"O Poder no país está principalmente com a mídia, dominada por meia dúzia de famílias. Ela pauta ações e discussões nos outros poderes. O objetivo, cansativamente perseguido nos dias atuais é fazer a esquerda voltar para seu cantinho, deixar de lado seus projetos. Dilma, Lula e o PT, como alvos, devem servir de exemplo." - Percival Maricato
O Brasil que se dane: importa é liquidar com o PT, por Percival Maricto
O Poder no país está principalmente com a mídia, dominada por meia dúzia de famílias. Ela pauta ações e discussões nos outros poderes.
O objetivo, cansativamente perseguido nos dias atuais é fazer a esquerda voltar para seu cantinho, deixar de lado seus projetos. Dilma, Lula e o PT, como alvos, devem servir de exemplo. Mesmo que tivessem cometido os atos de que são acusados, os ataques são desproporcionais. Nas primeiras páginas de jornais impressos ou manchetes nos de TV, não se cuida de mais nada. O recado serve também para quem se envolveu com o partido, achando que seria como fazer o que sempre foi feito com os demais.
Enquanto o juiz Moro, PGR e PF atacam por um lado, com ou sem razão, pouco importa para os fins deste artigo, os fisiológicos atacam por outro, Eduardo Cunha e cúmplices à frente, estes com nítida intenções abjetas, visivelmente liberados para fazer seu trabalho declaradamente irresponsável.
Nos últimos atos, além de colocar em pauta um projeto de lei que praticamente equipara remuneração de delegados da polícia federal e advogados da União ao de Ministros do STF, também apontou os responsáveis pelas CPI dos fundos de pensão e BNDES, desde a gestão Lula: todos ferrenhos opositores do governo, que seu partido ajudou a eleger e participa com a vice presidência e seis ministros.
Quanto a equiparação de salários, sem mensurar impactos econômicos, é mais um ato insano e rancoroso. Em nenhum momento Cunha e asseclas discutem a repercussão econômica, o problema de estarem deflagrando um processo que, pelo efeito dominó, pode afetar estados e municípios. Favorecendo os delegados talvez pensem em se livrar do Lava Jato. E se neste caso, se em vez de vetar como tantos outros projetos irresponsáveis, Dilma o sancionar, por também pensar a mesma coisa? Será que a mídia assumirá sua responsabilidade, pela conivência, omissão?
E quanto ao restante da pauta-bomba. É o país ou apenas Dilma e o PT que estão ameaçados?
Toda a conduta do grupo de Cunha, cujos atos e nomes a mídia evita denunciar, não é, como tentou explicar, por que o PT o teria colocado no Lava Jatos. Ele sabe que o PT não tem esse poder; e como bom fisiológico, sempre conviveu com esquerda ou direita, contanto que seus interesses pessoais fossem atendidos. Sua conduta visa agradar os sempre detentores do poder. Obviamente para ver se logra sobreviver.
Até agora a estratégia deu certo, graças ao fato do processo do Lava Jato permanecer em Curitiba. Teria que ser enviado ao STF, quiçá ser desmembrado, para que Cunha respondesse as acusações contra ele. O presidente da Câmara corre então com projetos e atos que podem levar ao impeachment da Presidente. E até o fim deste, parece que nada lhe acontecerá. Não alcançado o impeachment, sobram as CPIs, que tumultuarão o ambiente político até o final do mandato de Dilma. Se preciso outras serão encomendadas.
As repercussões são óbvias no plano econômico. Inviável a segurança jurídica e o desenvolvimento econômico. O ajuste fiscal terá que ser pago pelos de baixo, se é que será obtido nestes próximos anos. Pouco importa o país e os de baixo.
Cunha sabe que está nas cordas, tem que correr atrás de fatos novos , provocar prejuízos constantes ao PT, agradar sempre. Não pode parar, pois, atingido o objetivo, deixa de ter utilidade e então...será sua vez.
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