sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

ICL: Militares fascistóides golpistas criminosos e da ativa redigiram texto para forçar Exército a aderir ao golpe, diz jornal Folha de São Paulo

 

A PF identificou os dois a partir da análise de recebido pelo tenente-coronel Mauro Cid

Do ICL:



Os nomes de dois militares foram identificados pela Polícia Federal como participantes da redação de uma carta de oficiais da ativa que tinha o objetivo de pressionar o comandante do Exército em 2022, general Marco Antônio Freire Gomes, para que ele colaborasse com os radicais que pediam golpe de Estado para a manutenção de Jair Bolsonaro no poder, mesmo depois de ele ter perdido a eleição para Lula.

A informação foi publicada pelos jornalistas Cézar Feitoza e José Marques, da Folha de São Paulo.

A PF identificou os dois militares a partir da análise de metadados do documento, recebido pelo tenente-coronel Mauro Cid na noite de 28 de novembro de 2022 —véspera da publicação do texto.

O autor foi identificado pela Polícia Federal como o coronel Giovani Pasini e Alexandre Bitencourt teria sido o último a modificar o documento. Segundo os policiais, trata-se do coronel Alexandre Castilho Bitencourt da Silva.

As informações estão no relatório da Polícia Federal que embasou os pedidos de prisão e buscas, em 8 de fevereiro, contra ex-ministros e militares suspeitos de tramarem o golpe de Estado.

Procurado pela Folha, Pasini não comentou sobre a autoria do manifesto. “Não quero falar sobre esse assunto”, disse antes de desligar o telefone.

Ele é oficial de artilharia formado na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), em 1997. Atuou como professor de colégios militares. Em 2022, ele pediu licença do Exército para se candidatar a deputado estadual do Rio Grande do Sul pelo partido Patriota. Não foi eleito e voltou à caserna. Foi para a reserva em fevereiro de 2023, após a divulgação da carta.

O outro militar, Alexandre Bitencourt, também é oficial formado em 1997, da arma de infantaria. Em fevereiro de 2023, ele chegou a ser condecorado com a medalha militar de ouro com passador de ouro — homenagem entregue aos oficiais que completam 30 anos de bons serviços prestados.

A reportagem não conseguiu contato com Bitencourt. Em nota à Folha, o Exército disse que não poderia se manifestar sobre o assunto porque o inquérito está em “segredo de Justiça”. “Cabe ressaltar que as informações acerca do tema serão prestadas, quando solicitadas, às autoridades competentes”, completou.

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