde, hoje, esta luta se dá com violência crescente é a Venezuela.

Àqueles relutantes em encarar a realidade e usar a palavra ‘fascismo’ onde ela cabe, Bertram Gross escreveu:

“Ao olhar para a América de hoje (1980), eu não tenho medo de dizer que tenho medo. (…) Qualquer um que esteja esperando por Partidos de massa ou homens a cavalo não vai perceber os sinais de um fascismo insidioso. Em qualquer país de capitalismo avançado do Primeiro Mundo, o novo fascismo será constituído por elementos da herança nacional e cultural, de sua composição étnica e religiosa, de sua estrutura política formal e seu ambiente geopolítico. (…)  Será fascismo com um sorriso. Como um alerta contra a sua fachada cosmética, manipulação sutil e luvas de veludo, eu o chamo de ‘fascismo amistoso’. O que mais me assusta é a sua sutil atração.”

“Fico preocupado com aqueles que se esqueceram – ou nunca aprenderam – que a parceria Grande Negócio – Grande Governo, respaldada por outros elementos, foi o fato central por trás das estruturas de poder do fascismo nos tempos de Mussolini, Hitler e dos construtores de império japoneses. (…) Me preocupam aqueles que polemizam sobre as palavras. (…) que usam os termos inventados pelos ideólogos fascistas, como ‘estado corporativo’, mas não fascismo. (…) Igualmente importante é o alcance global da emergente parceria Grande Negócio – Grande Governo. Este alcance esta ancorado em colossais corporações e complexos transnacionais que ajudam a manter unido um ‘Mundo Livre’ no qual o sol nunca se põe. Estes são os elementos de um novo despotismo”.

Este novo despotismo, o fascismo ‘amistoso’ que Bertram Gross observou e denunciou em seus começos, é atualmente chamado por um outro nome, um com melhor reputação: neoliberalismo. A dinâmica ‘fascismo amistoso / fascismo hostil’ (friendly and unfriendly fascism) é fruto das políticas neoliberais. As corporações e o setor financeiro internacionais, na sua incessante busca por mais lucro e poder, vão tentar permanentemente impor ao mundo o fascismo ‘amistoso’ quando possível e o fascismo ‘hostil’ sempre que necessário para atingir os seus fins. Desta forma, o espectro político se reduz a uma escolha entre um e outro. O neoliberalismo e o fascismo ‘amistoso’ são um só. O fascismo ‘hostil’ sendo apenas a face mais sombria do neoliberalismo quando este tem que utilizar meios menos ‘amistosos’ para se impor.

Uma comparação entre o golpe de estado no Brasil e a situação na Venezuela ( antes da eleição da Assembléia Constituinte) ajuda a compreender melhor a dinâmica fascismo ‘amistoso’/ ‘hostil’.

No Brasil, em muitas das demonstrações de rua contra a Presidente Dilma Roussef, os fascistas mostravam sua tradicional face ‘hostil’: violentos, racistas, homofóbicos. Foi a relativamente rápida instalação e resultado do processo de impeachment, levando à queda da Presidente Dilma Roussef, que impediram que a violência nas ruas atingisse os mesmos níveis que vimos na Venezuela. Com o fim do governo de Dilma Roussef, a violência das ruas já tinha atingido o seu objetivo e não era mais necessária. O fascismo ‘amistoso’ do governo de Michel Temer – tão melhor para dar legitimidade ao golpe – pôde assumir o poder e iniciar o processo de destruição das conquistas e das políticas do governo anterior do PT: privatização de bens públicos, abertura das reservas de petróleo e outros recursos naturais do país para a exploração internacional – o que sempre foi a razão real por trás do golpe.

