Do Jornal GGN:
Assessor tentou dar "carteirada" e retirar as joias sem documentação. "Não pode ter nada do antigo [governo] para o próximo"
Gravação das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, confirma as tentativas de um enviado do então presidente Jair Bolsonaro (PL) para retirar o conjunto de joias sauditas apreendido pelos agentes da Receita Federal, avaliado em 16 milhões de reais.
As joias foram apreendidas na mala de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que esteve na Arábia Saudita em 2021, e disse ter recebido o “presente” em nome de Michelle Bolsonaro.
Segundo os registros obtidos com exclusividade pelo site G1, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva desembarcou no aeroporto de Guarulhos e tentou reaver as joias usando os nomes do tenente-coronel Mauro Cid, assessor direto de Jair Bolsonaro, e também do chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes – que posteriormente chegou a pedir aos funcionários que atendessem ao pedido de liberação.
Na gravação, o auditor da Receita explica que a liberação dos itens apreendidos depende obrigatoriamente de um ADM – Ato de Destinação de Mercadoria, documentado que não foi apresentado. O agente de Bolsonaro tentou desconversar, afirmando que o caso era de urgência e que a ADM seria emitida depois.
O sargento também argumentou que a retirada seria um passo “burocrático” no processo de transição entre governos, que ocorreria dias depois, e que “não pode ter nada do antigo para o próximo. Tem que tirar tudo, tem que levar”.
Contudo, os argumentos não foram aceitos e o conjunto de colar, anel, relógio e brincos da marca Chopard ficou no acervo da Receita Federal. O caso foi revelado pelo Estadão.
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