“Ao estender as nossas mãos ao povo da Palestina, fazemos isso com pleno conhecimento de que fazemos parte de uma humanidade", disse o ministro da Justiça sul-africano no tribunal
247 - Na abertura da primeira audiência no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) sobre a representação da África do Sul contra Israel por crime de genocídio contra os palestinos, nesta quinta-feira (11), o ministro da Justiça sul-africano, Ronald Lamola, destacou que os palestinos sofrem "opressão e violência sistemáticas" há 76 anos.
“Ao estender as nossas mãos ao povo da Palestina, fazemos isso com pleno conhecimento de que fazemos parte de uma humanidade. Estas foram as palavras do nosso presidente fundador Nelson Mandela, este é o espírito com que a África do Sul aderiu à convenção sobre a prevenção e punição do crime de genocídio em 1998. Este é o espírito com que abordamos este tribunal como parte contratante da convenção. Este é um compromisso para todos, tanto para o povo da Palestina como para os israelenses", iniciou, antes de dizer: “a violência e a destruição na Palestina e em Israel não começaram em 7 de outubro de 2023. Os palestinos experimentaram opressão e violência sistemáticas durante os últimos 76 anos, em 6 de outubro de 2023, e todos os dias desde 7 de outubro de 2023".
“Na Faixa de Gaza, pelo menos desde 2004, Israel continua a exercer controle sobre o espaço aéreo, as águas territoriais, as travessias terrestres, a água, a eletricidade e a infraestrutura civil, bem como sobre as principais funções governamentais", destacou o ministro.
Ele ainda disse que o ataque do Hamas ao território de Israel não serve como justificativa para um verdadeiro massacre o povo palestino em seguida. “Nenhum ataque armado a um território estatal, por mais grave que seja, mesmo um ataque envolvendo crimes de atrocidade, pode fornecer qualquer justificativa ou defesa para violações da convenção, quer seja uma questão de lei ou de moralidade. A resposta de Israel ao ataque de 7 de outubro ultrapassou esta linha e dá origem a violações da convenção".
“Confrontado com tais provas e com o nosso dever de fazer o que estiver ao nosso alcance para prevenir o genocídio, conforme previsto no Artigo 1 da Convenção, o governo sul-africano iniciou este caso. A África do Sul saúda o fato de Israel estar envolvido no caso para que o assunto seja resolvido pelo tribunal", finalizou Lamola.
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