O texto a seguir, de Paulo Moreira Leite, foi extraído do Plantão Brasil:
Enquanto "a postura do PSDB refletiu o conservadorismo de matriz norte-americana", pregando "um tratamento agressivo do governo de Raúl Castro", propondo "o isolamento forçado do regime", o governo Lula-Dilma adotou uma "postura em linha de continuidade com a escola diplomática civilizada, que prega o respeito à soberania dos povos como o princípio básico para a convivência pacífica entre países"; a análise é do jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; segundo ele, o reatamento anunciado ontem entre Estados Unidos e Cuba "tem uma utilidade suplementar no Brasil: coloca em seu devido lugar o anti-comunismo primitivo que fez uma grande aparição na última campanha presidencial"
Após o anúncio do reatamento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, na tarde desta quarta-feira 17, o jornalista Paulo Moreira Leite escreve uma coluna em seu blog na qual analisa as posturas dos governos do PSDB, de Fernando Henrique Cardoso – e também da campanha de Aécio Neves – e da gestão Lula-Dilma em relação ao assunto. "Vê-se agora quem estava com a razão", constata.
Apesar de seu caráter essencialmente risível, que a colocou de braço dado com os exilados de Miami, a postura do PSDB refletiu o conservadorismo de matriz norte-americana que tornou-se fonte recente de inspiração de largas fatias do partido. (...) Prega um tratamento agressivo do governo de Raúl Castro, fecha portas a toda negociação produtiva e propõe o isolamento forçado do regime, inclusive pela manutenção de um embargo odioso, na perspectiva de uma restauração da economia de mercado capaz de eliminar vestígios e conquistas da revolução.
Numa postura em linha de continuidade com a escola diplomática civilizada, que prega o respeito à soberania dos povos como o princípio básico para a convivência pacífica entre países, o governo Lula-Dilma fez a aposta inversa. Cansou de tomar porrada de sábios que dão plantão na TV. Vê-se agora quem estava com a razão — num debate que tem raízes em nosso passado político, também.
O colunista diz ainda que o reatamento entre os países governados pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro "tem uma utilidade suplementar no Brasil: coloca em seu devido lugar o anti-comunismo primitivo que fez uma grande aparição na última campanha presidencial".
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