domingo, 9 de outubro de 2016

Bob Fernandes sobre Teori, os espetáculos e o "guarda" da esquina



Segue, para reflexão, mas uma excelente análise do comentarista político da TV Gazeta, Bob Fernandes:




Notícias desta quarta-feira, 5: Polícia Federal indicia Lula por contratos do sobrinho em Angola. Odebrecht citada como envolvida.
Polícia Federal vai investigar corrupção na compra de usinas termoelétricas no governo Fernando Henrique.
Em depoimento de tempos, que não foi além da internet, Cerveró, ex-diretor da Petrobras, disse:
-A Brasken, da Odebrecht, é um escândalo do governo Fernando Henrique, não foi o Lula que inventou, e não sei por que não investigam...
Notícia de Bela Megale, na Folha, sobre fato real: "Polícia Federal se opõe a novas delações premiadas na Lava Jato".
Querem mesmo igualdade real, e não ficção, na investigação da corrupção
multipartidária? Querem mesmo ir além de vazamentos de ocasião? É simples.
Deixem OAS e Odebrecht revelar, legalmente, o que sabem sobre suas relações com presidentes, governadores, prefeitos, legislativos...
O DNA disso, óbvio, já está nos computadores, planilhas e dados apreendidos junto às empreiteiras, há anos.
A propósito: o ministro Teori Zavascki atacou o mais recente espetáculo encenado. Aquele do procurador Dallagnol e demais à frente do PowerPoint.
Teori, registre-se, manteve em Curitiba os processos contra Lula.
Mas disse que, ao contrário do fartamente anunciado por procuradores, "não existe" investigação contra Lula por "liderar organização criminosa". Disse mais:
-Essa espetacularização não é compatível nem com o objeto da denúncia nem com a seriedade que se exige...
E dai? Dai nada. Porque o estrago já foi feito. Por duas horas ao vivo, e nas infindáveis reprises e manchetes Brasil e mundo afora. E aquilo na reta final das eleições.
Eleições num ambiente que cobrou a presença de 25 mil integrantes das Forças Armadas em mais de 400 cidades.
Num ano de rastros de ódio em que foram assassinados 98 candidatos, secretários ou militantes políticos.
Enquanto isso o Congresso analisa o decálogo anticorrupção proposto por Procuradores. Três das medidas chamam atenção.
Aceitar provas ilícitas, desde que "obtidas de boa fé"; aceitar "testes de integridade"; encolher espaços para uso do habeas corpus.
Há dias, ao manter arquivamento de processo disciplinar contra o juiz Moro, juízes defenderam: "Problemas inéditos exigem soluções inéditas".
Em dezembro de 1968 a ditadura decretou o AI-5, um conjunto de poderes excepcionais. Uma "solução inédita" para "problemas inéditos".
Cobrado sobre sua discordância com o AI-5, o vice-presidente Pedro Aleixo, um civil, valeu-se de metáfora ao alertar para os (d)efeitos inevitáveis:
-O problema é o guarda da esquina.

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