A Marcha não é contra a corrupção
Só não é uma marcha contra a corrupção.

Pouquíssimos brasileiros são contra a corrupção.
Ser contra a corrupção é ser contra ela em qualquer partido, inclusive naquele que apoiamos.
O que temos hoje é uma grande maioria que detesta o PT e arruma o pretexto mais fácil num País de cultura política baixíssima (ah, e o PT tem culpa de ter melhorado a vida sem melhorar a cultura. A gratidão durou só o tempo em que a vida estava boa).
Desde a colônia, a grande acusação ao outro lado é uma só: corrupção. Independência e República não melhoraram o repertório mental dos brasileiros. E essa indigência mental é muito democrática. Os ricos e instruídos são tão carentes de educaçao política quanto as outras classes.
O que é o cerne da cultura política? É saber que um governo pode fazer escolhas péssimas, sem com isso ser corrupto. É saber que uma escolha ruim custa mais do que a corrupção. É saber que num País como o nosso acabar com a corrupção é necessário, melhorará os costumes, mas não bastará para salvar os cofres públicos. É sair da demagogia e entrar para a seriedade. É não acreditar em mágica na política. É prestar atenção nos políticos que mais denunciam a corrupção: o exemplo Collor deveria bastar para mostrar que essa é uma propaganda mentirosa.
Mas não, muita gente prefere a magia, a mentira. Educação política é sair da magia, da mentira, do maniqueísmo.
A marcha de hoje terá seus efeitos, sim, dependendo de seu tamanho, mas não ajudará em nada o País a vencer a corrupção. Basta lembrar o tuíte do jornalista que apelou para uma queda rápida de Dilma, a fim de evitar que a lava jato pegue mais e mais políticos... Ele disse tudo.
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