No Brasil, a política foi substituída pela polícia.
O cidadão , agora, não precisa ter votos, popularidade, idéias, projetos.
O que não pode é ter inquéritos, processos, sentenças.
Não pode conversar, porque os gravadores pululam.
Va bene, a política nunca foi propriamente um lugar de santos e donzelas, embora dela tenham saído grandes homens e mulheres, que mudaram a história de seus povos.
Mas agora, aqui, ela se tornou um espetáculo policialesco, entregue a escroques da pior espécie, que fazem dos Youssefs, os Funaro, os Joesleys os personagens mais importantes da vida brasileira.
Há três anos, tudo o que se faz no Brasil é destruir: de reputações a usinas, de líderes a empregos, de prosperidade a esperanças.
Não temos mais mãos a nos dar, apenas dedos a apontar, não temos palavras a propor, só a delatar.
Não temos projetos de desenvolvimento, temos cortes como nos tempos em que se acreditava que sangrias e amputações revigoravam um organismo.
Sobretudo, não temos democracia, porque nossas escolhas foram entregues a um grupo de ungidos, cujos cargos lhes dão o poder de decidir por nós.
Nas mãos de um destes estará, hoje, uma flor bruta do povo brasileiro, destas que vicejam um por geração, quando a geração não falha, como a minha.
Não deixa de ser uma ilustração de como a elite brasileira, tão bem arrumada por fora como medíocre por dentro, encara o povo brasileiro: com desprezo, com ódio e com o castigo por violar os salões interditos do poder.
É ela, e apenas ela, quem decidem pelo Brasil. Nem mesmo como em Roma, nem mesmo como no Credo, nem mesmo como no júri popular.
É monocrático, mas não será diferente na assembléia dos ungidos, onde todos se parecem por dentro.
E quando decidem por nós, sejam generais, juízes, delegados ou sacerdotes, o que temos é uma ditadura.
Fernando Brito - no Tijolaço
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