sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Lava Jato em Curitiba, de Dallagnol, Hardt e Paludo, com regência de Moro, blindou banco Safra de investigação envolvendo o doleiro Youssef




Mais uma reportagem da Vaza Jato mostra como os procuradores liderados por Deltan Dallagnol tendem a não responsabilizar bancos, enquanto não se importam em quebrar empreiteiras
Jornal GGN – É destaque no El País desta sexta (20), em parceria com o Intercept Brasil, uma reportagem que mostra que a equipe da Lava Jato em Curitiba poupou o banco Safra de um processo criminal envolvendo empréstimo suspeito, de mais de R$ 10 milhões, concedido a Alberto Youssef em 2012.
Segundo a matéria, o doleiro da Lava Jato solicitou o aporte numa época em que era conhecido dos jornais, por ter sido condenado no caso Banestado. O empréstimo foi concedido sem que o histórico de Youssef fosse checado pelo banco ou sem que o Coaf tivesse sido informado da mega transação.
O negócio só veio à tona, inclusive, porque quando condenou Youssef na Lava Jato, Sergio Moro decretou a apreensão de seus bens, incluindo um hotel na Bahia que havia sido dado como garantia ao empréstimo do banco Safra. A instituição financeira entrou na Justiça para ter direito sobre o empreendimento e acabou chamando atenção dos procuradores de Curitiba.
Contudo, em 2016, a força-tarefa achou por bem fazer um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Safra. O banco pagou R$ 4 milhões referentes ao imóvel em disputa, e se comprometeu a melhorar sua área de compliance.
E mesmo sabendo que as dúvidas a respeito de como Youssef conseguiu o empréstimo não foram respondidos, os procuradores de Curitiba usaram o TAC para encerrar o inquérito criminal contra o Safra, em outubro.
Nas mensagens de Telegram, o procurador Januário Paludo explicou a Deltan Dallagnol que o “banco só liberou por que o youssef negociou pessoalmente. Ou seja: eles não só sabiam com quem negociavam, como também ‘alguém’ disse que que era para fechar a operação sem comunicar o coaf’.”
“Embora suspeitassem de que os bancos lucraram com a corrupção, os investigadores tinham como norte chegar a acordos com as instituições financeiras, ‘a título de indenização por lavagem de dinheiro e falhas de compliance’, como descrito na planilha Ideias e Metas para 2017-2018, que faz parte do acervo das mensagens do Telegram. Já os representantes das empreiteiras, segundo a mesma planilha, deveriam ser alvos de denúncias, ‘sob pena de passar a imagem de que não vale à pena buscar cooperar para ver se as autoridades vão mesmo agir'”, afirmou o El País.

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