A Venezuela é um dos países mais ricos do mundo, não só em petróleo, mas em gás e outros recursos naturais. Hugo Chavez e a Revolução Bolivariana se comprometeram a usar estas riquezas para o desenvolvimento da própria Venezuela, em benefício de sua própria população, não para a ganância de algumas companhias transnacionais, o que é o maior crime que se pode cometer contra a ordem neoliberal. O fracassado golpe de estado respaldado por Washington em 2002 mostrou que desestabilizar a Venezuela não é uma tarefa fácil. A segunda tendência apontada por Bertram Gross é demasiado forte na Venezuela para permitir um golpe ‘suave’. O fascismo ‘amistoso’ na Venezuela não é uma opção, pelo menos por agora: as conquistas sociais e as políticas da Revolução Bolivariana já estão muito enraizadas na sociedade Venezuelana, elas são o resultado concreto do comprometimento e da luta política desta mesma sociedade, que irá lutar até o fim para defende-las.

O ‘establishment’ neoliberal na Venezuela, tão ansioso por recuperar o controle sobre as riquezas naturais do país, decidiu apoiar o fascismo ‘hostil’. Há uma grande parcela da oposição Venezuelana que parece seguir obedientemente o conselho de Hitler em ‘Mein Kampf: “O emprego regular e constante da violência é essencial para o sucesso”. A grande imprensa internacional, sempre servil ao poder estabelecido, aplaude esta decisão.

A dinâmica fascismo ‘amistoso / hostil’ pode ser resumida desta maneira: quanto maior a participação popular no Governo de um país, quanto mais forte e sólida sua democracia e sua determinação em utilizar seus recursos para o seu próprio desenvolvimento; então maior será a necessidade do uso do fascismo ‘hostil’ para combater estas tendências. No mundo Orwelliano em que vivemos, sob a ‘servidão corporativa’, atacar a democracia é chamado ‘defender a democracia’. A grande imprensa aplaude.

Franklin Frederick

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para dicasdepautaggn@gmail.com. O artigo será publicado se atender aos critérios do Jornal GGN.

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Além de absurda, trama de Eduardo Bolsonaro pode configurar crimes de coação e traição à pátria. Reportagem de Camila Bezerra

 

"Apesar da chantagem de Trump em relação à responsabilização de Jair Bolsonaro, cabe apenas ao STF o julgamento sobre a tentativa de golpe tramada pelo ex-presidente"

Do Jornal GGN:

Reprodução

O programa TVGGN 20H da última sexta-feira (12) contou com a participação do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Marcelo Semer, para comentar os efeitos jurídicos da tentativa de intervenção do Judiciário brasileiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e também da possível responsabilização do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) pela trama.

O desembargador iniciou a entrevista afirmando que esta tentativa de intervenção foi absurda e imperialista, que apesar de outras formas explicitas de dominar países (na cultura, comércio, guerra ou no digital), agora chegou ao Judiciário.

“Não imaginávamos que podia ter uma questão tão explícita como essa de dizer não sei se estão fazendo errado, soltam o Bolsonaro e deixam ele livre e coisa e tal. É muito difícil você ,mensurar isso porque apesar de ser o Trump, a gente não esperava que chegasse nesse ponto de uma coisa tão grotesca, tão explícita”, pontua Semer.

O desembargador pontuou ainda que, obviamente, a compra da briga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado pela tentativa de golpe de Estado e outros crimes, tem interesses geopolíticos e que prefere que o Trump ameace o país a iniciar um novo conflito armado.

“Mas o que é mais inimaginável é que ele tem uma sorte de apoiadores aqui no Brasil que batiam palma, que pediam isso e que batem palma depois mesmo sabendo que a gente pode perder, sei lá, 100 mil empregos, pouco importa. Pouco importa, as pessoas não estão se importando com o país, mas estão se importando com o Bolsonaro, com a liberdade do Bolsonaro, enfim. Com a sobrevivência do projeto político da extrema direita, eu até acho isso muito grave”, continua o convidado.

De acordo com um ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o que a família Bolsonaro fez ao enviar Eduardo aos Estados Unidos para intermediar sanções ao país devido às investigações contra o pai, Jair, pode ser qualificado como traição à pátria.

