terça-feira, 27 de outubro de 2015

Bob Fernandes: Análises dos generais nos quartéis. Nas ruas e redes, berros e slogans fascistas.

   "Grupos apropriam-se da bandeira, hino, cores, e alardeiam clichês dos sem-noção. Com empáfia e pretensão impulsionadas por profunda ignorância. Diante de qualquer câmera ou microfone, berram slogans que se ressentem não de razões, que existem e são muitas, mas da Razão. Só eles e elas são a "Pátria", a "Pátria" é só deles e delas. Os servos devem ser mantidos em seu lugar. Ou serem expulsos." - Bob Fernandes



Segue, para reflexão, importante análise do comentarista político Bob Fernandes (em video e texto. Veja também o vídeo do ato ecumênico pelos 40 anos do assassinato, pela Ditadura, de Vlademir Herzog ao final do texto):




Em vídeo conferência para reservistas, em setembro, o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, abordou um hipotético risco de "crise social" e opinou:

-...e nesse contexto nos preocupamos porque passa a nos dizer respeito diretamente.

O general Antonio Mourão, comandante do III Exército, também em palestra para reservistas defendeu o "despertar para a luta patriótica".

Depois, ao G1, o general Mourão disse que tratava não de "convocação", mas da "análise" dos seguintes cenários: "sobrevida" do governo, "queda controlada", "renovação" e "caos".

Tulio Milman, da Zero Hora, relatou a palestra de Mourão. A Folha, a do general Villas Boas.

Jânio de Freitas, jornalista, tem abordado tais falas e significados em meio a um amplo faz-de-conta-que-ninguém-disse-nada.

O que nos ensina a História? Que a República nasceu de levante militar e político em 1889; em 126 anos, outros 3 golpes e meia dúzia de tentativas.

Os escassos 30 últimos anos são o mais longo período democrático da nossa história.

Cabe à Política digerir necessidades vitais da sociedade, e metabolizar equívocos e erros na construção da democracia mais sólida possível.

O que se vive, ao contrário, é a Política da mútua avacalhação. Na disputa pelo Poder, os que deveriam ser grandes se apequenam.

Terminam por encurralar quase tudo num mundo binário. De um lado, porque comum aos demais, ainda a recusa em admitir erros políticos e morais inaceitáveis.

De outro lado, como visto em seguidas agressões nas ruas, recintos, redes e mídias, os fomentadores do fascismo de sempre.

Grupos apropriam-se da bandeira, hino, cores, e alardeiam clichês dos sem-noção. Com empáfia e pretensão impulsionadas por profunda ignorância.

Diante de qualquer câmera ou microfone, berram slogans que se ressentem não de razões, que existem e são muitas, mas da Razão.

Só eles e elas são a "Pátria", a "Pátria" é só deles e delas. Os servos devem ser mantidos em seu lugar. Ou serem expulsos.

Com esses, seja em qualquer latitude e longitude ideológica, não se faz um país democrático.

Veja também:

O Caso Vlademir Herzog: Um momento para não esquecer

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