domingo, 1 de setembro de 2013

Fascistas golpistas, incluindo políticos, banqueiros e médicos, instigam uma manifestação monstro para o dia 7 de setembro


Carlos Antonio Fragoso Guimarães

  Perdendo uma eleição importante após outras, as elites que exploraram o Brasil por mais de quinhentos anos só aceitam a democracia quando esta está de acordo com seus interesses. Quando não, seguem para o golpe militar. E é exatamente isso - embora não explicitamente descrito - que os reacionários que não suportam um governo trabalhista querem instigar no dia sete de setembro: insuflar pela internet a movimentação dos que pensam como eles ou os que embarcam em qualquer onda ingenuamente para, como massa, atiçar os militares (não todos) que vêem em Dilma uma aberração (apesar de que, como o demonstra o casdo Trensalão tucano e o livro O Príncipe da Privataria, o PSDB ter roubado e vilipendiado o patrimônio nacional muitissimo mais que o PT). Também a grande mídas das poucas famílias que as controlam vão incentivando essa manifestação, em especial a muito suja Revista Veja, porta voz do empresariado e bancos nacionais e estrangeiros....

Como escreve Esmael Morais em seu blog

"o que mais preocupa as autoridades são as ações que poderão ser efetuadas pelos diferentes grupos que têm atuado com violência sobre símbolos do poder formal. Nas últimas semanas, as manifestações de massa refluíram para deixar a frente da cena, nas ruas, para grupos como os Black Blocs e o Fora do Eixo, de orientação para o quebra-quebra.
Entre os órgãos de segurança, encontram-se indícios de que simpatizantes de políticos conservadores como os deputados Jair Bolsonaro e o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), estariam misturados às turmas da radicalização. A soma de disposição para o enfrentamento com motivação política já fazem do feriado do Dia da Pátria uma data de extrema tensão."
Já Gílbert Martins Duarte observa que os mentores do protesto pretendem inflamas as forças mais odientas, pois:

Essa gente tem horror à democracia, tem o horror à liberdade de expressão, tem horror à pobre, tem horror à classe trabalhadora organizada e sindicalizada, tem horror à internet livre, não aceitam que trabalhadores possam votar e ser eleitos. Usam um discurso de que são contra o comunismo, contra o marxismo, contra o socialismo, dizendo que somos ditadores, para impor a ditadura direitosa deles, em favor da burguesia exploradora e opressora. É a defesa de uma ditadura para os ricos ficarem ainda mais ricos e os trabalhadores ficarem, a cada dia, mais escravizados e mais pobres.

Esses fascistas-golpistas fazem um discurso de que no Brasil todo político civil é corrupto; fazem o discurso de que temos de ter patriotismo, como se o Brasil não fosse dividido entre ricos e pobres, mas, sim, uma pátria harmônica; fazem o discurso de que a única bandeira a ser levantada deve ser a bandeira verde e amarelo e, inclusive, batem nas pessoas que carregam bandeiras vermelhas de esquerda nas passeatas; fazem o discurso de que o Brasil deve voltar a ser a ditadura militar de 1964; fazem o discurso de que o povo é incapaz de governar e de que o exército é a sumidade da moralidade e da justiça pública, tendo de ter “Intervenção Militar Já” para corrigir o Brasil. Cuidado! Cuidado! Cuidado! O país já passou por uma ditadura militar, em que milhares de trabalhadores e lutadores sociais foram torturados e assassinados pelos presidentes-chefes do exército, impostos na força e na bala, sem consultar o povo, sem eleição, sem democracia nenhuma. 