Consequentemente, o desembargador não tem sugestões de como o governo deveria reagir, tendo em vista que o fim das investigações e, consequentemente, a responsabilização de Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe não está em discussão. Nem mesmo o governo federal teria poder para interferir na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Mas veja, nós temos hoje o governador do Estado de São Paulo sugerindo aos ministros do Supremo, não sei como, se por telefone, por conversa, não deu para saber porque essa foi uma informação que veio assim de bastidor, sugerindo que liberasse o Bolsonaro para a ilha dos Estados Unidos”, revelou Semer. “Eu confesso que ainda não caiu a ficha para mim porque o que o Trump fez, ele praticamente ofereceu um asilo ao Bolsonaro. Agora vem outro e fala assim: ‘Vamos levar o Bolsonaro lá ver o que acontece?'”, emendou.

O anúncio do aumento das tarifas sobre produtos brasileiros importados aos Estados Unidos em até 50% evidenciou que o clã Bolsonaro só está preocupado com a salvação do patriarca.

“O que me deixou muito atônito é que o Eduardo Bolsonaro, que é o filho e deputado federal, abriu mão praticamente do seu cargo, foi lá aos Estados Unidos e fala, há meses que ele fala que está plantando exatamente isso. Eu não sei se ele é muito bom articulador ou o Trump quis aproveitar essa oportunidade, pouco importa. Ele está lá financiado pelo pai, pai já falou que mandou R$ 2 milhões para que ele pudesse se manter, etc. E basicamente o que eles estão fazendo tentar boicotar o processo por fora. A gente chama de coação no curso do processo”, explica Semer.

Para o desembargador, Eduardo pode ter cometido os crimes de coação, crime contra a democracia e contra a pátria, além de obstrução de Justiça.

Confira a entrevista na íntegra:

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sábado, 12 de julho de 2025

TRAIDORES DA PÁTRIA, BOLSA DE CRIANÇA RICA, LUTA DE CLASSES E OS PIORES VÍDEOS DA SEMANA|Galãs Feios

 

Do Canal Galãs Feios:

O que as críticas à bolsa da filha de Roberto Justus, a taxação dos super ricos e as sanções de Trump sobre exportações têm a ver? Absolutamente tudo. Apesar de parecerem temas desconexos, acreditem: eles têm mais proximidade do que há entre bolsonaristas e uma unidade do Capes. Todos esses assuntos que dominaram o noticiário na semana que passou são frutos da luta de classes. Esse foi o pano de fundo de mais uma sequência de dias insanos no Brasil. Veja os melhores momentos com Helder e Bezzi nos Piores Vídeos da Semana!



GGN - Lula manda recado para Trump e Bolsonaro: “Não vamos abaixar a cabeça”

 

Presidente garantiu buscar alternativas, mas se não tiver êxito em negociar a tarifa de 50% sobre produtos importados brasileiros, vai adotar a reciprocidade


Do Jornal GGN:

                                        Crédito: Ricardo Stuckert/ PR


Lula manda recado para Trump e Bolsonaro: “Não vamos abaixar a cabeça



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do evento do anúncio do programa Novo Acordo do Rio Doce, para famílias do Espírito Santo afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, nesta sexta-feira (11), ocasião em que aproveitou para mandar um recado preciso ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: “Não vamos abaixar a cabeça”.

Lula lembrou que assumiu o Brasil quebrado em 2023, após a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e, para ter dinheiro para governar o país e pagar as dívidas da gestão anterior, teve de fazer a PEC da Transição.

“Aquela coisa covarde [Bolsonaro], que preparou um golpe nesse país, não teve coragem de fazer, está sendo processado, vai ser julgado e ele mandou o filho dele para os EUA pedir para o Trump fazer ameaça. ‘Ah, se não liberarem o Bolsonaro, eu vou taxar vocês'”, começou Lula.

O presidente, então, referenciou a finada mãe, Dona Lindu, que o ensinou a não abaixar a cabeça, mesmo quando abandonada com a responsabilidade de criar oito filhos sozinha. “Eu respeito todo mundo. Eu respeito o padrão e respeito o empregado. Eu respeito o banqueiro e respeito o bancário. Eu respeito o comerciante e respeito o comerciário. Eu respeito o vereador e respeito o presidente da República. Eu sou o cara que mais disputou eleição para presidente desse país. Pega o histórico para saber se um dia eu ofendi um adversário?”

