sábado, 5 de julho de 2014

Mídia Golpista exige que a seleção brasileira perca



O Datafolha e o vexame da imprensa

Pesquisa expõe o vexame da imprensa vira-latas
Por Ricardo Amaral
Não vejo base estatística em análises do tipo E a Copa ajuda Dilma... ou Com Copa do Mundo humor do pais melhora e Dilma cresce (Folha).  Os candidatos permanecem na mesma faixa de intenções de voto desde abril, como aponta o Zé Roberto Toledo no  Estadão. Diante desse Datafolha, a imprensa hegemônica deveria olhar para o espelho, não para as eleições.
A ampla aprovação da Copa e o orgulho de sediá-la no Brasil melhoram  o humor geral do país, o que pode, sim, favorecer a campanha da presidenta Dilma, mas ainda não se trata de ativo realizado. Pela primeira vez em muito tempo melhoram as expectativas sobre inflação, emprego e desempenho da economia, mas é uma melhora tímida, se comparada aos novos indicadores sobre Copa.
O que o Datafolha traz de novo é a derrota espetacular da imprensa vira-lata diante dos fatos.

C:\Users\Ricardo\Desktop\POLITICOS\laerte cavaleiros.jpgLaerte (FSP)
É isso que os jornais e a TV tentam esconder desesperadamente. Primeiro, tentaram atribuir as previsões catastróficas à imprensa estrangeira. Falso: a mídia estrangeira comeu na mão imprensa hegemônica local, como acontece em qualquer cobertura global, seja de esportes, guerras ou eleições.
O passo seguinte é tentar botar a culpa no povo. Ontem, no Jornal Nacional, havia uma matéria sobre “o aumento do otimismo” durante a Copa. Dizia que o verde-amarelo quase não se via no início da Copa e foi tomando conta do visual ao longo da competição. “A gente não estava acreditando”, confessa uma ingênua entrevistada.
Quem jamais acreditou e torceu contra a Copa foi a imprensa vira-latas. E a sociedade brasileira foi conduzida à descrença, ao mau-humor e à crítica sem fundamento, reproduzindo os bordões e os dados falsos que via na TV e lia nos jornais (aqui vai um pequeno pacote de catástrofes que não se realizaram).
Bastaram três dias de Copa, com os estádios, os aeroportos, o transporte, a segurança e o turismo funcionando, para desmanchar a realidade virtual do “imagina na Copa”. Os fatos falaram mais alto.
Raramente se vê um choque de realidade como esse. Raramente a imprensa hegemônica de um país se vê confrontada tão cruamente com um erro monumental, de sua exclusiva responsabilidade.  É desse erro gigantesco, impossível de esconder, que ela tem de prestar contas ao seu público: o Brasil não passou vergonha.
A mídia internacional percebeu o engano e rapidamente se corrigiu. Transmite ao mundo umaimagem realista do país (com exceção dos espanhóis e de uma parte dos ingleses – que passaram a amaldiçoar o Brasil pelo fiasco de suas seleções. Mas essa dor passa com o tempo).
Nossa pobre imprensa vira-latas não tem estatura para fazer autocrítica, porque nunca teve vergonha manipular a notícia. Vai continuar torturando os fatos, como fez no julgamento do mensalão e faz cotidianamente na cobertura política e econômica – a ponto de perder a razão (e muitas vezes ela a tem) por absoluta carência de credibilidade.
É cedo para afirmar qual será o efeito da Copa do Mundo sobre as eleições. Está claro, porém, que a imprensa vira-latas sofreu sua mais fragorosa derrota, desde que minha saudosa avó me ensinou a ler jornais, na altura Copa do Chile, 1962.
O tempo dirá qual foi o tamanho do estrago da operação- não-vai-ter-copa sobre o poder da mídia hegemônica no Brasil. Será proporcional à incapacidade de autocrítica dos seus proprietários e “formuladores”. Seguramente, a democracia vai sair ganhando.


Segue, agora, artigo de Miguel do Rosário sobre o mesmo tema:

Comentarista do R7 tripudia do sofrimento de Neymar

5 de julho de 2014 | 16:08 Autor: Miguel do Rosário




O Paulo Moreira Leite argumentou, em sua última postagem, que o principal escândalo referente à agressão sofrida por Neymar é a falta de indignação da imprensa brasileira.

Quando o uruguaio mordeu um jogador, o mundo caiu. A pressão inaudita fez com que a Fifa se sentisse obrigada a dar uma punição extremamente severa contra o agressor.

E agora, que o colombiano quase quebra a coluna dorsal do maior ídolo do futebol brasileiro, não há nenhuma indignação! Nenhum protesto!

Segundo Paulo, o espírito antibrasil continua vivo, apesar de um pouco intimidado pela alegria esfuziante das ruas.

Apesar de concordar, não achei que Paulo apresentou provas suficientes para embasar sua opinião.

Até que me deparei, há pouco, com um tweet de um dos principais colunistas políticos da Folha, Fernando Rodrigues, elogiando um artigo de um tal de Andre Forastieri, do R7, que tripudia do sofrimento de Neymar (e de todo o povo brasileiro) e profere uma quantidade inacreditável de viralatices de mau gosto.

Acho ótimo que Forastieri dê a sua opinião, porque isso nos permite avaliar o grau de devastação que o viralatismo midiático causou em nosso país.

Mas estou chocado. Agora sim eu fiquei assustado.  E lembrei do que disse Paulo, em seu post: com essa falta de indignação, qual o recado que pretendemos passar para a Fifa e para a arbitragem dos próximos jogos?
Que o Brasil é um país tão vagabundo que não tem importância que nossos jogadores sejam trucidados em campo?
Reproduzo alguns trechos para vocês terem uma ideia do que eu estou falando.
*
Vamos chorar o machucado de Neymar, mais um santinho à brasileira? Nada feito. (…)
Esta comoção com o machucado de Neymar é patética. (…)

Dá um certo prazer sádico que o Brasil vá encarar o restante dessa Copa sem Neymar. Ele foi ungido a cara do nosso futebol, o garoto propaganda da brasilidade. É um símbolo da nossa dependência de jeitinho, ginga e emoção. Pensar para quê? 

Perder a Copa já na próxima partida talvez fosse um bom basta nesta cultura de planejar e gerir mal, de corrupção e ignorância, de vitória a qualquer custo, na porrada e no “jeitinho”. Será um Brasil melhor quando não dependermos de jogadas milagrosas, padrinhos, geninhos. Quando o país não pensar em termos de goleada, eu só ganho muito se você perder bastante. Menos charmoso, menos “mágico”, talvez, mas melhor.

Merecemos ganhar da Colômbia? Ganhamos, a qualquer preço. Merecemos ficar sem Neymar, e aliás Neymar merece estar fora da Copa? Claro.
*
Tenho que concordar com Paulo. Setores importantes da grande imprensa comemoraram, embora em silêncio, a brutalização de Neymar. Sentiram um prazer mórbido com a dor inflingida a todo o povo brasileiro.

Sei que é meio clichê e enfadonho usar o termo Casa Grande, mas é nele que eu penso ao me deparar com um sadismo tão descarado, um desejo tão vil, de ver o povo sofrer, de pagar pelo atrevimento imperdoável de ser feliz.




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