segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A parcialidade da Globo como perfeita aula de antijornalismo e ilustração dos interesses dos magntadas da mídia


Extraído do Luis Nassif Online:



As “erratas” da Globo contra Dilma: uma aula de antijornalismo





Texto de Michel Arbache - do Portal Luís Nassif


Todo o mundo jornalístico já conhece o velho vício do jornalismo de opinião: não deixar ao espectador a chance de pensar; de tecer o próprio juízo sobre determinado assunto. Pois o que deve prevalecer, sempre, é a opinião do dono da mídia. Se, por exemplo, o dono da mídia é a favor da redução da maioridade penal, o telejornal não dará margem ao contraditório. É do jogo – ainda que isto seja perigoso à democracia, já que os donos da mídia costumam comungar as mesmas idéias. E quando isto acontece, é óbvio que a opinião pública refletirá a opinião de meia-dúzia de oligarcas que mandam no país. A despeito de todo esse jogo, o que o ‘Bom Dia Brasil’ (1), da Globo, fez hoje (22/09/2014) com a entrevistada, Dilma Rousseff, foi de uma baixeza comparável com a manipulação do debate em 1989 (2).

Acontece que, em meio à entrevista (que, importante salientar, foi pré-gravada) com a candidata à reeleição, Dilma Rousseff, a entrevistadora Miriam Leitão divergiu de alguns números – como a taxa de crescimento na Alemanha e o índice de desemprego entre jovens no Brasil – ocorrendo uma ligeira discussão. E logo após a entrevista pré-gravada, já ao vivo, a jornalista Ana Paula Araújo fez as “erratas”para deixar claro que Miriam Leitão estava certa e Dilma Rousseff errada nos dois pontos. Se o apuro da emissora com a correção dos números fosse levado à risca todos os dias e em todos seus programas, a blogosfera não precisaria fazer, quase que diariamente, as “erratas” para corrigir os erros da Globo em seus noticiários – e que a emissora jamais se preocupou em corrigir. Ou seja: a Globo é parcial até na arte da truculência.

Talvez a deselegância (ou truculência, como queira) da Globo com Dilma Rousseff sirva de alerta para que a assessoria da presidenta reflita se realmente vale a pena se sujeitar às entrevistas na empresa que faz explícita oposição a ela e seu partido. Pois é pura arapuca. Um dos funcionários da Rede Globo, Jô Soares, por exemplo, cansa de dizer que “já cansei de convidar pessoas do PT ou do governo federal para entrevistas, mas eles negam”. Só não diz por que eles negam. Ora, pegue-se o exemplo da entrevista com o então ministro da saúde Alexandre Padilha ao Programa do Jô (3). Após a entrevista, Jô Soares ficou uma semana lendo mensagens (4) de corporações médicas – contrárias ao programa Mais Médicos - que “desmentiam” dados do ministro – até que, enfim, fosse convidado o presidente do Conselho Federal de Medicina para “anular” a entrevista do ministro (5). Outro exemplo mais recente que bem ilustra o que significa se submeter a uma entrevista na Globo foi o pedido “delicado” de Ricardo Noblat a ninguém menos do que a presidenta da República: “fale um pouquinho menos” (6). Por muito menos, Barack Obama, presidente dos EUA, passou a tratar parte da mídia (como a Fox News) no seu país como oposição (7).

Fontes:

1- Entrevista de Dilma ao Bom Dia Brasil:

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/09/bom-dia-brasil-e...



2- Boni confessa que Globo manipulou o debate de 1989 para favorecer Collor contra Lula:

https://www.youtube.com/watch?v=VrpurEkmJkU



3- Jô Soares entrevista Padilha:

http://globotv.globo.com/rede-globo/programa-do-jo/v/jo-soares-apre...



4- Jô Soares, uma semana lendo mensagens atacando a entrevista de Padilha:

https://www.youtube.com/watch?v=IF6o1d2-Tq4



5- Jô Soares faz entrevista para desdizer a entrevista de Padilha:

http://globotv.globo.com/rede-globo/programa-do-jo/v/roberto-luiz-d...



6- “Fale menos” – Noblat para Dilma –  a 0:47 do vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=o_DeoR3bZ-U



7- Obama trata parte da mídia como oposição:

http://blog.opovo.com.br/pliniobortolotti/obama-e-a-midia-os-mesmos...

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