Lula lembrou ainda que respeitou e foi respeitado por todos os presidentes de outros países com quem conviveu ao longo dos três mandatos, mesmo que pessoalmente os desaprovasse, uma vez que foram os representantes escolhidos por seus respectivos povos.

“Quero dizer, com todo respeito ao presidente Trump: o senhor está mal informado. Muito mal informado. Os EUA não têm déficit comercial com o Brasil. É o Brasil que tem déficit comercial com os EUA. Só para vocês terem ideia: em 15 anos, entre comércio e serviço, nós temos um déficit de US$ 410 bilhões com os EUA”, continuou o presidente. “Eu que deveria taxar ele.”

“Agora, qual é a razão que ele aponta a taxação? Primeiro, com base em uma mentira, que os EUA não são deficitários com o Brasil. Segundo, qual é a lógica dele? ‘Ah, não processe o Bolsonaro, pare com isso imediatamente’, porque a coisa mandou o filho, que era deputado se afastar da Câmara para ficar pedindo: ‘Ô, Trump, pelo amor de Deus, Trump, salva meu pai, não deixa meu pai ser preso'”, debochou o presidente.

Para o chefe de Estado brasileiro, o clã Bolsonaro precisa criar vergonha na cara, além de ter caráter. “Bolsonaro deveria enfrentar o processo dele de cabeça erguida e provar que foi inocente, porque quem está denunciando ele não é o governo do Espírito Santo, quem está denunciando ele são os generais e o ajudante de ordens dele que era coronel do exército.”

Foi então que a tese de não abaixar a cabeça passou a servir também para o seu antecessor. “Quem é inocente, não abaixa a cabeça, enfrenta as consequências.”

Consequências

O presidente afirmou ainda que a tentativa de intervenção de Donald Trump seria, ainda, uma estratégia criada em benefício próprio.

“Se o Trump fosse brasileiro, e aqui tivesse um Capitólio e ele fizesse aqui o que ele fez nos EUA, ele também ia ser preso. Porque o Poder Judiciário é autônomo. Não tem como eu interferir na Suprema Corte”, continuou.

Tendo em vista tais fatos, Lula rechaçou a imposição dos Estados Unidos. “Ele [Bolsonaro] vai ser julgado com base nos autos. Se ele for inocente, ele vai será absolvido, como eu fui. Se ele for culpado, ele vai pra cadeia como todo mundo tem de ir.”

Próximos passos

Já no encerramento do discurso, o presidente garantiu que não vai permitir brincadeiras com o Brasil e que respeita o povo americano e os acordos políticos e comerciais já firmados.

Mas sobre a tarifação de 50% sobre produtos importador, Lula garantiu brigar me todas as esferas para evitá-la. “Vou brigar na OMS [Organização Mundial de Comércio], vou conversar com meus companheiros dos Brics. Agora, se não tiver jeito, no papo, no tête-à-tête, nós vamos estabelecer a reciprocidade. Taxou aqui, a gente taxa lá.”

Lula adiantou ainda que deve anunciar um programa de financiamento de motos elétricas para jovens entregadores e também i debate sobre o fim da jornada 6×1 com trabalhadores e sindicalistas.

“Tenham certeza de uma coisa: este país não abaixará a cabeça para ninguém. Ninguém porá medo nesse país com discurso e com bravata. ninguém. e acho que nesse aspecto, nós vamos ter o apoio do povo brasileiro, que não aceita nenhuma provocação'”, concluiu.

