sexta-feira, 24 de maio de 2019

O projeto econômico privatarista de Paulo Guedes vai resultar em demissões em massa, é da lógica mundial de privatizações, CORTAR CUSTOS, como a VALE fez com as barragens




Os mercados não vão criar empregos

por André Motta Araújo

A vergonhosa submissão da grande mídia aos mercados participa do engodo que diz que “após a reforma da previdência virão investimentos que criarão empregos” bla, bla, bla. Total mistificação que qualquer mídia minimamente inteligente deveria contestar. Sabem mas são coniventes na mistificação.
O investimento dos “mercados” para o Brasil, quando e se virão, será de fundos não conservadores que só se interessam por taxas de retornos altíssimas, tipo 15 a 18% ao ano. São fundos especulativos, um pouco acima de fundos abutres. Essas taxas de retornos só são possíveis em operações altamente alavancadas, por exemplo uma usina de energia onde o equity (capital de risco) é 30% e o financiamento em reais é de 70%. Eles se interessam por galinhas mortas de privatizações na bacia das almas, compram para revender depois, não tem nenhum interesse em investimentos a longo prazo, só querem negócios onde entram com 100 e saem com 300 dois anos depois.
Esse tipo de negócio pirata não gera NENHUM emprego, ao contrário, desemprega. Típico negócio de bancos de investimento cariocas, lembrando que empresas como LIGHT RIO, OI, BRASIL TELECOM, VALE, CSB, ELETROPAULO, CESP 3 (Duke), CPFL, AES SUL, foram compradas e REVENDIDAS nesse jogo especulativo. Quem arrematou na privatização depois revendeu, NENHUMA GEROU EMPREGOS, os negócios que o “plano Paulo Guedes de privatizações” está montando e disso para pior, jogadas especulativas, empregos ZERO.
Fundos conservadores americanos, fundos de pensão, consideram o Brasil muito arriscado, o BRASIL NÃO TEM GRAU DE INVESTIMENTO, está três níveis abaixo desse grau, só fundos piratas, um pouquinho melhores que abutres, podem arriscar alguma coisa no Brasil, o resto é lenda para trouxas.
A ideia que depois da “reforma da Previdência” virão grandes investimentos no Brasil´ é uma MIRAGEM, é mistificação, só virão fundos especulativos.
INVESTIMENTOS REAIS NA INFRAESTRUTURA
Tradicionalmente rendem taxas de retorno modestas, 5 a 8%, SÓ CHINESES SE INTERESSAM, mas eles estão ariscos com a atitude anti-chinesa já declarada pelo governo Bolsonaro. Os chineses são altamente sensíveis ao ambiente político em países onde investem, estão receosos de investir no Brasil.
As estatais chinesas já tem US$ 63 bilhões de dólares investidos no Brasil, especialmente STATE GRID em linhas de transmissão,  na compra da CPFL, segunda maior distribuidora  do País, pela qual pagaram ao grupo Camargo Correa R$1 2 bilhões e na antiga CESP Paranapanema, recompra do que era a americana DUKE ENERGY, dos americanos da primeira leva dos anos 90, só sobrou um pedaço da poderosa AES na antiga CESP Tietê.
OS ESPECULADORES DE OLHO NAS PRIVATIZAÇÕES
A fina flor dos especuladores de Nova York e Greenwich, Conn., que tem metas alucinadas de retorno de 18% ao ano tem interesse em comprar estatais que valem US$ 20 bilhões por US$ 3 bilhões e ainda financiando, no BNDES, 70% do preço de compra em Reais. O time Guedes sabe disso e está preparado para essas transações, eles são ideologicamente favoráveis às privatizações, acham bom negócio para o País, mesmo que deem as empresas de graça.
A QUESTÃO DOS EMPREGOS
Alguém em sã consciência acha que quando o pernóstico presidente da PETROBRAS Paulo Roberto Castello Branco, com sua pose de Rei Luis XV, vender as OITO refinarias, quem comprar não vai cortar 70% dos empregos? A ELETROPAULO estatal, que sempre foi lucrativa, foi privatizada com 27.000 empregados, nível adequado a uma empresa com 8 milhões de clientes, em dois anos tinha 3.600, o resto foi demitido. Nas refinarias o corte vai ser por aí.
O projeto econômico Paulo Guedes vai resultar em demissões em massa, é da lógica mundial de privatizações, CORTAR CUSTOS, como a VALE fez com as barragens, é a forma clássica de elevar as taxas de retorno e garantir os bônus dos executivos, a VALE é a síntese da lógica das privatizações.
Quem achar que estou exagerando, fui consultor dos principais compradores de privatizações na Era FHC, depois diretor de empresas privatizadas representando o comprador estrangeiro, depois consultor de fundos americanos e canadenses interessados em privatizações no Brasil.
Meu conhecimento é POR DENTRO do processo e não de acadêmico, o novo ciclo de privatizações será muito pior do que o ciclo da Era FHC.
AMA

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