sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Jornal GGN: Ex-PM foi homenageado por Flávio Bolsonaro enquanto estava preso




  "O ex-deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL) concedeu a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Medalha Tiradentes, para o ex-policial militar Adriano Nóbrega, hoje foragido e suspeito de chefiar a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio."

Ex-PM foi homenageado por Flávio enquanto estava preso


Adriano Nóbrega recebeu a mais alta honraria do Estado do Rio de Janeiro pela prisão de 12 homens, armas e 90 trouxinhas de maconha 
 
Foto: Divulgação
 
Jornal GGNO ex-deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL) concedeu a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Medalha Tiradentes, para o ex-policial militar Adriano Nóbrega, hoje foragido e suspeito de chefiar a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio.
 
Uma reportagem na Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira (24) mostra que, no momento da condecoração, em junho de 2005, Adriano estava preso condenado no Tribunal do Júri popular pelo assassinato do guardador de carro Leandro dos Santos Silva.
 
O jovem, de 24 anos, morador de Parada de Lucas, zona norte carioca, havia denunciado agentes da polícia pela prática de extorsão e ameaça. Ele foi executado em uma ação praticada por Adriano e outros dez policiais militares que, depois, foram acusados de alterar a cena do crime para tentar forjar que houve confronto e troca de tiros. 
 
Adriano teve prisão preventiva decretada em janeiro de 2004, e condenado em outubro de 2005. Em 2006, foi solto por decisão dos desembargadores da segunda instância que consideraram que o júri não analisou de forma correta as provas. Em janeiro de 2007, Adriano foi absolvido.
 
O então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, concedeu a condecoração em junho de 2005. Os motivos? Por que o PM havia prendido 12 "marginais" no morro da Coroa, apreendeu diversos armamentos e 90 trouxinhas de maconha.
 
Cerca de dois anos antes, em outubro de 2003, Flávio havia concedido outra homenagem ao policial, uma moção de louvor em função da "dedicação, brilhantismo e galhardia". 
 
O PM não tem apenas o histórico da morte de Leandro na ficha criminal. Um anos após ser absolvido, foi prisão por tentativa de assassinato do pecuarista Rogério Mesquita, que o levou a ser envolvido nas investigações da Operação Tempestade do Deserto. 
 
Finalmente, em janeiro de 2014, foi exonerado da Polícia Militar, por relação com bicheiros. O afastamento foi resultado de um processo administrativo disciplinar aberto em 2009, constando que o PM trabalhava como segurança de José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, da máfia dos caça-níqueis.
 
Ao longo dos anos, Flávio Bolsonaro prestou outros favores ao ex-PM. Em setembro de 2007, nomeou sua mulher, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, como assessora de gabinete. Em abril de 2016, foi a vez de empregar a mãe do ex-policial, Raimunda Veras Magalhães, também como assessora de gabinete. 
 
 
 

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