LEIA TAMBÉM:

Lula no Jornal Nacional e a defesa do Brasil e contra os sabujos bolsonaristas que apoiam Trump contra a própria nação

 

Do G1:



quinta-feira, 10 de julho de 2025

💰🔥 BOLSONAROS: PATRIOTISMO DE FACHADA, INTERESSE PRÓPRIO DE VERDADE, O CLÃ ACIMA DE TODOS

 

Do Canal Acorda Brasil:

Enquanto o agro grita e os estados bolsonaristas sangram 💸, Eduardo Bolsonaro celebra a tarifa de 50% imposta pelos ESTADOS UNIDOS como se fosse vitória 🎉. Mas será mesmo? 🤔 👉 Neste vídeo, desmascaramos a hipocrisia da direita nacionalista de fachada 🇧🇷🇺🇸: o filho do mito agiu diretamente nos bastidores de Washington para garantir uma medida que prejudica o próprio Brasil – e tudo isso em nome de salvar o pai da cadeia 🧑⚖️. 📉 São Paulo, Minas, Rio e Santa Catarina – todos governados por aliados de Bolsonaro – agora enfrentam perdas bilionárias com a medida apoiada por Eduardo. E o mais irônico? O agronegócio e a indústria, que sustentaram o bolsonarismo, estão entre os maiores prejudicados 🚜🏭 👁🗨 Acompanhe a análise completa, com fontes, dados econômicos e reações de governistas e até de bolsonaristas envergonhados.



Reinaldo Azevedo: Bolsonaro como o Bozo de Trump; reação absurda de Tarcísio e loucura traidora de Eduardo Bolsonaro

 

Da Rádio BandNews FM




Tarcísio - o falso " bolsonarista moderado" e favorito das elites e da Globo - celebrou vitória de Trump e agora teme perder apoiadores com aumento de tarifa

 

 

Do ICL Notícias:

São Paulo é o maior exportador brasileiro aos EUA, com mais de R$ 66 bilhões em vendas em 2024, e terá seis cidades entre as dez mais afetadas pela nova medida americana

POLÍTICA

Tarcísio celebrou vitória de Trump e agora teme perder apoiadores com aumento de tarifa



Por Cleber Lourenço

O governo de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas, foi um dos primeiros a comemorar publicamente a vitória de Donald Trump nas eleições americanas de 2024. Em notas e discursos, Tarcísio afirmou que a volta do republicano à Casa Branca representaria uma oportunidade para fortalecer as relações comerciais com os Estados Unidos e beneficiar a economia paulista. Poucos meses depois, o mesmo estado que saudou Trump agora se vê como o mais prejudicado pela tarifa geral de 50% anunciada pelo republicano sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto.

São Paulo é, de longe, o principal exportador brasileiro para os EUA. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e do Monitor do Comércio Brasil-EUA 2024 mostram que o estado foi responsável por 33,6% das exportações brasileiras aos americanos no ano passado, totalizando mais de US$ 13,5 bilhões, equivalentes a cerca de R$ 66 bilhões. Os três principais produtos exportados por São Paulo — aeronaves, equipamentos de engenharia civil e sucos — sozinhos movimentaram bilhões de dólares. Essa dependência do mercado americano explica por que os setores industriais e logísticos paulistas serão duramente impactados pela nova tarifa.

Entre os dez municípios brasileiros que mais exportaram para os EUA em 2024, seis são paulistas: São José dos Campos (US$ 1,9 bi), Piracicaba (US$ 1,3 bi), Santos (US$ 776 mi), Ilhabela (US$ 623 mi), Guarulhos (US$ 609 mi) e Gavião Peixoto (US$ 594 mi). Essas cidades concentram polos industriais aeronáuticos, automotivos, de alimentos e logística. Em São José dos Campos e Gavião Peixoto, por exemplo, está a produção de aeronaves que totalizou sozinha US$ 2,38 bilhões em exportações nacionais para os EUA. O aço, segundo maior item da pauta brasileira (US$ 2,8 bilhões), também tem forte presença em fábricas paulistas, e sucos de frutas movimentaram mais de US$ 1,1 bilhão, boa parte proveniente do interior do estado.

Exportações de São Paulo para os EUA

Os dados oficiais revelam ainda que São Paulo responde por 31,8% de todas as exportações brasileiras para os EUA que saem pelo Porto de Santos, além de 4,2% que partem pelo Aeroporto de Guarulhos — ambos sob influência direta da economia paulista. Essa estrutura logística robusta, que em tempos normais é uma vantagem competitiva para o estado, também amplifica o efeito negativo de barreiras comerciais como a anunciada por Trump.

