terça-feira, 12 de abril de 2016

Não vai ter golpe, vai ter luta, por Sergio Medeiros




Um sangue vermelho, igual, sem distinção, de valor inestimável
Falta pouco, mas ainda exige muita luta.
A Comissão escolhida para condenar Dilma, cumpriu seu contrato, mas não teve força para entregar o acordado.
Foram  58,4%, dos votos e, nem mesmo numa comissão escolhida a dedo para acolher o impeachment foi possível obter o percentual de 66,6% para consumarem o golpe.
Ainda assim, utlizando estes dados para fins de projeção, para sermos exatos, num Universo de 513 deputados (o total da Câmara) ainda faltariam, nestes cálculos, com este percentual, 42 deputados.
Mas, isso em tese, e num ambiente ideal, com todos comparecendo, o que é praticamente impossível.
No entanto, como a falta de 5 ou mais é dada como certa, mercê de vários problemas, inclusive doenças pessoais ou de familiares, este total de votos faltantes se elevaria para um número próximo de 50, muito difícil de ser obtido neste tempo exíguo de menos de uma semana.
Principalmente porque não é só obter, mas, pela quantidade total, tão importante quanto obter novas adesões é não perder os já cooptados.
Tarefa que, neste momento se revela muito difícil para a oposição golpista.
Portanto, mais um motivo para fazermos todos os esforços nesta reta final, porque eles, com este cenário estão fazendo tudo e mais um pouco para tentar reverter este quadro desfavorável.
Este é o momento da ofensiva final.
Devemos disputar cada milímetro de espaço, seja na internet, no trabalho, em casa, nas ruas, praças, cidades... aonde houver gente e disposição de luta.
Eles cometeram um grande erro.
Subestimaram o povo brasileiro.
E este povo, ouviu os sinais, entendeu os apelos e veio em defesa de suas conquistas.
De todos lugares, surgem trabalhadores, os mais diversos, dos campos, das fábricas, do comércio, das bancas, da arte, do ensino, da música, intelectuais de todos os matizes, estudantes de todas as séries, cidadãos de todas cores, de todos os cantos, de todos os credos, de todos amores, negros, brancos, índios, brasileiros, estrangeiros, todos, com uma imensa capacidade de se doarem por algo que se lhes entranhou no sangue, um sangue vermelho, igual, sem distinção, e com um valor inestimável e um exponencial amor pela democracia e pela vida.
Nas ruas, já se vê claramente que um clarão esta tomando conta do horizonte.
"É noite ainda. Mas já vai amanhecer."
Esta nova tomada de consciência e de sua irmã gêmea na construção de uma democracia, a disposição de luta, fez com que grande parte da intelectualidade brasileira, dos movimentos de trabalhadores e sociedade civil, ao perceberem que estava havendo um ataque a democracia, via golpe institucional, pudessem reagir e forjar um formidável movimento de cidadania (talvez já suficiente para parar o golpe), pois, pela primeira vez, as pessoas - todas as pessoas - precisaram saber o que estava em jogo, bem como o que elas querem deste país e porque querem e como fazer para obter isso.
Ao mesmo tempo, souberam (já sabiam, foi reavivado na memória)  que não podem se informar pela Globo, pela Globo News, pela Veja, pela Folha SP,  que elas precisam ouvir o contraponto, elas que diariamente são vítimas das mentiras desta grande imprensa, agora aprenderam a não mais confiar nela, nem nos seus protegidos.
E ao fazerem suas escolhas, isso, escolhas, estão aos poucos cerrando fileiras contra o golpe, contra a Globo, contra Eduardo Cunha, contra a corrupção que tomou conta dos bens do povo, e passaram a lutar pela existência de uma democracia efetiva, que deverá emergir das futuras eleições sem financiamento de empresas.
Aliás, este é a grande questão, sem financiamento de campanha por empresas, qual o papel da grande mídia, o último baluarte da corrupção.
Este pode ser o grande legado deste movimento, a derrubada dos monopólios de comunicação e, enfim um pouco de democracia efetiva neste, que então será o "nosso" grande país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário