quinta-feira, 16 de maio de 2019

Fortes indícios de corrupção real nos militarizados Bolsonaros: Flávio Bolsonaro lucrou R$ 728 mil com investigados no caso Queiroz


Do Poder 360:

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O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) lucrou R$728 mil em transações imobiliárias com dois alvos de quebra de sigilo bancário e fiscal do caso Queiroz. As informações são do jornalista Igor Mello, do site Uol, e foram publicadas na manhã desta 4ª feira (15).

Uol obteve acesso a nove transações registradas em cartórios do Rio de Janeiro envolvendo a empresa MCA Participações e o norte-americano Charles Anthony Eldering. Os dois fazem parte dos 95 nomes de pessoas físicas e jurídicas que tiveram o sigilo bancário quebrado por decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio.

De acordo com a reportagem, o senador Flávio, que é filho do presidente Jair Bolsonaro, negociou 12 salas comerciais no prédio Barra Prime Offices –centro comercial de alto padrão localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Na época ele era deputado estadual.

De acordo com o jornal, todas as salas foram compradas por Flávio em 16 de setembro de 2010, por montantes entre R$192,5mil e R$342,5 mil. Ao todo, 7 salas custaram um pouco mais de R$1,5 milhão. Em 29 de outubro, Flávio vendeu os imóveis para a empresa MCA e obteve um lucro de R$318 mil.

O senador também se beneficiou ao negociar com o norte americano Charles Anthony Eldering. Em novembro de 2012, Flávio comprou de Eldering uma sala em Copa Cabana, zona sul do RJ, por R$140 mil. O valor é R$60 mil a menos do que foi pago pelo americano em março de 2011. O lucro que Flavio teve com esta sala foi de R$410 mil, quando vendeu o imóvel por R$550 mil em fevereiro de 2014.

Flávio Bolsonaro nega qualquer irregularidade na compra e venda dos imóveis.

O Caso Queiróz

Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), fruto do desdobramento da operação Furna da Onça, ligada à Lava Jato no Rio, apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), entre eles, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

Segundo o relatório, 8 assessores e ex-assessores de Flávio Bolsonaro fizeram depósitos na conta bancária de Queiroz, o que levantou a suspeita de recolhimento de parte do salário de funcionários do gabinete do filho mais velho do presidente. O senador negou a prática em seu gabinete.

O ex-assessor do filho mais velho do presidente também teria movimentado, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, R$ 1,2 milhão. Uma das transações era um cheque de R$ 24.000, que foi destinado à hoje primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Queiroz foi funcionário de Flávio Bolsonaro por uma década como motorista e segurança do parlamentar. Ele também é amigo do presidente Jair Bolsonaro desde 1984. Segundo o presidente, ele emprestou a Fabrício Queiroz R$ 600 mil e a movimentação aponta, na verdade, transferência de 10 cheques de R$ 4 mil.

Flávio Bolsonaro também passou a ser investigado no caso. A investigação iniciou no Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República no Rio de Janeiro, determinada pela procuradora regional da República Maria Helena de Paula quando era coordenadora criminal do MP-RJ. Foi aberta com base em movimentações financeiras do filho do presidente.

No dia 18 de janeiro, o Jornal Nacional noticiou que um novo relatório do Coaf indicou movimentações bancárias atípicas nas contas de Flávio Bolsonaro:

R$ 1.016.839 – pagamento de um título bancário à CEF (Caixa Econômica Federal);

48 depósitos em espécie de R$ 2.000 – o dinheiro, no total de R$ 96.000, entrou na conta de Flávio no período de 9 de junho de 2017 a 13 de julho de 2017.

Em entrevista para a Record e para a RedeTV em 20 de janeiro, Flávio disse que o pagamento de R$ 1 milhão foi em transação com imóvel. No dia seguinte, o ex-jogador de vôlei de praia Fábio Guerra confirmou que pagou cerca de R$ 100 mil em espécie para o senador eleito para quitar parte da compra de um imóvel na zona sul do Rio de Janeiro.

No dia 17 de janeiro, Flávio Bolsonaro conseguiu durante o recesso do Judiciário uma liminar do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendendo as investigações do MP do Rio. Ele acusou os procuradores de terem quebrado o sigilo do processo de forma irregular, o que foi negado pelo MP.

Já no dia 26 de janeiro, a revista Veja divulgou um novo trecho do relatório, em que aponta que o filho do presidente Jair Bolsonaro teria movimentado R$ 632 mil de agosto de 2017 a janeiro de 2018.

Em 1º de fevereiro, o relator do caso no STF, Marco Aurélio Mello, derrubou a decisão de Fux e as investigações foram retomadas.

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