Na carta enviada a Lula para comunicar a nova tarifa, Trump citou Jair Bolsonaro e classificou o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal como “vergonha internacional”. Também acusou o Brasil, sem apresentar provas, de atacar eleições livres e censurar empresas americanas. Em tom ameaçador, Trump declarou que qualquer retaliação do Brasil levará a novas punições tarifárias sobre os produtos brasileiros. O republicano alegou que o comércio bilateral é injusto para os EUA — embora números do MDIC mostrem que o Brasil acumula déficits comerciais com os americanos desde 2009, somando mais de US$ 90 bilhões.

trump São Paulo Tarcísio

Trump citou Jair Bolsonaro e classificou o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal como “vergonha internacional.

Em resposta, Lula reafirmou que o país reagirá com base na Lei de Reciprocidade Econômica e defendeu a soberania brasileira: “O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. O presidente também reafirmou o compromisso do Brasil com o multilateralismo e a defesa do Brics, que também foi alvo de críticas de Trump.

Analistas destacam que a medida tem forte viés político e serve aos interesses eleitorais e diplomáticos do republicano, aumentando seu poder de barganha internacional. Para São Paulo, porém, o impacto econômico será imediato: cadeias produtivas sofisticadas e de alto valor agregado correm risco de perder competitividade, com efeitos sobre exportações, empregos, arrecadação estadual e a saúde de setores industriais estratégicos.

Governo Tarcísio

A postura do governo Tarcísio à época da eleição americana contrasta agora com a realidade imposta pela política protecionista de Trump. O governador apostou politicamente em um aliado ideológico, mas os números evidenciam que os setores mais dinâmicos da economia paulista — responsáveis por bilhões em exportações e dezenas de milhares de empregos — são justamente os que sofrerão as consequências diretas da medida. A celebração da vitória de Trump, vista como estratégia para aproximar São Paulo do novo governo americano, hoje expõe o estado a perdas concretas, reforçando a necessidade de estratégias comerciais menos dependentes de alinhamentos políticos momentâneos.

Reinaldo Azevedo: Trump trata Brasil como colônia e põe Bolsonaro como aliado de tarifas de 50%

 

Sobre o nazismo do Império americano decadente de Donald Trump contra o Brasil com ajuda de Eduardo Bolsonaro e do neto do ditador Figueiredo:

Da Radio BandNews FM:




Tarifa de Trump ao Brasil é ‘megalomaníaca e maligna’, diz o Nobel de Economia Paul Krugman

 

O economista americano Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia, criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre as exportações brasileiras. Paul classifica a ação do presidente republicano como “maligna e megalomaníaca”, em texto publicado na noite desta quarta-feira (9).

Do ICL Notícias:




O economista americano Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia, criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre as exportações brasileiras. Paul classifica a ação do presidente republicano como “maligna e megalomaníaca”, em texto publicado na noite desta quarta-feira (9).

“Por que digo que é megalomaníaco? O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. Veja para onde vão suas exportações: as exportações para os EUA representam menos de 2% do PIB brasileiro. Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação enorme — que nem sequer depende muito do mercado americano — a abandonar a democracia?”, escreveu o economista.

Krugman também defende que a ação seria “motivo suficiente” para o impeachment de Trump. “Estamos vendo mais um passo terrível na espiral de decadência do nosso país”. Segundo o economista, Trump usa o tarifaço no Brasil para “fins políticos”. “Repare que Trump mal finge ter uma justificativa econômica para essa ação. Tudo isso tem a ver com punir o Brasil por colocar Jair Bolsonaro em julgamento”.

“Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos”. “Agora, Trump está tentando usar tarifas para ajudar outro aspirante a ditador”, diz.

Tarifa de Trump

Nesta quarta (9), Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para notificar a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Ao justificar a elevação da tarifa sobre o Brasil, Trump cita Jair Bolsonaro e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).

trump, Ameaça

Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em resposta, o presidente Lula afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras anunciada por Donald Trump será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.