"Os episódios de quebra de decoro pela família Bolsonaro são recorrentes. O que ainda assusta é a tolerância", diz o PSOL
O PSOL, coligado com a Rede Sustentabilidade, anunciou nesta segunda (4) que vão protocolar na Câmara dos Deputados um pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. O deputado federal teria incorrido no crime de apologia à tortura ao ataques a jornalista Miriam Leitão nas redes sociais.
Miriam Leitão publicou em O Globo um artigo criticando a terceira via por tratar Lula e Jair Bolsonaro “como iguais”, sendo que apenas a reeleição de Bolsonaro representaria, na visão da jornalista que lutou contra a ditadura militar, uma ameaça à democracia.
Eduardo reagiu afirmando que ainda sente pena da cobra que foi jogada dentro da cela em que Miriam esteve presa durante a ditadura militar.
“A cassação de Eduardo Bolsonaro é imperativa e urgente”, afirma o PSOL em nota. “Não há nenhuma condição moral e política dele permanecer à frente de qualquer cargo público“, acrescentou.
“É dever fundamental dos poderes constituídos, inclusive o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, a tomada das providências cabíveis para punir o Representado pelos referidos atentados contra à dignidade da jornalista Miriam Leitão, e à dignidade de todas as mulheres, por ele perpetrados, pelas razões de direito a seguir expostas”, apontou o partido.
Para o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, Eduardo deve responder por apologia ao crime. “Não é possível ficar inerte diante desta grave agressão de Eduardo Bolsonaro à Mirian Leitão. Apologia à tortura é crime. Os episódios de quebra de decoro pela família Bolsonaro são recorrentes. O que ainda assusta é a tolerância dessas violações pelas nossas instituições. A Câmara precisa dar uma resposta à altura, em respeito ao povo brasileiro e às nossas leis, que condenam esse tipo de conduta. Estamos pedindo, enquanto partido e junto à nossa bancada na Câmara, a cassação do filho de Bolsonaro. Chega de impunidade”, declarou.
A líder da bancada do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim, também destacou o desprezo de Eduardo Bolsonaro com a democracia. “A jornalista Miriam Leitão estava grávida quando militares a colocaram numa sala escura junto com uma cobra jiboia para amedrontá-la. Quando Eduardo Bolsonaro faz piada com essa situação, reafirma, mais uma vez, que é um criminoso inimigo da democracia. Acionamos o Conselho Ética da Câmara para que o deputado responda pelos seus atos desumanos”, frisou.
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