domingo, 2 de fevereiro de 2014

FHC, o mensalão tucano e a certeza da impunidade


Extraído da Revista Fórum:

FHC justifica mensalão do PDSB: “Foi, eventualmente, desvio de recursos para campanha eleitoral”


Ex-presidente também ignorou provas e depoimentos que incriminam tucanos e afirmou que propinoduto é “manipulação política”
Por Redação

Fernando Henrique Cardoso reconheceu a existência do “Mensalão tucano”, porém, tentando amenizar a gravidade justificando que foi “caixa dois”. “Foi, eventualmente, desvio de recursos para campanha eleitoral e não compra sistemática de apoio para o governo no Congresso.”
Na entrevista, condedida ao blogue do jornalista Josias de Souza, na Folha de S. Paulo, FHC também falou sobre o escândalo de corrupção envolvendo políticos do PSDB e um cartel de empresas, lideradas pela Siemens, que se favorecia nos processos de licitação da CPTM e do Metrô.
Para o ex-presidente, as provas e os depoimentos que apontam os tucanos de alta plumagem, como o vereador Andrea Matarazzo, envolvidos com as empresas não são suficientes e foram ignoradas na entrevista. “Acho que tem que ser apurado. Se trata de surborno, parece óbvio, de funcionários. Qual é o elo disso com o governador ou com o partido? Eu não vi nem indício”, afirmou FHC, para quem o caso não passa de “manipulação política.”
Muito já se disse que “Lula elege até poste” nesse país. Justamente essa citação foi usada por FHC para ironizar o petista, ao final da entrevista. “Eu tenho receio de outra coisa. Que o Lula, de botar tanto poste sem luz, acabe escurecendo o Brasil. É preciso evitar isso”.


De acordo com o Falando Verdades, merece ser lido o artigo do colunista Ricardo Melo publicado hoje na Folha de S.Paulo com o título “Assim caminha a impunidade”. Ele aborda a diferença de tratamento entre os chamados “mensalão petista” e “mensalão tucano”.

“Vários pesos, várias medidas. Enquanto o chamado mensalão petista foi julgado com celeridade (considerado o padrão nacional) e na mesma, e única, instância suprema, o processo dos tucanos recebe tratamento bastante diferente. Doze anos (isso mesmo, doze!) separam a ocorrência do desvio de dinheiro para o caixa da campanha de Eduardo Azeredo (1998) da aceitação da denúncia (2010). Com o processo desmembrado em várias instâncias, os réus vêm sendo bafejados pelo turbilhão de recursos judiciais”, afirma.

Ricardo Melo também critica “o barulho” em torno do inexistente telefonema do ex-ministro José Dirceu dentro da Papuda. “Poucos condenam o abuso de manter encarcerado um preso com direito a regime semiaberto. Isso parece não interessar. Importa sim reabrir uma investigação sobre uso de celular, que aliás já havia sido arquivada. Resultado: com a nova decisão, por pelo menos mais um mês Dirceu perde o direito de trabalhar fora da Papuda.”

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