Investigadores da PF avaliaram que a menção a minuta foi uma admissão
Do ICL:
Reportagem de Juliana Dal Piva
A Polícia Federal vai anexar no inquérito que investiga a tentativa de golpe de estado o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro na avenida paulista como prova de que “houve ações concretas para o golpe” e que ele “sabia e participou ativamente do movimento”.
A coluna conversou com investigadores que trabalham no caso que avaliaram que a menção a minuta feita por Bolsonaro, no discurso no domingo, foi uma admissão. “Ele admite que ela existe, o que é inegável”, afirmou um investigador.
Para a PF, a fala reforça um conjunto de evidências que demostra que “houve ações concretas para o golpe”. Além disso, os policiais avaliam que a menção demonstra que Bolsonaro “sabia e participou ativamente desse movimento. Ele claramente quis se justificar perante seus eleitores e minimizar a participação dele e o golpe em si”.
No discurso, na manifestação na avenida Paulista, o ex-presidente afirmou:
“O que é golpe? É tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. Isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil”, bradou Bolsonaro à multidão na Paulista, associando o documento a um “decreto de estado de defesa” que só poderia ser posto em prática se aprovado no Congresso. Golpe, usando a Constituição? Tenham a santa paciência. Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da defesa. Isso foi feito? […] Não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto de estado de sítio”, detalhou.
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