PF prendeu o general Mário Fernandes, ex chefe-substituto da Secretária-geral da Presidência no governo Bolsonaro
Polícia Federal no Distrito Federal. | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (19), uma operação de busca e apreensão contra militares do grupo “Kids Pretos”, investigados por um plano de emboscada orquestrado contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme noticiado pelo GGN, Moraes foi minuciosamente monitorado pelo grupo como parte dos preparativos para a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas em 2022.
Ao todo, a “Operação Contragolpe” cumpre cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão, além de outras 15 medidas cautelares nos estados do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e também no Distrito Federal.
Detalhes da investigação
Segundo a PF, o tal plano dos Kids Pretos, apelido dado aos militares que se formam no curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, foi batizado como “Punhal Verde e Amarelo”. Além das ações contra Moraes, o plano ainda incluía a execução do presidente Lula (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSDB).
Em novembro de 2022, os militares teriam feito uma reunião em Brasília para discutir os detalhes do tal plano, desde os recursos bélicos e de pessoal necessários para executar as ações, até a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para lidar com as possíveis repercussões institucionais dos crimes.
Todas essas informações e provas foram recolhidas em computadores e celulares apreendidos pela PF durante e após a Operação Tempus Veritatis. Mensagens também foram recuperadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que fez um acordo de delação premiada com a corporação.
Alvos da PF
Hoje, um dos alvos dos mandados de prisão foi o general Mário Fernandes, ex chefe-substituto da Secretária-geral da Presidência, durante o governo Bolsonaro. Atualmente ele estava lotado como assessor no gabinete de Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde.
Fernandes seria a peça-central da atuação dos Kids Pretos no plano. Isso porque, antes de assumir o cargo no governo Bolsonaro, ele chefiava o Comando de Operações Especiais, em Goiânia, uma das unidades em que os Kids Pretos atuam.
Um dos indícios sobre o papel de Fernandes no plano de emboscada é um áudio. A gravação foi encaminhada pelo coronel Hélcio Franco ao ex-militar Ailton Barros, ambos envolvidos no caso.
“Quem tem a tropa na mão é o comandante de Operações Especiais. Por exemplo: o comandante deu a ordem, né? Tem que ver esse fenômeno aí do que é a tropa na mão, né? De qualquer forma, eu acho melhor coordenar esse assunto com o Mário, tá? Eu já falei pro Borges que eu não tenho contato com o Mário, e acho que o Borges deve encaminhar esse assunto pro Mário, que é a minha sugestão”, diz o áudio.
Também são alvos dos pedidos de prisão o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, os majores Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.
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