Do Opera Mundi
O eurodeputado espanhol Javier Couso, membro da coalizão Esquerda Unida e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu, enviou nesta segunda-feira (02/05) uma carta à chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pedindo que o bloco se posicione oficialmente sobre o processo de impeachment da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
“Quero saber qual é a postura da União Europeia em tudo isso [situação política no Brasil]”, disse Couso na carta. “A UE precisa ter um posicionamento claro diante do que está ocorrendo, porque está pondo em risco a democracia brasileira”.
EFE
Em carta, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu pediu posicionamento da UE sobre impeachment
Em carta, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu pediu posicionamento da UE sobre impeachment
Couso se refere ao impeachment como “golpe brando” e pergunta se a UE está acompanhando a crise política brasileira, que “desestabiliza a sexta economia do mundo”. O eurodeputado disse ainda que o processo contra a presidente Dilma está interrompendo “a normalidade institucional” do país e a oposição tem a única intenção de “ganhar por trapaça o que não conseguiu ganhar nas urnas”.
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Segundo Couso, os parlamentares brasileiros que são favoráveis ao impeachment “contam com o apoio do setor empresarial, financeiro e midiático” e “tentam tirar do poder um governo eleito democraticamente pelo povo brasileiro, com mais de 54 milhões de votos”.
“Boa parte desses deputados que votaram para derrubar Dilma estão sendo investigados por corrupção. É um escândalo”, disse o eurodeputado.
Em 20 de abril, três dias após a Câmara dos Deputados votar a favor da admissibilidade do processo de impeachment, a deputada portuguesa Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, fez um pronunciamento na Assembleia da República no qual chamou a votação na Câmara de “degradante espetáculo” e mencionou que o nome do vice-presidente Michel Temer foi citado em investigações da Operação Lava Jato. “Para encobrir o nepotismo e proteger os seus próprios interesses os golpistas não se limitaram a opor-se ao governo, atiraram à Constituição e, com ela, à democracia”, disse Mortágua.
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