terça-feira, 19 de abril de 2022

Na contramão do que orienta a Organização Mundial da Saúde, OMS, o (des) Governo Bolsonaro acaba com emergência sanitária para Covid-19

 

Na prática, acaba com recursos prioritários da saúde para combater a pandemia: monitoramento, prevenção, vacinas e tratamento

Foto: Divulgação/PR

GGN. - O Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro anunciou o fim da emergência sanitária para Covid-19 no Brasil. Na prática, acaba com os recursos prioritários da saúde e agilidade para combater a pandemia, desde o monitoramento, prevenção, vacinas e tratamento.

Em pronunciamento na noite de ontem (17), o ministro Marcelo Queiroga anunciou que “temos hoje condições de anunciar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a Espin”.

Nos próximos dias, o Ministério da Saúde irá publicar um ato normativo acabando com o estado de emergência para lidar com o vírus. A má gestão do governo Bolsonaro na pandemia gerou 662 mil mortos pela doença, 22 mortos somente nas últimas 24 horas.

A Emergência em Saúde Pública permite a compra de materiais hospitalares e de saúde com mais rapidez, a distribuição dos itens pelo SUS com prioridade, a aprovação e aplicação de vacinas, entre outras medidas.

É por esse estado de emergência, ainda, que o país estabelece controle epidemiológico, controle das fronteiras e isolamento social. Um total de 170 medidas, aplicadas com base no cenário de emergência, devem perder a validade com a decisão do governo.

A aplicação de algumas vacinas também pode ficar prejudicada, como a CoronaVac, que depende da condição de “emergência” para a sua administração ser autorizada pela Anvisa.

Nesse sentido, a derrubada da política prioritária para combater a Covid-19 deve interferir na distribuição e campanha de vacinas em regiões que não atingiram o mínimo da meta de cobertura, de 70% da população vacinada com duas doses. Por exemplo, Roraima tem 48,17% de vacinados e o Maranhã tem 58,72% com duas doses.

Apesar de derrubar a situação de emergência no país, a pandemia não acabou. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda considera o momento como crítico, ressaltando a “alta transmissão” do vírus e a “baixa cobertura vacinal” de muitos países.

“É muito cedo para cantar vitória”, havia dito o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ao ser questionado sobre o fim da pandemia, em encontro da organização no dia 2 de março.

Na contramão da decisão do governo brasileiro, o Comitê de Emergência da OMS considera a Covid-19 como “um evento extraordinário que continua a afetar negativamente a saúde das populações em todo o mundo, representa um risco contínuo de propagação internacional e interferência no tráfego internacional, e requer uma resposta internacional coordenada”.

A posição foi divulgada na semana passada, poucos dias antes do governo Bolsonaro decidir acabar com o estado de emergência para a Covid-19 no Brasil.

Abaixo, o pronunciamento:

Nenhum comentário:

Postar um comentário