A campanha contra a ascensão econômica do Brasil à favor dos interesses do mercado financeiro e dos interesses internacionais é um risco permanente, que não pode ser subestimado segundo artigo de Lonardo Attuch
Praticamente todas as notícias econômicas do terceiro mandato do presidente Lula são positivas. Em 2023, as reservas internacionais cresceram quase 10% e chegaram a US$ 355 bilhões – o que garante estabilidade cambial. No mercado de trabalho, foram gerados 1,5 milhão de empregos formais. Grandes projetos de infraestrutura estão sendo retomados, como as obras nas rodovias do Paraná e o túnel Santos-Guarujá, em parcerias entre o governo federal e governadores que se elegeram pela direita, como Ratinho Júnior e Tarcísio de Freitas, num sinal de maturidade política. Aos poucos, o Brasil vai voltando ao normal e até mesmo porta-vozes do capital financeiro, como Luis Stuhlberger, reconhecem os méritos de Lula e do ministro Fernando Haddad.
É exatamente nesta hora que se faz necessário redobrar os cuidados. Em junho de 2013, quando a economia brasileira caminhava para o pleno emprego, alcançado no ano seguinte pela ex-presidente Dilma Rousseff, a guerra híbrida contra o Brasil eclodiu com as manifestações de rua estimuladas por grupos de extrema direita nas redes sociais, inocentes úteis e pela imprensa corporativa. Um ano depois, teria início a Lava Jato, incensada por essa mesma imprensa e por ONGs associadas ao imperialismo, como a Transparência Internacional, que voltou a mostrar suas garras nesta semana.
Essa nova aparição da Transparência Internacional não ocorreu por acaso. Qualquer pessoa com o mínimo discernimento é capaz de enxergar que a economia brasileira, sob o comando de Lula e Haddad, está novamente decolando. No campo oposto, o bolsonarismo se transforma em caso de polícia. Este sucesso de Lula e de sua frente ampla, obviamente, pode consolidar um projeto de poder de oito anos, doze anos ou até mais, uma vez que a velha oposição associada aos interesses internacionais, como o PSDB, praticamente sumiu do mapa, enquanto a extrema direita se vê às voltas com uma sucessão de inquéritos e escândalos.
É nesse contexto que a mídia lavajatista também volta a dar o ar da sua graça, com editoriais raivosos em veículos de comunicação como CNN, Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. É novamente um movimento coordenado, que não deve ser subestimado, uma vez que a campanha contra a ascensão econômica do Brasil, que tem a imprensa brasileira como correia de transmissão, é um risco permanente.
Hoje, as condições objetivas para uma nova guerra "contra a corrupção", que, no passado, foi apenas a fachada para a ascensão de corruptos e milicianos ao poder, são mais difíceis. O ex-juiz Sergio Moro está prestes a ser cassado, o ex-deputado Deltan Dallagnol foi cassado, ONGs como a Transparência Internacional foram desmoralizadas, em razão de seus próprios interesses financeiros nem sempre transparentes, e os brasileiros sentiram na pele os estragos sociais e econômicos causados pela Lava Jato. Além disso, empresas estatais, como o BNDES, o Banco do Brasil e a Petrobras vêm alcançando resultados expressivos – esta última bateu recordes de valor de mercado na semana passada. Mas assim como Bertold Brecht ensinou que a cadela do fascismo está sempre no cio, aqui no Brasil a cadela do lavajatismo também está no cio.
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