Esses fascistas-golpistas estão circulando e-mails nas redes sociais, e já recebemos alguns, pedindo que as pessoas, no dia 07 de Setembro, vão para as ruas com cartazes pedindo “Intervenção Militar Já!”. Fiquemos longe das provocações desses fascistas-golpistas! As lutas de junho não foram para pedir “intervenção militar no Brasil”, ao contrário, as lutas de junho foram para pedir mais dinheiro para a saúde, mais dinheiro para a educação, mais voz para o povo, mais transparência dos políticos, fim de verbas para a construção de grandes estádios em detrimento da qualidade dos serviços públicos, redução da tarifa dos transportes, etc.

Não precisamos de um exército para nos amordaçar; não precisamos de um exército para nos impor toque de recolher e impedir que saiamos às ruas para protestar; não precisamos de um exército para impedir nossa liberdade de expressão e nossa liberdade de crítica; não precisamos de um exército para policiar o que dizemos ou não dizemos na internet, aliás, muito provavelmente, proibiriam a internet livre e assassinariam quem publicasse textos criticando o governo militar; não precisamos de um exército para proibir todas as greves de trabalhadores, todos as lutas dos movimentos sociais, todas as manifestações de rua, todas as lutas da juventude, todas as lutas dos índios, todas as lutas dos sem-terra e sem-tetos, etc.(clique aqui para ler este texto na íntegra)
Para encerrar, em alto nível reflexivo, citemos o teólogo, filósofo e ecologista Leonardo Boff sobre as tramoias da direita:

É notório que a direita brasileira especialmente aquela articulação de forças que sempre ocupou o poder de Estado e o tratou como propriedade privada (patrimonialismo), apoiada pela mídia privada e familiar, estão se aproveitando das manifestações massivas nas ruas para manipular esta energia a seu favor. A estratégia e fazer sangrar mais e mais a Presidenta Dilma e desmoralizar o PT e assim criar uma atmosfera que lhes permite voltar ao lugar que por via democrática perderam.
Se por um lado não podemos nos privar de críticas ao governo do PT (e voltaremos ao tema), mas críticas construtivas, por outro, não podemos ingenuamente permitir que as transformações politico-sociais alcançadas nos últimos 10 anos sejam desmoralizadas e, se puderem, desmontadas por parte das elites conservadoras. Estas visam a ganhar o imaginário dos manifestantes para a sua causa que é inimiga de uma democracia participativa de cariz popular.
Seria grande irresponsabilidade e vergonhosa traição de nossa parte, entregar à velha e apodrecida classe política aquilo que por dezenas de anos temos construído, com tantas oposições: um novo sujeito histórico, o PT e partidos populares, com a inserção na sociedade de milhões de brasileiros. Esta classe se mostra agora feliz com a possibilidade de atuar sem máscara e mostrando suas intenções antes ocultas: finalmente, pensa, temos chance de voltar e de colocar esse povo todo que reclama reformas, no lugar que sempre lhe competiu historicamente: na periferia, na ignorância e no silenciamento. Aí não incomoda nem cria caos na ordem que por séculos construímos mas que, se bem olharmos, é ordem na desordem ético-social.
Esta pretensão se liga a algo anterior e que fez história. É sabido que com a vitória do capitalismo sobre o socialismo estatal do Leste europeu em 1989, o Presidente Reagan e a primeira ministra Tatscher inauguraram uma campanha mundial de desmoralização do Estado, tido como ineficiente e da política como empecilho aos negócios das grandes corporações globalizadas e à lógica da acumulação capitalista. Com isso visava-se a chegar ao Estado mínimo, debilitar a sociedade civil e abrir amplo espaço às privatizações e ao domínio do mercado, até conseguir a passagem de uma sociedade com mercado para uma sociedade de puro mercado no qual tudo, mas tudo mesmo, da religião ao sexo, vira mercadoria. E conseguiram. O Brasil sob a hegemonia do PSDB se alinhou ao que se achava o marco mais moderno e eficaz da política mundial. Protagonizou vasta privatização de bens públicos que foram maléficos ao interesse geral.
Que todos, pois, fiquemos alerta aos acontecimentos que se aproximam próximo sábado, sete de setembro.


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