quinta-feira, 13 de abril de 2017

Bob Fernandes sobre Moro e seus irrealistas fantasmas


Da Tv Gazeta:





O juiz Moro deu entrevista à BBC/ Brasil, em Washington. Entre outros temas, tratou da investigação "dos vazamentos de informações" e do "jornalismo".
Vazamentos de informação podem levar à anulação parcial, ou mesmo total, do que tenha sido contaminado pelo vazamento.
Moro reconhece: houve vazamento de delações de executivos da Odebrecht; há vazamentos na Lava Jato.
Mas Moro alega: "Muitas vezes se tenta (investigar), mas é quase como se fosse uma caça a fantasmas".
Pode ser difícil, mas também pode ser muito fácil encontrar vazamentos e seus autores...
E não tem faltado vazamento. Há semanas, vazamento da Lista do Janot se deu em off e em bloco para jornalistas...
Nesta segunda, 10, já vaza, em tempo real, depoimento dado ao juiz por Marcelo Odebrecht.
...Há um ano foi gravada a já histórica conversa telefônica de Lula e Dilma, entre outros. Ilegal em parte por exceder o tempo determinado pelo próprio Moro.
Ilegal por tornada pública gravação com pessoas então não investigadas.
Dilma era presidente. Por ter foro privilegiado só poderia ser investigada com autorização do Supremo.
Ilegal porque as conversas vazaram. E não foi "um fantasma" quem vazou. Foi o próprio juiz Moro quem derrubou o sigilo, caminho para vazamento. E no mesmo dia.
Teori Zavaski e Marco Aurélio, ministros do Supremo, criticaram o juiz, duramente. Marco Aurélio afirmou então: "Esse vazamento foi um crime".
O crime foi punido? Não. Porque o Tribunal Regional entendeu: a Lava Jato traz "problemas inéditos" e exige "soluções inéditas".
Ou seja, à margem da lei... Mais uma gambiarra.
Por decisão do Supremo, em 2009, não é necessário diploma para ser jornalista. Moro disse à BBC ser "difícil" definir quem é jornalista.
Moro pergunta: estar na internet, no Facebook, qualifica alguém como jornalista? Um blog é jornalismo?
É fácil saber quem, na prática, exerce o jornalismo. Basta querer saber.
Alguém precisa informar ao juiz: a enorme maioria dos 5.570 municípios do Brasil tem como comunicadores, como jornalistas, se tanto alguém com horário numa rádio. Seja ela comunitária ou não.
Quando não alguém com um megafone nas ruas, na feira... É esse, são esses que queiram ou não, goste-se ou não, sérios ou não, vivem a função de comunicar, reportar
No Brasil profundo, também real, os cidadãos é que têm decidido quem são ou não seus comunicadores, seus jornalistas. Ao dar ou ao negar audiência, leitura...

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