quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

"Bolsonaro é um golpista de corpo e alma", afirma até mesmo o ultradireitista jornal Estadão, em editorial

 

Segundo o jornal, o ato de 25 de fevereiro na Avenida Paulista "é um escárnio" e uma tentativa de intimidação

Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reprodução | Carlos Moura/SCO/STF)

247 O jornal Estado de S. Paulo avalia que o golpismo de Jair Bolsonaro já está demonstrado e que seu ato marcado para 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, é um escárnio. "Bolsonaro é um golpista de corpo e alma. O mau militar, que deixou o Exército em desonra em 1988, nunca fez as pazes com a redemocratização do País. Desde então, Bolsonaro apenas passou a se servir da política como mero instrumento para continuar fazendo o que fora impedido de fazer nos quartéis: insuflar a baderna, tratar adversários como inimigos e usar a truculência para impor uma agenda – além, é claro, de enriquecer a família", escreve o editorialista.

"Por isso, é um escárnio Jair Bolsonaro convocar um 'ato pacífico' na Avenida Paulista, previsto para o próximo dia 25, 'em defesa do nosso Estado Democrático de Direito' – o mesmo que ele desejava abolir e o mesmo que ele gostaria de ver negado a seus adversários, como deixou claro nas reiteradas vezes em que defendeu até o fuzilamento de quem se lhe opusesse", acrescenta.

"No momento mais grave de toda a sua trajetória pública, Bolsonaro recorre às massas, por assim dizer, como forma de intimidação das autoridades incumbidas de investigar e julgar sua responsabilidade pela tentativa de golpe de Estado. Sob essa lógica truculenta, quanto mais gente na Avenida Paulista, mais receosas ficariam as autoridades, em particular os ministros do STF, em punir Bolsonaro. Portanto, está-se diante de mais um ato de insubmissão do ex-presidente ao mesmo Estado Democrático de Direito – que tem no devido processo legal um de seus pilares mais sólidos – que ora ele diz querer defender", pontua ainda o editorialista.

Diante de tudo isso, que sempre se soube, o Estadão ainda não se desculpou pelo editorial "Uma escolha muito difícil", em que dizia ser difícil optar entre o golpista e o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.


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