sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Uma semana de Exceção e repressão imposta pela direita no Chile: 90,5% veem motivos reais para protestar contra o neoliberalismo e a herança maldita de Pinochet e militares




No sétimo dia de protestos, milhares de pessoas são aguardadas no Ato Geral, no início da tarde de hoje na Plaza Itália, região central de Santiago



Foto: Patricia Faermann
De Santiago, Chile
Jornal GGN Hoje completa uma semana de Estado de Exceção no Chile, com manifestações consecutivas e massivas, enquanto a população resiste à repressão das forças de segurança. Uma grande greve será realizada no dia de hoje na capital de Santiago e outras regiões do país e uma pesquisa mostrou que o descontentamento é majoritário: 90,5% dos chilenos concordam ou concordam muito com as razões que provocaram os protestos pacíficos no país.
A pesquisa realizada pela Activa Research, no Chile, revelou que 88,6% da população está a favor ou muito a favor das manifestações destes últimos dias e 72,5% repudiam os atos violentos dos agentes do Estado para repreender os manifestantes. O levantamento feito entre os dias 22 e 23 de outubro consultou mais de 2 mil pessoas, e apontou ainda que 84,1% dos chilenos concordam ou concordam totalmente com as reivindicações feitas nas ruas do país.
A pesquisa “Pulso Cidadão” tinha como objetivo avaliar as manifestações, a percepção das pessoas sobre a militarização e as medidas do governo e desempenho das instituições frente aos protestos. E revelou que a maioria (72,5%) não concorda com manifestações violentas. Sobre as recentes respostas do presidente Sebastián Piñera, mais da metade (58,3%) acredita que o governo não reagiu para trazer soluções e outros 37,4% disse que Piñera “reagiu lentamente”.
O principal motivo de insatisfação da população apontado pela pesquisa são os salários dos trabalhadores (87,1%), seguido do preço dos serviços básicos (86,3%), o sistema de aposentadoria do país (85,7%), a desigualdade econômica entre os chilenos (85,2%) e o custa da saúde no Chile (79%).
Ao questionar se os chilenos confiam que o país e os políticos irão superar este momento de crise: 20,9% acreditam que sim e 52,5% têm pouca ou nenhuma confiança. 53,3% da população sente raiva, 50,4% sente insegurança e 49,3% sente tristeza.
Na cidade litorânea de Valparaíso, sede do Congresso chileno, pelo menos 5 mil pessoas já marchavam pelas ruas em nova jornada de manifestações desde a manhã desta sexta (25). Pela manhã, caminhoneiros bloquearam algumas vias de acesso à cidade de Santiago, reivindicando contra os preços dos pedágios. Em breve, milhares de pessoas são aguardadas no Ato Geral, no início da tarde de hoje na Plaza Itália, região central de Santiago.

Leia a pesquisa completa sobre a percepção dos chilenos na crise política e social:
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