247 - Não satisfeitos com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou inconstitucional as doações de empresas privadas a partidos e candidatos em campanha eleitorais, os principais líderes de partidos de oposição fecharam acordo mediado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para pressionar a presidente Dilma Rousseff a não vetar as doações de empresas em campanhas eleitorais.
Em almoço nessa terça-feira 29, PMDB, DEM, PSDB, PP, PR e PTB acordaram que só darão quórum nesta quarta-feira 30 para que haja a votação dos vetos de Dilma a projetos da chamada pauta-bomba caso, nessa mesma sessão, seja colocado em pauta o veto presidencial ao financiamento empresarial. Só não participaram do almoço na casa de Cunha o PT, o PCdoB e o PDT.
Dilma já anunciou a integrantes da base aliada que deverá seguir a decisão do Supremo e vetar a lei aprovada no Congresso que permite as doações de empresas a partidos e políticos em campanha. A presidente argumenta que não pode desrespeitar uma decisão do Supremo e sancionar um dispositivo legal cujo teor seria contrário à Constituição.
Nesta mesma terça, Cunha foi autorizado pelos líderes oposicionistas, como Aécio Neves (PSDB) e Agripino Maia (DEM), a informar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do acordo.
A intenção dos deputados e senadores da oposição é derrubar o veto ainda nesta semana em obediência à regra de que alterações na legislação eleitoral só valem para aquele pleito se tiverem sido tomadas com pelo menos um ano de antecedência.
O governo quer realizar a sessão de análise dos vetos de Dilma nesta quarta como forma de dar uma sinalização de austeridade ao mercado e ao mundo político. A intenção é manter os vetos de Dilma ao reajuste dos servidores do Judiciário (impacto de R$ 36 bilhões até 2019) e à extensão da política de valorização do salário mínimo a todos os aposentados (R$ 9 bilhões).
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