sábado, 15 de junho de 2019

“Eu iria na jugular”, diz ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima (o mesmo participante da Lava Jato e do escândalo Banestado) sobre usar morte de Marisa contra Lula



Carlos Fernando dos Santos Lima era a favor de endossar a narrativa de que Lula atribuiu exclusivamente à esposa o interesse no apartamento no Guarujá, reformado pela OAS


Do Jornal GGN, citando novas revelações do The Intercept sobre o caso Morogate VazaJato:  


Jornal GGN – O ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima sugeriu, em um grupo de Telegram entre membros da força-tarefa e a assessoria de comunicação do Ministério Público Federal em Curitiba, que a Lava Jato deveria usar a morte de Marisa Letícia em ataque público a Lula.
Segundo conversas reveladas pelo The Intercept Brasil na noite de sexta-feira, 14, a mando de Sergio Moro, a Lava Jato teve de elaborar uma manifestação à imprensa para rebater o “showzinho da defesa” de Lula, logo após o primeiro depoimento do ex-presidente no julgamento do caso triplex, em 2017.
Os procuradores e os assessores passaram algumas horas discutindo o que deveria ser rebatido ou se era melhor para o MPF ficar em silêncio – já que a cobertura da grande mídia pendia naturalmente a favor da Lava Jato e contra Lula.
Em uma das mensagens, Santos Lima sugeriu que o MPF deveria ir “direto na jugular” e usar a morte de Marisa no confronto com Lula, endossando a narrativa de que o petista atribuiu exclusivamente à esposa o interesse no apartamento no Guarujá, reformado pela OAS.
Santos Lima, ao contrário de alguns colegas do grupo, parecia ansioso para falar à grande mídia após o depoimento de Lula.
O então procurador – hoje tem um escritório de advocacia dedicado à compliance – até chegou a solicitar à assessoria algum jornalista da Globo para entrevistá-lo.
A assessoria explicou que era mais vantajoso para o MPF aguardar os desdobramentos e monitorar os jornais.
No final, Santos Lima acabou abordado por um jornalista no aeroporto e concedeu uma na qual usou a tática que havia sugerido no grupo.
Atingido pela Vaza Jato, o ex-procurador emitiu a nota abaixo, se negando a admitir o teor das conversas e afirmando que a liberdade de imprensa tem limites.
Ele adotou a mesma linha de defesa de Sergio Moro, para quem o dossiê é fruto de crime e deve ser periciado.

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