Basta pronunciar as palavras “corte de gastos” para ser consagrado pelo terraplanismo econômico e administrativo de um jornalismo de slogans.
Aí vem os editoriais dos três jornais – Folha, Estadão e Globo – saudando Tarcisio de Freitas como grande gestor, porque anunciou corte de despesas e investimentos em São Paulo.
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Não detalhou os cortes, a não ser o corte por represália à Fundação Padre Anchieta e o corte à Casa do Menor, antiga Febem.
Nada mais disse, nem lhe foi perguntado. Basta pronunciar as palavras “corte de gastos” para ser consagrado pelo terraplanismo econômico e administrativo de um jornalismo de slogans.
Aí, vão aparecendo os fatos.
- Em 2023, educação em São Paulo cai ao pior nível desde 2014,
- O Painel da Folha mostra que o programa federal Pró-Trilhos, lançado com toda pompa por Tarcísio/ em setembro de 2021, como Ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, jamais saiu do papel. Até hoje não gerou um quilômetro de ferrovias sequer.
- O ajuste fiscal – que tanto encantou os editorialistas dos jornais – não passa de uma renegociação das dívidas dos estados com a União, uma excrescência criada pelo governo FHC e que o ministro da Fazenda Fernando Haddad está tentando corrigir.
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Mas para os bravos editorialistas, não há necessidade de comprovação, análise de gestão, análise de histórico do gestor, apuração de resultados práticos. Basta a retórica. Ou então, como a Velhinha de Taubaté, acreditar nos sucessivos factoides que pavimentaram a carreira pública de Tarcísio de Freitas.
Pergunto: é assim que pretendem cumprir a missão histórica do jornalismo? Um pouco de pesquisa histórica, de como o jornalismo foi visto, como um dos pilares das sociedades democráticas:
“A missão histórica do jornalismo é informar, educar e entreter o público, além de servir como um contraponto ao poder e como um guardião da democracia. O jornalismo tem o papel fundamental de investigar, relatar e analisar os eventos e questões importantes da sociedade, garantindo que a população tenha acesso a informações precisas e relevantes para formar suas opiniões e tomar decisões informadas.
Além disso, o jornalismo também deve fiscalizar o poder público, denunciar abusos, injustiças e corrupção, e dar voz aos grupos marginalizados e minoritários. Em resumo, a missão histórica do jornalismo é promover a transparência, a accountability e a liberdade de expressão em uma sociedade democrática”.
O endosso cego à retórica de Tarcísio, junto à falta completa de avaliação sobre sua história e, mesmo, sobre o que entregou em quase um ano e meio de gestão, cumpre com as responsabilidades do jornalismo? Ou o jornalismo é utilizado apenas para fins políticos e para interesses pessoais.
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