Ex-mandatário teria solicitado mudanças em minuta de decreto golpista visando a realização de novas eleições e a prisão do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes
247 (com informes de O Globo) - A Polícia Federal está aprofundando as investigações sobre as afirmações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, que aponta que Jair Bolsonaro (PL) teria atuado diretamente na discussão e alteração da minuta de um decreto golpista visando impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o jornal O Globo, em sua delação premiada à PF, Cid sustenta que “o ex-presidente pediu alteração em uma minuta de documento que determinava a prisão de autoridades e a realização de novas votações no país”.
Segundo Cid, Bolsonaro teria recebido uma minuta do decreto golpista do então assessor Filipe Martins, que delineava “supostas interferências do Poder Judiciário no Executivo" e propunha a adoção de medidas de exceção. “O esboço desse documento, de acordo com o militar, terminava com a determinação de realização de novas eleições e a prisão de autoridades, sem especificar quem executaria a ação. Após ler a minuta, de acordo com o relato de Cid, Bolsonaro pediu para alterar parte da estrutura do texto, mantendo a convocação de novas eleições e apenas a prisão de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As demais autoridades relacionadas no decreto foram excluídas”, destaca a reportagem.
O ex-ajudante de ordens alega que Bolsonaro solicitou alterações no texto, mantendo a convocação de novas eleições, mas restringindo a prisão apenas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
”O próprio Martins, segundo relato de Cid à PF, retornou dias depois com uma nova versão do texto com a alteração solicitada por Bolsonaro. Ainda de acordo com o ex-ajudante de ordens, o ex-presidente concordou com a mudança feita na minuta e mandou chamar os comandantes das Forças Armadas para discutir a medida antidemocrática", destaca o periódico.
O plano golpista, porém, não foi adiante devido à falta de apoio de alguns comandantes das Forças Armadas, conforme relatos do ex-ajudante de ordens. O então comandante da marinha, almirante de esquadra Almir Garnier, teria sido o único dos comandantes militares a demonstrar apoio à intentona golpista.
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