quarta-feira, 1 de abril de 2020

Papa teme ‘genocídio viral’ caso o mundo priorize a economia e a riqueza de uma minoria em vez da saúde da maioria



O Papa Francisco enviou uma carta ao presidente da Comissão Pan-Americana de Juízes para os Direitos Sociais, Roberto Andrés Gallardo, alertando os governos que não adotam medidas para defender a população do coronavírus. O documento foi enviado no último sábado (28). A informação é da agência Vatican News.

Do BHAZ:

papa reza coronavírus

“Estamos todos preocupados com o crescimento, em progressão geométrica, da pandemia. Estou feliz com a reação de tantas pessoas, médicos, enfermeiros, enfermeiras, voluntários, religiosos, sacerdotes que arriscam suas vidas para curar e defender as pessoas saudáveis do contágio”, ressaltou Francisco.
O pontífice destacou que “alguns governos adotaram medidas exemplares com prioridades bem definidas para defender a população”.
“É verdade que essas medidas ‘incomodam’ aqueles que são obrigados a cumpri-las, mas é sempre para o bem comum e, a longo prazo, a maioria das pessoas as aceita e se move com uma atitude positiva. Os governos que enfrentam a crise mostram a prioridade de suas decisões: primeiro as pessoas. E isso é importante, pois sabemos que defender as pessoas supõe um prejuízo econômico”, destacou.
Segundo o Papa, “seria triste se o oposto fosse escolhido, o que levaria à morte de muitas pessoas, algo como um genocídio viral”.

Consequências da pandemia

Segundo Francisco, já se notam algumas consequências da pandemia do Covid-19 que devem ser enfrentadas. A fome das pessoas sem trabalho fixo, o aparecimento de agiotas e a violência são alguns dos efeitos mencionados pelo Papa.
Em relação “ao futuro econômico”, o pontífice recorda a visão da economista Mariana Mazzucato, professora da University College London destacada no livro “O valor de tudo. Quem produz e quem subtrai na economia global”, publicado em 2018, ressaltando que tal pensamento “ajuda a pensar o futuro”.
O livro conta como especuladores e rentistas fingem ser criadores de valores na economia global e lança um apelo a fim de repensar o valor como a chave para criar um mundo diferente e melhor.

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